População expõe transtornos ao utilizar BRT em Belém

Os usuários do transporte e estações de integração relatam vários problemas que enfrentam diariamente no local

Maiza Santos / Especial para O Liberal

Os usuários do Sistema Bus Rapid Transit (BRT) Belém e Região Metropolitana não escondem o descontentamento com os ônibus e as estruturas das estações. Na manhã desta quarta-feira (20), várias pessoas que utilizam o transporte relataram enfrentar diversos transtornos que teriam início ao pegar os coletivos e se estendem ao momento em que os passageiros descem nas estações, que não seriam preparadas para receber a quantidade de pessoas que passam por elas todos os dias.

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Na última terça-feira (19) rodoviários que atuam no BRT em Belém chegaram a realizar uma paralisação dos serviços. Eles reivindicavam melhores condições de trabalho. Além deles, as pessoas que precisam utilizar o BRT diariamente fazem muitas reclamações sobre o modelo de transporte. Diversos usuários relatam que algumas vezes somente utilizam por necessidade.

Carlos de Jesus, que é motorista, diz que o BRT é desorganizado e que deveria ter uma atenção melhor. “Eu sou paraense e viajo muito. É difícil não comparar esse BRT com os outros. Quem chega aqui em Belém e entra nessa ‘porcaria’ (estação de integração), não sabe para onde vai. Isso nem deveria ser considerado estação. É uma parada de ônibus. Uma desorganização horrível”, afirma. 

O BRT vai de Belém até o distrito de Icoaraci e vice-versa. Quem precisa fazer a viagem e tem que aguardar os ônibus nas estações, aponta que a demora e a insegurança é grande. “Esta área do BRT de São Brás é muito insegura. Não tem como a gente esperar o ônibus aqui é muita demora. Às vezes as pessoas até preferem usar os ônibus normais, lá fora, porque é muito mais rápido do que esse e ainda tem o risco de assaltos. Eu não vejo diferença se não tivesse esse BRT aqui”, expõe Verônica Cardoso, que é técnica de enfermagem. 

Segundo as pessoas que utilizam o BRT, uma das maiores reclamações é a falta de estrutura para o público. A estudante Elisangela do Socorro Coelho, as pessoas chegam a sentar no chão para esperar o transporte. “Não tem uma cadeira para os idosos, não tem banheiro. Outra questão são os horários de grande fluxo. Como as pessoas querem chegar em casa ou nos seus destinos, tem que se sujeitar”, declara.

Outra usuária que também conta os transtornos é Nilvaceia Mota. A assistente social usa o BRT diariamente e diz que deveriam ter mais ônibus.  “É muita gente, não comporta as pessoas no ônibus, eles deveriam aumentar a frota. Essa demora aqui também não melhora. As autoridades deveriam rever essa questão da espera”, fala.

Sérgio Maia, especialista de trânsito, afirma que aquilo que foi prometido para Belém, não foi entregue. “No ponto de vista de mobilidade urbana, é eficaz. É esperança de melhorar o trânsito na capital. O problema é que as empresas ganharam autonomia e o órgão municipal ficou sem controle. Com relação ao BRT, esse implante é bem-vindo. Mas, o que foi prometido, ainda não foi entregue. Falta espaço para os ciclistas e calçadas. Uma obra inacabada há mais de 10 anos. Toda vez são essas promessas, terminar uma coisa que não foi terminada. As gestões acham que são coisas bem fáceis. O dinheiro vai e a gente não vê nada, só transtornos. O que iria facilitar de São Brás até Icoaraci, acabou dificultando”, disse.

Segundo ele, uma das alternativas para melhorar a situação do BRT, que é alvo de reclamações, é adicionar as linhas alimentadoras, que têm a função de ligar bairros periféricos aos principais corredores de ônibus. Além de terminar aquilo que não foi finalizado, como ele mesmo lembra. “No meu ponto de vista, precisam colocar linhas alimentadoras. As pessoas passam mais dentro do ônibus, superlotado, do que quando era no antigo. ÔNIBUS, SUPERLOTADO, do que era antigo O tempo de chegada dos usuários é muito menor do que é hoje, justamente pela qualidade dos ônibus. Nós não temos investimento para apoiar o BRT de São Brás até Icoaraci. A solução é terminar o processo, para garantir conforto para os usuários. Só vai pegar o BRT, quem não tem veículo próprio. Então tem que terminar e colocar pessoas que, realmente, abracem o projeto de Belém, para que acabe esse caos que temos no trânsito”, concluiu.

A redação integrada de O Liberal entrou em contato com o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) e a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). Não houve retorno até o fechamento desta edição.

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