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Perda auditiva pode começar na juventude; veja dicas para evitar esse problema

O otorrinolaringologista Breno Simões explica quais os principais sinais e as causas da perda da audição

Lucas Quirino

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 470 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência auditiva. E, até 2050, a projeção é que esse número chegue a 900 milhões. Especialistas explicam que é um problema invisível, passando despercebido por muitos pacientes e que tem surgido com frequência desde a juventude.

O médico otorrinolaringologista Breno Simões explica que a perda da audição pode ser provocada por diversos fatores, entre os principais seria a idade. “Nós sabemos que quanto mais idade a pessoa tiver, ela já vai começar a ter uma perda dessa audição. Em torno de cinquenta anos, todo mundo já vai começar a sentir uma dificuldade para escutar. Mas, também existem fatores de hereditariedade, fatores genéticos. Também algumas doenças podem levar à perda auditiva, seja momentânea ou até mesmo em uma perda definitiva da audição”, explica Breno.

No entanto, observa-se também uma grande ocorrência da perda auditiva nos jovens, nos quais o especialista lista alguns fatores determinantes para isso. “O motivo maior que identificamos em jovens é por exposição a ruídos e a sons altos. Hoje é muito comum nós vermos jovens com fones de ouvido. Às vezes o volume está muito alto e dependendo do tempo de exposição pode levar a um problema até definitivo, irreversível da audição. Mas também existem causas de doenças ou genética”.

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Se atentar aos sinais e dicas para evitar a perda na audição precoce

Em muitos casos, é comum perceber que em pessoas que começam a apresentar uma perda gradual na audição, passam a se isolar do convívio social. Pois nesses casos, essas pessoas se sentem constrangidas por não entender o que estão falando para elas, e para evitar ficar perguntando ou pedindo para repetir o que lhe foram ditos, preferem evitar o contato com as pessoas e até mesmo seus familiares.

“Nós notamos que pessoas que já começam a ter alguma perda, principalmente se for uma perda mais severa, elas começam a se isolar porque de tanto pedir para repetir as coisas ditas, até mesmo os familiares, elas já não têm mais aquela paciência e já começam a brigar com o paciente. São pessoas que geralmente falam que escutam, mas não compreendem e ficam com vergonha de ficar perguntando novamente. São pessoas que aumentam o volume da televisão e com isso incomoda as pessoas ao redor. Isso tudo é uma forma de prejudicar a qualidade de vida desse paciente”, detalha o especialista.

Breno Simões alerta que a qualquer sinal de perda auditiva, ou até mesmo de zumbido, seja da própria pessoa ou de alguém próximo, seria interessante que procurem de imediato um especialista. Este vai fazer um exame físico e solicitar o exame chamado audiometria, para comprovar ou não que o paciente está com perda auditiva.

Logo, o médico dá dicas para evitar uma perda na audição mais severa ainda na juventude, que está intimamente relacionada à utilização de fones de ouvido. “Uma dica que eu sempre dou é que você pode usar o fone de ouvido, mas numa altura que a pessoa ao lado não escute. Assim como, quando for em algum local que tenha sons, aparelhagens, caixas de sons, que tente ficar o longe possível para não ter nenhum problema no futuro ou até mesmo a médio e a curto prazo de audição”, conclui o otorrino.

Diagnóstico aos 25 anos e uso de aparelho auditivo

image(Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Em Belém, a desenvolvedora de software Ana Clara Maciel explica que desde os 7 anos já apresentava sinais de dificuldade na audição, que as pessoas do seu convívio sempre a alertaram sobre isso. Chegando a fazer exames de audiometria quando criança, que constataram uma perda de audição leve, e houve a recomendação do uso de aparelho auditivo.

Porém, após uma crise severa de labirintite, Ana foi direcionada para um médico especialista, que a recomendou o uso de aparelho auditivo. Ela explica que entre a ida na emergência ocasionada pela crise e o diagnóstico da especialista, passaram-se 6 meses. “Após essa crise, eu fiz a audiometria novamente e a médica indicou que eu precisaria de um aparelho auditivo. Então, os sintomas foram tonturas causadas pela labirintite e zumbido”.

Após o diagnóstico da necessidade do uso do aparelho auditivo, a desenvolvedora relata que sua vida melhorou consideravelmente, principalmente na questão do convívio social e da socialização. “Faz dois anos que uso o aparelho e a minha vida social mudou completamente, porque eu consigo me comunicar mais com as pessoas, entender melhor os diálogos. Eu já frequentei eventos grandes com muitas pessoas, e a experiência de frequentar espaços é completamente diferente e satisfatória”, explica Ana.

Mudança nas rotinas

Ana Clara relata que, além da perda da audição, também tem deficiência visual, logo, a audição é primordial para ela poder se comunicar e realizar as atividades diária, então, é necessário sempre estar preservando não só sua capacidade auditiva, mas o aparelho auditivo também.

“A minha rotina é tentar não ouvir música tão alta, embora isso nem sempre esteja ao nosso controle, tentar não me expor muito a ações altas e fazer a utilização regular do aparelho frequente. Além disso, tem a manutenção do aparelho, não só a limpeza, mas levar ele para a manutenção, para ver se está funcionando conforme o esperado e fazer também a avaliação com o fonoaudiólogo, para ver se o volume está muito alto, se a voz está muito alta”, diz Ana.

Ela detalha que teve dois diagnósticos, sendo o primeiro ainda quando era criança e a segunda já aos 25 anos, onde se fez necessário o uso do aparelho auditivo. Após a certeza que seria necessário o uso do aparelho. Hoje, aos 27 anos, ela diz que sua vida melhorou consideravelmente, principalmente na questão do convívio social. Mas, ainda requer alguns cuidados para poder usufruir por mais tempo da audição que ainda tem, como evitar sons muitos altos, evitar espaços em quem se tem um volume muito alto, e principalmente, manutenção e preservação do seu aparelho auditivo.

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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