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Misofonia: entenda sobre a síndrome de aversão a sons e como identificar os sintomas

No mundo, 15% dos adultos são afetados pela misofonia. Especialista explica o que é e como tratar a síndrome que gera irritabilidade a barulhos

Gabriel Bentes
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Quem vive em centros urbanos, por exemplo, sabe como alguns sons podem ser irritantes, como a buzina e alarme de carro. Mas, essas situações se tratam de incômodos corriqueiros, que logo são relevados e possuem níveis de desconforto aceitáveis. A misofonia, pelo contrário, é uma síndrome de aversão severa a sons simples do dia a dia, que leva a pessoa a sentir frequentemente raiva, angústia e ódio devido a certos barulhos.

“A misofonia é uma situação onde o paciente tem o que a gente chama de hiperacusia, uma sensibilidade muito intensa a sons de alta frequência, a sons intensos. Isso causa um desconforto muito grande aos ouvidos desses pacientes”, explica o otorrinolaringologista do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) Murilo Lobato.

Os casos de misofonia estão geralmente relacionados aos sons da alimentação, como mastigação, deglutição, barulho de tomar sopa e situações do dia a dia, como o “tic tac” do relógio, bater dos dedos na mesa, etc.

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No mundo, 15% dos adultos são afetados pela misofonia, segundo dados do Misophonia Institute. Veja mais em. No Brasil, estima-se que cerca de 150 mil pessoas recebem o diagnóstico de misofonia a cada ano no Brasil, de acordo com dados da Universidade de São Paulo (USP). 

Como diagnosticar misofonia?

Por ser uma condição na região da cabeça, sobretudo na audição, deve-se procurar um profissional de otorrinolaringologia para tratar o caso. Murilo diz que a própria pessoa pode identificar alguns sintomas da síndrome. “O diagnóstico geralmente é autodiagnosticável. O próprio paciente chega com a queixa de sensibilidade auditiva. Ou, os pais, no caso de pacientes menores que têm alguma patologia de distúrbio de neurodesenvolvimento, já chegam com essa queixa, falando que os filhos sentem um desconforto muito grande quando eles estão em ambientes com sons mais intensos”.

Tratamento da misofonia

O profissional fala que, apesar de não existir nenhuma droga ou terapia medicamentosa para tratar misofonia atualmente, a síndrome pode ser cuidada por meio de tratamento sonoro, com uso de sons baixos e altos, dentro do protocolo terapêutico do paciente que envolve a patologia de base do mesmo. "A gente tenta trabalhar a terapia sonora, introduzir sons mais agradáveis para o paciente começar a se adequar, se adaptar e diminuir o estresse quando ele estiver frente aos ambientes com sons mais intensos", diz o otorrinolaringologista.

Como a pessoa com misofonia pode se adaptar na sociedade?

A misofonia pode ser um desafio para quem tem a síndrome, devido ao recebimento de vários estímulos sonoros de objetos e pessoas. Mas não é uma situação impossível de se contornar. Além do tratamento sonoro, a pessoa pode buscar utilizar aparelhos auditivos para abafar os barulhos e deixá-los (quase) imperceptíveis.

"Nós temos também os abafadores. Isso ajuda muito no dia a dia do paciente com hiperacusia ou com misofonia. Esses abafadores, nós procuramos usar em situações, sabidamente, onde a pessoa vai estar em contato com sons mais intensos, esses abafadores acabam diminuindo um pouco o desconforto para esses pacientes”, informa o otorrinolaringologista.

(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão da editora web de OLiberal.com Vanessa Pinheiro)

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