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Dia Mundial da Audição: pacientes com câncer devem cuidar da saúde auditiva

O uso de medicamentos ototóxicos durante o tratamento demanda acompanhamento fonoaudiológico

Camila Guimarães / Especial para O Liberal
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Na última quarta-feira (3) foi celebrado o Dia Mundial da Audição, data que alerta sobre a importância de manter a integridade auditiva para a qualidade da linguagem e da vida social do ser humano. A perda de audição ou o zumbido podem ter várias causas, como fatores genéticos, diabetes, doenças na infância, exposição aos ruídos e medicamentos ototóxicos, além do processo natural do envelhecimento.

Para a moradora de Marituba, Andréia Santos, o tratamento contra o câncer de mama, iniciado em outubro de 2021, colaborou com o desenvolvimento de algumas sequelas, como visão turva e zumbido no ouvido. Os sintomas apareceram depois que ela apresentou descontrole glicêmico de diabetes durante a quimioterapia. “Eu fico o tempo todo escutando como se fosse uma buzina nos meus dois ouvidos, parece que fica mais alto nos dias de quimioterapia”, relata. 

image Andréia Santos ficou com zumbido no ouvido depois da quimioterapia. (Divulgação / Agência Pará)

Casos como os de Andréia ressaltam a importância do monitoramento auditivo em pacientes em tratamento quimioterápico contra o câncer, sobretudo aqueles que usam medicamentos ototóxicos, que podem causar perda de audição ou zumbido. Os barulhos podem ser parecidos com “som de chuva", "cigarra", "apito", "grilo", "mosquito", "panela de pressão" entre outros, presente em um ou até nos dois ouvidos sem que haja uma fonte geradora deste som.

A fonoaudióloga Mayra Macedo explica que alguns dos problemas auditivos são evitáveis, entretanto, a intervenção ou detecção precoce asseguram uma melhor qualidade de vida aos acometidos pelo problema. “O tratamento para zumbido, tontura e perdas auditivas é a reabilitação fonoaudiológica e o uso de aparelhos de amplificação sonora individual, pois os sons do nosso meio estimulam o nosso cérebro a mudar o jeito que ele percebe os sons”, esclarece. 

Segundo Mayra, há um processo de remodelação da área de audição na nossa cabeça, fazendo com que o cérebro deixe de escutar o zumbido. “Além dos aparelhos convencionais de audição, hoje podemos acoplar outros sons junto a ele, fazendo com que essa estimulação possa ser ainda mais efetiva, o que chamamos de gerador de som e pode estar no mesmo aparelho de audição”, explicou a fonoaudióloga.

Para Andréia, a forma encontrada para diminuir o incômodo do zumbido foi buscar espaços e momentos de relaxamento. “Em dias comuns, quando estou em casa, vou para o jardim cuidar das minhas plantas. Isso me deixa relaxada e não sinto nada”, ela conta.

Mayra Macedo explica que o estresse e a ansiedade também são causadores do zumbido. “Quando o paciente relaxa, faz o que gosta, os sons do zumbido são ignorados, por isso, é importante ficar tranquilo durante todo o tratamento e também no dia a dia, para poder conseguir ignorar o som que incomoda”, orienta.

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