Parte de árvore tomba na Praça Santuário de Nazaré, em Belém
O vegetal, da espécie Samaumeira, caiu na área atrás da concha acústica da praça

Galhos de uma centenária samaumeira caíram, nesta segunda-feira (6), no bairro de Nazaré, em Belém. Ninguém ficou ferido, mas dois veículos foram atingidos superficialmente. O vegetal fica dentro da área da Praça Santuário e ao lado da Concha Acústica, onde são realizados shows. Primeiro, um dos galhos tombou na direção da avenida Generalíssimo Deodoro que, no cruzamento com a avenida Nazaré, foi interditada para o trabalho de retirada dos pedaços da árvore.
Para evitar novos acidentes, a prefeitura vai tentar uma nova poda drástica, do mesmo tipo que foi feita em 2013, quando o interior da árvore já estava oco, após análise especializada. À época, a poda garantiu sobrevida ao vegetal que resistiu por mais 10 anos. A árvore tem cerca de 25 metros de altura e 150 anos. Segundo a Prefeitura de Belém, o acidente ocorreu por volta de 4h30 da madrugada. Primeiro, um dos galhos caiu para o lado da rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, esquina com a avenida Generalíssimo Deodoro. E, em seguida, outros começaram a cair. Veja o vídeo:
O trânsito nas avenidas Nazaré, Generalíssimo, José Malcher, Gentil Bittencourt ficou bastante engarrafado. No local, equipes do Corpo de Bombeiros trabalham para retirar o vegetal. Por enquanto, segue interditado o trecho da Avenida Generalíssimo Deodoro entre as avenidas Nazaré e Gentil Bittencourt.
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Queda dos galhos de uma samaumeira é fato raro, diz titular da Semas
O secretário municipal de Meio Ambiente, Sérgio Brazão, esteve no local e classificou como “fato raro” a queda dos galhos da samaumeira. “A samaumeira é uma árvore muito resistente e o que aconteceu hoje foi um fato muito raro. Em toda a minha vida de pesquisador (são 40 anos) das árvores da cidade, nunca lidei com o fato de uma samaumeira ter quebrado ou ter caído”, disse. Segundo ele, esse primeiro galho quebrou devido a um apodrecimento causado por cupins na parte superior da árvore, o que permitiu a entrada de água no vegetal. “Essa água infiltrou e fez apodrecer parte do tronco. E, com isso, o tronco caiu”, afirmou.
O secretário explicou que essa samaumeira foi vistoriada pela equipe técnica da Semma em outubro de 2022 durante a operação Círio de Nazaré e, na ocasião, nenhum problema foi encontrado no vegetal. “Não tinha cupim. A gente acredita que esses cupins sejam recentes e fizeram essa abertura. E, com o período chuvoso, a água entrou e fragilizou a árvore. E, como o galho tem muito peso, ele tombou”, disse. O secretário informou ainda que as vistorias em árvores da espécie samaumeira vão ser intensificadas.>
Segundo ele, uma samaumeira dura pelo menos 500 anos. Ele acrescentou que o outro lado da árvore, que está bom, terá que ser retirado também. “É porque gerou um componente de força. E uma chuva mais forte pode empurrar essa árvore, empurrar esse galho para a queda. Então não convém arriscar”. Ele acrescentou: “Essa árvore todinha vai ter que ser removida, é uma pena muito grande. E uma nova samaumeira vai ser plantada no lugar”, disse.>
A queda do galho de uma samaumeira é quase semelhante à queda de algumas árvores, porque é um galho muito grande. Uma equipe da Semma iniciou os trabalhos de retirada dos galhos às 8h30, enquanto agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) interditaram o trânsito na Avenida Generalíssimo Deodoro entre as Avenidas Braz de Aguiar e Nazaré para que o trabalho de retirada do vegetal pudesse ser feito. A retirada completa da samaumeira deve levar algumas semanas devido ao tamanho da árvore.>
O prefeito Edmilson Rodrigues lamentou o acidente: “Entristece a todos os belenenses a queda de um grande galho da histórica samaumeira na Praça Santuário. A Secretaria de Meio Ambiente realizou avaliação e tratamento durante a preparação para o Círio de Nazaré, em outubro do ano passado, assim como das demais árvores da praça”, afirmou. “Na época, os técnicos não detectaram risco de queda. A Semma acompanha a situação no local e fará uma investigação mais profunda sobre o ocorrido”, completou>
Memória afetiva
Além de ter chamado atenção pelo susto em si, a queda da árvore também moveu a memória afetiva de alguns moradores da cidade que decidiram recolher e levar para casa pedaços do vegetal, como uma forma de guardar a lembrança. Uma artesã, entrevistada pela reportagem, disse que vai usar o material para confeccionar alguns produtos. Para ela, a samaumeira também era uma referência de endereço, o que torna a perda da árvore um momento de tristeza e saudade.
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