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Pará ocupa 8° lugar no ranking de isolamento social e pessoas justificam idas às feiras

Nesta semana, Campina e Curió-Utinga figuraram entre bairros com mais gente nas ruas, mas transeuntes e moradores tentaram explicar porque estavam fora de casa

Caio Oliveira

Com o fim do lockdown no Pará, as taxas de isolamento social continuam a sofrer alterações, com mais gente saindo às ruas, apesar das recomendações de permanência em casa para evitar a propagação do novo coronavírus. Contudo, ainda que algumas pessoas sigam ignorando as regras de distanciamento e saiam de casa sem necessidade comprovada, muitas justificam a idas a feiras e outros estabelecimentos, dizendo que precisam sair para resolver assuntos inadiáveis.

Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), na última quarta-feira (27), o Pará registrou índice de isolamento social de 42,53%, ficando no 9º lugar do ranking nacional. Em Belém, incluindo os distritos, os bairros com as piores taxas de pessoas em casa foram Curió-Utinga (20%), São Francisco, em Mosqueiro (23,8%) e Campina (33,8%). Já na quinta (28) o Estado ocupou o 8° lugar no ranking de isolamento social com 43,1% das pessoas em casa. Belém, entre as capitais, esteve na décima posição com 43,9%.

Nesta sexta-feira (29), no Mercado do Ver-o-Peso, maior feira popular de Belém e ponto turístico no bairro da Campina, a movimentação era intensa mas, segundo Guardas Municipais que fiscalizam a área, abaixo do que geralmente se registra geralmente perto do final de semana. "Tem muita gente transitando, sim, mas eu diria que tá uma média de 60%, 70% do que geralmente fica. Estamos fiscalizando, e orientando ao máximo para evitar aglomerações, mas é difícil evitar, sobretudo, no setor de alimentação da feira. No Comércio, onde não tem tanto estabelecimento de atividade essencial, a movimentação tá bem menor", disse o guarda municipal Holanda.

Edilena Ferreira, dona de casa, 53 anos, estava no Ver-o-Peso com o marido para comprar a comida da semana, já que, segundo ela, as compras são feitas de acordo com o dinheiro que vai sendo obtido ao longo do mês e, por isso, mais viagens ao mercado são necessárias. "Vim comprar meu alimento. Saímos uma vez por semana só, pra comprar comida, mas temos que vir", disse a cliente que comprou peixe e farinha de tapioca na feira.

"Não dá pra comprar aquela compra grande, que dura um mês, a situação não tá fácil. Mas evitamos sair, sim, pois o certo é ficar em casa, já que se todo mundo colaborasse, essa mortandade não tava tanto. Não tá escrito na testa quem tem e quem não tem [o coronavírus]. Aí às vezes, um contamina centenas", disse o marido de Edilena, João Rodrigues, aposentado de 69 anos que sustenta a casa com um salário mínimo.

Para André Pinheiro, morador do Curíó-Utinga e administrador da página de notícias da comunidade "Curió News", os moradores do bairro respeitam o distanciamento social mais do que os de outros lugares de Belém, e acredita que o número de grandes obras, com a circulação de operários no bairro, possa justificar alto fluxo de pessoas nas ruas.

"Nosso bairro virou um grande canteiro de obras, com intervenções feitas pela Prefeitura, para conter alagamentos, e pela Cosanpa. Então, tem muito trabalhador em praticamente todas as ruas do Curió. O bairro não tem uma população muito grande e nem feiras como os do Guamá, Terra Firme e Barreiro, então eu acredito que as obras, que são essenciais, tem que ser levadas em consideração" disse o Policial Militar, que administra a página com mais de 40 mil seguidores na internet.

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