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Nova lona do Ver-o-Peso cede com a chuva e feirantes reclamam de prejuízos

Prefeitura diz que serviço de tensionamento não estava finalizado quando as fortes chuvas atingiram a cidade

Redação Integrada

A instalação da nova lona do mercado do Ver-o-Peso, que começou a ser feita no dia 24 de abril, tem causado transtornos. Isso é o que afirmam alguns feirantes, que dizem terem sido prejudicados pela obra. Além da pouca resistência à chuva, que chegou a afundar a lona em algumas partes com o acúmulo de água, alguns buracos também já são vistos no local.

 

Para vendedores como Milton Silva, que há 25 anos atua no Ver-o-Peso, a prefeitura está com um planejamento deficitário. "Hoje eles estão aqui, mas depois ficam ser vir", afirma, ao apontar que o prejuízo "está sendo grande". "Eles dizem que não é para a gente vir abrir nossa banca. Somos teimosos, eu sei, mas ficando fechado o prejuízo é ainda maior", justifica, ao lamentar que, por continuarem no local mesmo durante a reforma, "muitos colegas tiveram seus produtos molhados com a chuva".

image Vendedor Milton Silva acha que planejamento da prefeitura precisa ser melhor (Thiago Gomes / O Liberal)

Um desses colegas é o Manoel Ubiraci, o "Bira", como é mais conhecido no Ver-o-Peso. Há 70 anos trabalhando no setor de vestimentas da feira, Bira diz que perdeu grande parte de seus produtos durante a troca das lonas.

"Eles tiraram para trocar a lona e com isso molhou nossas roupas. Eu tinha até colocado um plástico para cobrir, mas não adiantou. Eles tinham que ter tirado a lona e na mesma hora já colocado outra, mas isso não aconteceu", aponta o vendedor, que garante que suas roupas molharam no intervalo de tempo dessa troca das coberturas.

"Não estava com a proteção adequada e, além disso, colocaram um cavalete em cima da banca que acabou afundando uma parte dela. A parte que afundou também entrou água. Então, além de molhar a mercadoria, prejudicou os móveis", diz, ao estimar que seu prejuízo com as roupas molhadas e manchadas pode chegar a R$ 5 mil.

"Ainda vou tentar lavar algumas, mas têm outras que já joguei fora, porque não ia adiantar. É mancha que não sai. Vou tentar pedir ajuda do Ministério Público para cobrir esse prejuízo e espero eles nos indenizem”.

image Bira estima prejuízo de R$ 5 mil (Thiago Gomes / O Liberal)

A INSTALAÇÃO

Além de a cobertura ter cedido em alguns setores, em virtude da água acumulada pela chuva, alguns buracos também foram vistos nas lonas. A Construtora Impax, empresa responsável pela obra admite, em relação à parte que cedeu, que os tensionamentos estão sendo refeitos para deixar a lona da forma ideal para os feirantes. Sobre os buracos, a empresa diz que uma perícia vai precisar ser feita para identificar o que pode ter causado.

De acordo com a secretária municipal de urbanismo, Annete Klautau, essa é uma obra trabalhosa e que realmente requer tempo e ajustes, mas informa que possíveis atos de vandalismo, que podem ter causado os furos já na nova lona, serão investigados. 

"O primeiro módulo, quando começou a ser feito, realmente houve vandalismo. Cortaram a lona. Inclusive, pedimos perícia da lona. Por causa desse vandalismo, a empresa fez o b.o e retirou essa parte da lona. Quando eles foram colocar a nova lona, estavam fazendo ajustes de tensionamento e o serviço ainda não estava finalizado quando tivemos aquelas chuvas fortes. O temporal provou a resistência da lona, porque apesar de formar um bolsão de água, não estourou", explica.

image Empresa continua trabalhando no local e fazendo ajustes de tensionamento da lona (Thiago Gomes / O Liberal)

Ela ainda afirma que os furos que apareceram nos últimos dias serão investigados. "A gente não sabe dizer de onde foram esses furos. Se foi feito algum esteio com material perfurante, se furaram para a água cair. São detalhes, que a empresa assumiu toda a situação sem ônus algum para a prefeitura, mas que serão investigados", garante, reforçando que, diante desse cenário, "e no meio do serviço foram três tardes de temporal, o prefeito ordenou perícia e estamos providenciando”. “A empresa disse que vai pedir perícia também, porque quer se defender. É como o prefeito disse, vindo a perícia, estando tudo ok, a gente fica tranquilo. Se por um acaso vier perícia dizendo que tem algo errado, aí é responsabilidade total da empresa, mas no nosso edital nós estamos com todas as especificações exatamente como era para ser", completa.

FEIRANTES SE RECUSARAM A IR PARA ESPAÇO PROVISÓRIO

"Essa obra é de utilidade pública e foi considerada essencial, por isso não paramos nem no lockdown. Com nosso planejamento, nós fizemos uma feira provisória para que os feirantes fossem realocados durante a obra. Como é provisória e multifuncional, cada setor ficaria lá em torno de 20 dias. Então não dava para atender os anseios de cada um dos setores. Por ser provisória, fizemos uma situação padrão, até para limitar o custo. Eu tenho um limite de custo para gastar com o provisório", explica, ao afirmar que, por diversos motivos, os feirantes não quiseram ocupar esse espaço. "Por que eles não foram para lá? Porque coincidiu com a pandemia. Alguns são teimosos, não quiseram sair; outros decidiram fechar de vez porque estavam sem venda. Se não tivesse tido nada disso, eles teriam ido para a feira provisória e teria sido uma situação mais normalizada", avalia, ao ponderar que, por conta dessas situações, "alguns reclamaram que suas roupas molharam, mas muitos deles têm responsabilidade, porque não quiseram sair de lá".

Apesar disso, Annete diz desconhecer que a feira ficou descoberta em algum momento. "Eu não estou sabendo dessa situação de ficar sem cobertura durante uma hora de chuva", disse. O chefe de Divisão Geral do Ver-o-Peso pela Secretaria Municipal de Economia (Secon) também disse desconhecer o episódio.

"É estranho, porque eles sempre estão lá comigo e eu não fiquei sabendo de ter ficado descoberto. Então, eu não sei se ocorreu, porque na administração não foram reclamar, mas todos nós, da Secon, avisamos a eles que iria haver a troca da lona. Alguns não quiseram sair de lá, outros, por causa da pandemia, tinham ido embora. Avisamos para cobrirem seus boxes para que, caso houvesse chuva, não haver esse tipo de problema", garante.

A NOVA COBERTURA

De acordo com a Prefeitura de Belém, a instalação da nova cobertura em lona substitui a antiga estrutura instalada há mais de 20 anos no local.

A nova lona tem mais de 14 mil metros quadrados e durabilidade de mais de oito anos, além de maior resistência ao calor.

“Ela foi fabricada de forma mais resistente, com três camadas de material, além de ter resistência térmica, o que diminui bastante a sensação do calor embaixo da lona.  As estruturas metálicas que sustentam a nova lona também passam por reparo e pintura”, detalha a secretária da Seurb.

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