Em nota, PM confirma morte de coronel Pantoja por covid-19

Corporação diz que sepultamento do oficial da reserva já ocorreu. Ele cumpria pena pelo Massacre de Eldorado de Carajás

Redação integrada de O Liberal
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A Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA) emitiu nota, na manhã desta segunda-feira (12), sobre a morte do coronel da reserva remunerada Mário Colares Pantoja, ocorrida nesta quarta-feira (11), em Belém, por complicações relacionadas à covid-19. Ele tinha 74 anos e havia sido condenado a 228 anos de prisão pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, mas cumpria pena em liberdade.

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"A PMPA informa que o coronel da reserva remunerada Mário Colares Pantoja, 74 anos, faleceu nesta quarta-feira (11), em um hospital particular em Belém. O policial militar faleceu por complicações de saúde relacionadas à covid-19. O sepultamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (12), em um cemitério particular. O Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciap) da PM presta assistência à família do militar", informou o órgão.

O coronel era o comandante da tropa do 4º Batalhão de Polícia Militar sediado em Marabá, no sudeste do Estado, e usava tornozeleira eletrônica no momento de sua morte. No massacre em Eldorado dos Carajás, 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados em confronto com a PM.

Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira Oliveira tiveram a mesma condenação. Eles ficaram em liberdade durante 16 anos e foram presos em 2012. Pantoja cumpriu quatro anos de pena em regime fechado, mas conseguiu prisão domiciliar em habeas corpus sob a alegação de motivos de saúde.

Relembre o caso

Na tarde de 17 de abril de 1996, uma quarta-feira, cerca de 1,5 mil trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estavam acampados em um trecho da rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, sul do Pará, em um protesto contra a demora da desapropriação de terras. O objetivo era marchar por sete dias até Belém e pedir a desapropriação da Fazenda Macaxeira, em Curionópolis, então ocupada por mais de 3 mil famílias sem terra.

O então governador Almir Gabriel (PSDB) havia dado ordem para que a Polícia Militar desbloqueasse a via, e cerca de 200 policiais foram enviados ao local. Mário Pantoja era o comandante da operação. De acordo com os sem-terra ouvidos pela imprensa na época, os policiais cercaram o local e já chegaram lançando bombas de gás lacrimogêneo. 19 pessoas foram assassinadas.

O médico legista Nelson Massini, que realizou a perícia dos corpos, disse que pelo menos dez vítimas foram executadas à queima-roupa, com tiros pelas costas ou na cabeça. Outros sete lavradores foram mortos pelos próprios instrumentos de trabalho, como foices e facões. Um deles teve a cabeça esmagada. Além dos 19 mortos, pelo menos 60 pessoas foram feridas, entre trabalhadores rurais e PMs.

O comandante da operação, coronel Mário Colares Pantoja, foi afastado no mesmo dia, e chegou a ficar 30 dias em prisão domiciliar, determinado pelo governador, mas depois foi liberado. Três anos depois, em 1999, o coronel, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo José Almendra foram absolvidos pelos jurados por "falta de provas". No entanto, no ano seguinte o Tribunal de Justiça anulou a decisão.

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