CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Laudo final sobre a queda do braço enorme da árvore do Museu Goeldi pode sair em sete dias

A partir dele, o Museu vai definir sobre o futuro do vegetal e buscar parcerias para restauro do prédio histórico atingido

Cleide Magalhães

Em pelo menos uma semana, pode sair o laudo final do Corpo de Bombeiro Militar do Pará, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do corpo técnico do Museu Goeldi sobre o tombo de um braço de uma árvore histórica e de grande porte dentro do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), no bairro de São Brás, em Belém, capital paraense.  

Somente o braço da árvore da espécie Guajará tem em média duas a três toneladas, segundo estima os Bombeiros, e tombou por volta das 5h desta sexta-feira (1º). O vegetal é tido como raro e a mais antiga do Museu Goeldi, com pelo menos 150 anos de vida e 42 metros de altura.

Logo após a queda, o braço enorme da árvore atingiu o prédio histórico da Rocinha, o único exemplar que há em Belém, o pavilhão Domingos Soares Ferreira Pena, datado de 1879. Na ocasião, não havia pessoas nem arquivos de exposições no prédio.

O impacto provocou danos à estrutura do prédio histórico, "único exemplar característico das casas rurais típicas do século XIX de Belém aberto à visitação pública". Janelas, tesouras e laje foram afetados, assim como o mobiliário expositivo. As demais espécies animais e vegetais não foram atingidas.

Roseny Mendes, coordenadora de Administração do Museu Goeldi, esclarece que a razão da queda da árvore ainda é investigada pelos Bombeiros, Semas e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, ao qual a instituição de pesquisa é vinculada. E as equipes estão no início dos trabalhos. A expectativa é que em uma semana seja emitido o laudo final da investigação.

“Nossa maior preocupação agora é salvaguardar tanto o prédio como o que puder do vegetal. Mas, na verdade, ainda não temos precisão do que ocorreu para levar à queda. Não foi toda a árvore que tombou. Foi um braço, um tronco grande da árvore, que tem em média duas a três toneladas, e ele chegou a cair em cima do prédio histórico”, conta Roseny Mendes.

Contudo, ainda segundo ela, “a árvore está de pé e o braço que tombou partiu um pouco acima da metade do vegetal, se deslocou, como se estivesse quebrado, e tombou. Então, vamos avaliar os riscos que ela poderá ainda causar e o tamanho que poderá ficar. Porém, em princípio, vamos ter que podá-la consideravelmente”, explica a coordenadora.

Museu busca parcerias para restauro do prédio histórico da Rocinha

image

Para ela, o caso é considerado como “um incidente”, já que os monitoramentos são sempre feitos. “Mas para detectar essa especificidade requer equipamentos que não há em empresas nem em órgão de Belém. Por isso, fazemos parcerias para fazer o monitoramento mais aprofundado. Pelo tempo de vida dela, cerca de 150 anos, até a isolamos um pouco mais, para evitar o fluxo de visitantes. Então, já vínhamos tomando medidas preventivas”, afirma Mendes.

Em nota, a direção do Museu Goeldi afirma que empreenderá todos os esforços junto às autoridades federais, estaduais e municipais para garantir a restauração do prédio tão caro à história da ciência, da instituição e de Belém.

“Queremos fechar esse diagnóstico e buscar parcerias em todas as esferas para conseguir a reestruturação do mobiliário expositivo e do prédio, que abriga exposições. Em razão da pandemia, os acervos e coleções científicas foram retirados antes, em março, e não houve prejuízo. O restauro geral do prédio leva em média de R$ 6 a 7 milhões. Mas para saber o valor das medidas paliativas imediatas ainda aguardamos o laudo final”, esclarece a coordenadora.

O vegetal pode ser o único Guajará existente no centro de Belém

image
 

 

Roseny Mendes, coordenadora de Administração do Museu Goeldi, destaca que o vegetal Guajará é um tipo da Amazônia, era dominante em Belém à época e hoje pode ser o único ainda existente no centro da cidade. Ela existe também na América Latina. A árvore é também o mais antigo ser vivo da coleção do Parque Zoobotânico.

“Foi a partir desta espécie Guajará que começou a ter as descrições dos vegetais da Amazônia e do Brasil para a ciência. Antes eram pesquisas e não a formalização e a consolidação dos vegetais. E também o prédio da Rocinha como patrimônio. Eles foram um marco para a ciência no Brasil. O Museu é o precursor dessa história desde que foi fundado, tanto que passou a ser consolidado como Emílio Goeldi”, enfatiza Mendes.  

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM