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Irmãs paraenses realizam transplante de rim no Hospital Ophir Loyola

A funcionária pública Sabrina Cordeiro chegou a perder 30 quilos em três meses após o diagnóstico de que os dois rins pararam de funcionar

O Liberal
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O amor entre duas irmãs paraenses rompeu o laço sentimental e se tornou físico após a realização de um transplante de rim no Hospital Ophir Loyola, em Belém. O procedimento ocorreu há cerca de 15 dias, e foi possível graças à compatibilidade de órgãos entre as duas e o atendimento especializado da unidade de saúde.  

Com dores na coluna e dificuldades de urinar, a funcionária pública Sabrina Cordeiro, de 40 anos, recebeu o diagnóstico de que os dois rins estavam parando. De imediato, iniciou uma bateria de exames. Ela chegou a perder 30 quilos em três meses. 
 
“O médico me informou que os meus dois rins estavam parando de funcionar, e que precisava fazer com urgência a hemodiálise até conseguir um transplante. Foi um baque na minha família. A minha preocupação era com as minhas filhas. Cuidava para não transmitir o que estava acontecendo comigo para elas. Foi um período muito difícil, de muitas incertezas", contou Sabrina. 

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Enquanto o tratamento paliativo era iniciado, a equipe também fazia testes para possíveis doadores. O amor entre as irmãs fez a servidora pública Patrícia Cordeiro, de 53 anos, se candidatar a ser doadora. A notícia positiva veio breve, após testes realizados pela equipe médica do Ophir Loyola. 

"Quando a Sabrina relatou que tinha apenas 13% das funções renais, ou seja, que os órgãos dela estavam falindo, nós ficamos muito apavorados. Eu fiquei muito feliz por ser compatível. O nosso índice de compatibilidade era altíssimo, embora a gente só seja irmã por parte de mãe", relata a doadora. Apesar de terem sido confirmadas compatíveis há quase quatro anos, só em outubro passado os médicos liberaram a cirurgia, já que é preciso um momento oportuno do tratamento para que o procedimento seja realizado. 

O que é a doença renal crônica?

A doença renal crônica é quando os rins param de filtrar e a função está abaixo de 10 ml/minuto. Quando isso acontece, o paciente precisa passar por tratamentos como diálise, hemodiálise ou diálise peritoneal, mas somente o transplante renal é capaz de proporcionar qualidade próxima ao ideal. 

Tudo começa com a tipagem ABO, tipagem de sangue e sistema HLA (Sistema de Antígenos Leucocitários Humano), para colocar o paciente em uma lista de espera (no caso de doador falecido). Se for doador vivo, também são feitos os exames de tipagem e 40 exames, tanto no doador como no receptor. Nas famílias, encontramos a compatibilidade, às vezes, de até 100%. Para cada família há critérios clínicos a serem verificados.

O doador vivo passa por avaliação prévia, por meio de 40 exames, e após a cirurgia também é feito o acompanhamento da função renal. É verificada a possibilidade do aumento de pressão arterial e da perda de proteína (caso mais raro).

De acordo com a nefrologista Sílvia Cruz, coordenadora do Serviço de Nefrologia do HOL, as "pessoas que doam têm uma qualidade de vida normal. Foi um ato de amor. A Patrícia doou pra Sabrina, que estava há quatro anos mais ou menos em diálise. A Sabrina já está bem, não vai mais precisar de diálise. Vai precisar seguir com a medicação e continuar com acompanhamento clínico. A Patrícia já está em casa e diz estar muito feliz em ajudar a irmã", confirma a nefrologista.

 A doença renal é silenciosa, mas há cuidados que podem fazer a diferença para que não se manifeste de maneira mais grave. Hipertensão e diabetes são as principais causas de doenças renais, enquanto a obesidade é um fator de risco. "Beber bastante água, controlar a pressão, a glicemia, e ir ao médico uma vez ao ano são atitudes necessárias nesse controle", orienta Sílvia Cruz.

A especialista diz, ainda, que “é importante que as famílias conversem sobre doação de órgãos, pois os pacientes que não têm um doador vivo precisam estar na lista para o doador falecido, e isso só ocorre com a liberação da família. Se houver o desejo da doação manifestado em vida no momento da perda do ente querido é mais fácil se decidir sobre a doação dos órgãos”, ressaltou.  

O gesto de doar fez toda a diferença nesta história. A doadora Patrícia Cordeiro apela para que as pessoas se conscientizem cada vez mais. "Simples não foi. Para mim foi uma catarse, na verdade. Foi um turbilhão de muitos sentimentos, de muitas emoções, em todos os aspectos. A equipe é muito competente, mas é um risco, mesmo que calculado. Mas tive muito apoio da família, dos amigos. É um gesto de amor incondicional. Dar um pouco da sua vida para alguém é transformador. A minha maior mensagem é: doe em vida, se puder e tiver coragem. Ou avise sua família sobre sua intenção de doar em caso de falecimento, porque a vida é um sopro, e você pode ajudar uma ou várias vidas", finalizou.

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Belém
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