Informação falsa gera grande fila no hospital Bettina Ferro de Souza, na UFPA; entenda

O hospital universitário ofereceu uma ação para os paraenses que tinham casos de ceratocone. Enganados, outros moradores foram buscar por outros tipos de atendimento

Amanda Martins
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Logo pela manhã deste sábado (25), pessoas que buscavam atendimentos para realização de exames e agendamentos de consultas para tratar o ceratocone enfrentaram uma longa fila nos arredores do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, dentro da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. A aglomeração de moradores teria se formado após iniciar a ação social em alerta aos perigos da doença. Um áudio de um suposto médico do hospital dizendo que todos os casos poderiam ser atendidos viralizou e causou a ida de moradores para tentar um atendimento

Dona Graça Malato, de 69 anos, foi acompanhar a prima, Felipa das Graças, de 70, na tentativa de conseguir uma consulta durante o mutirão. As duas chegaram à fila desde as 8h da manhã. Mais de duas horas depois, ainda não tinham conseguido atendimento. Inconformada, Graça disse que não tinha perspectiva da familiar ser atendida e que estava se sentindo cansada por ficar horas em pé. 

“É complicado! A gente recebe uma mensagem dizendo uma coisa e quando chega aqui é outra. Estou cansada de tá na fila. Primeiro, porque não estou bem da perna, tenho reumatismo no joelho”, disse, visivelmente chateada.

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A ação será em alusão ao Junho Violeta, no dia 25 deste mês, das 8h às 12h. Foco é conscientizar sobre os perigos da doença e oferecer avaliação médica

A oftalmologista e organizadora do mutirão de atendimento, Raissa Casseb, explicou que o hospital universitário é bastante requisitado, e que eram esperadas, sim, muitas pessoas. Mas, surpreendendo a equipe e os voluntários, uma grande fila foi formada assim que deu-se início ao atendimento dos pacientes.

Raissa alegou que isso teria ocorrido porque, dias atrás, viralizou um áudio dizendo que todos os casos de doenças que afetam a visão seriam atendidas nesta ação. “Como as pessoas estão muito carentes de atendimento pós pandemia, muitos vieram buscar ajudar. Vamos fazer de tudo para atender a todos”, afirmou uma das organizadoras.

Por volta das 10h da manhã, a fila começou a diminuir, mas muitos moradores ainda demonstravam insatisfação pela forma como estava sendo conduzido o atendimento. Outro questionamento levantado pelo público foi a falta de informação sobre quais documentos deveriam ser levados para facilitar o encaminhamento, como por exemplo, a presença em mãos de um laudo médico.

A própria organização dos atendimentos decidiu ceder um espaço, ao lado do hospital universitário, para que as pessoas conseguissem tirar cópias dos seus documentos e entrar no momento da consulta.

Apesar da grande fila e horas de espera para a tentativa de consulta, o professor Fabrício Baleiro saiu contente pela oportunidade de consultar o filho de 16 anos, que foi diagnosticado com ceratocone no ano passado. 

“É difícil conseguir uma consulta pelo SUS e nas redes particulares os exames são muito caros. Aqui, no hospital, fomos bem atendidos. A ação nos ajudou muito e também vai ajudar o meu filho a ter uma qualidade de vida melhor”, disse Fabrício. 

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