Idoso aguarda leito há quatro dias em UPA de Ananindeua

O idoso Manoel Marques Lameira, 76 anos, aguarda desde o último domingo (10), quando piorou o seu quadro de saúde, a transferência para leito de hospital em Belém ou Ananindeua. Ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Nova, em Ananindeua, na Região Metropolitana, no último dia 6, depois que teve tremedeiras. 

Além na demora para conseguir leito, o que mais incomoda familiares do idoso é a falta de atenção e comunicação na UPA. "O quadro dele piorou desde domingo e está no Setor de Graves da UPA, onde, até a última terça, se alimentava por sonda. Hoje não pode mais se alimentar e está entubado. O médico disse para a família que ia transferir com urgência. Já a enfermeira diz que não tem essa informação. Não pode ficar acompanhante. Só podemos ir lá na hora da visita. Então, ficamos preocupados porque somente nesta terça morreram duas pessoas no setor em que ele está", reclamou a nora do idoso, Cláudia da Silva, 48. 

CENTRAL DE LEITOS 

Segundo Cláudia, somente na terça (12) à noite a família conseguiu ter acesso ao número do paciente na Central de Leitos (cadastro 275356887 - Sisreg) e está em busca de apoio. "Conseguimos o número do cadastro dele, mas não sabemos para qual hospital é a indicação do leito, pois nem isso eles nos dizem. O Ophir Loiola poderia recebê-lo, porque ele tem consulta marcada para maio. O Ophir pediu alguns exames dele para diagnóstico de um tumor no crânio que ele retirou em novembro do ano passado", disse a nora de Manoel Lameira. 

NOTA

Em nota, a  Secretaria de Saúde da Prefeitura de Ananindeua informou que o paciente deu entrada às 11h02 do dia 7, com quadro de crise convulsiva e rebaixamento do nível de consciência. "Foi feito o atendimento de urgência, assim como a solicitação de leito via preenchimento e cadastramento de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e solicitação de tomografia de crânio", diz a prefeitura.
 
Ainda segundo a nota, Lameira "apresentou piora do quadro e precisou ser colocado em ventilação mecânica. Diante do presente, ele encontra-se instável para realizar a tomografia de crânio". 

Além disso, a secretaria de saúde diz que o paciente segue aos cuidados do setor de grave, onde, segundo diz a prefeitura, é "assistido 24 horas por dia, seguindo fluxo de UTI, devido à permanência estendida do mesmo".

Segundo a secretaria municipal de saúde, "o paciente encontra-se com AIH preenchida com hipótese diagnóstica de Acidente Vascular Cerebral, cadastrada, aguardando leito e melhora do quadro clínico para tomografia, e todas as medidas cabíveis são tomadas".