Fungo que inspirou 'The Last of Us' é encontrado na Região Metropolitana de Belém

Descoberta no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia envolve espécie da mesma família do Cordyceps, fungo que inspirou a série pós-apocalíptica

O Liberal

Durante uma trilha ecológica no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia (REVIS), em Marituba, Região Metropolitana de Belém, trilheiros fizeram uma descoberta curiosa: uma mariposa estava sendo parasitada por um fungo do gênero Akanthomyces, da família Cordycipitaceae — a mesma do Cordyceps, conhecido por ter inspirado a trama da série “The Last of Us”.

O registro foi feito por Josi Matos, Samira Silva e Willan Silva durante as atividades da Semana do Meio Ambiente. O achado chamou atenção tanto de pesquisadores quanto de fãs da produção da HBO, que rapidamente associaram o fungo ao universo fictício da série.

Ficção vs. realidade: o que é verdade sobre o fungo?

Apesar das comparações com “The Last of Us”, é importante esclarecer que os fungos Cordyceps e Akanthomyces são inofensivos aos seres humanos. Na natureza, eles atuam como parasitas de invertebrados — como formigas, mariposas e aranhas. Após infectar o hospedeiro, o fungo cresce dentro do corpo do animal, eventualmente o mata e libera esporos para dar continuidade ao seu ciclo de vida.

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Na série e no game homônimo, ambos produzidos pela HBO e pela desenvolvedora Naughty Dog, o Cordyceps é retratado como um fungo que sofreu mutações e passou a infectar humanos, controlando o cérebro das vítimas e transformando-as em criaturas agressivas. O enredo se passa em um cenário pós-apocalíptico e aborda temas como sobrevivência, relações humanas e o impacto da natureza sobre a civilização.

Na realidade científica, não há qualquer evidência de que fungos da família Cordycipitaceae possam infectar seres humanos ou provocar alterações comportamentais. O cenário descrito na série é fruto de uma dramatização fictícia, embora tenha sido inspirado no comportamento real desses fungos entre os insetos.

Biodiversidade amazônica e a importância da conservação

A descoberta no REVIS destaca não apenas a diversidade biológica presente na Amazônia, mas também a importância de preservar ecossistemas naturais como o Refúgio, que serve como um verdadeiro laboratório a céu aberto para pesquisadores e educadores ambientais. Localizado em Marituba, o REVIS é uma das principais áreas de preservação ambiental da Região Metropolitana de Belém.

Além de seu valor ecológico, essas áreas oferecem oportunidades únicas para o registro e estudo de organismos ainda pouco conhecidos pela ciência, como o próprio Akanthomyces. A observação de fenômenos naturais como esse reforça a necessidade de continuar investindo na proteção da floresta e na educação ambiental.

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