Fiscalização descobre invasores na Terra Indígena Alto Rio Guamá

Missão começou nesta segunda-feira, para proteger cerca de 1,425 indígenas

Eduardo Rocha

Uma missão de técnicos do Governo do Estado, lideranças indígenas e da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) foi iniciada nesta segunda-feira (12) para proteger de invasores a Terra Indígena Alto Rio Guamá, no nordeste paraense, com 279 mil hectares dos municípios de Garrafão do Norte, Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas, com cerca de 1.425 indígenas da família linguística Tupi-Guarani.

A liderança Sérgio Muty Tembé integrou a missão e informou que, quando o grupo chegou a um local de invasão, os invasores conseguiram fugir. Mas, como destacou, a fiscalização prosseguirá nesta terça-feira (13).

Essa inciativa faz parte da mobilização conjunta entre as partes que resultará, ainda este ano, na realização do I Encontro do Povo Tenetehara (Tembé e Guajajara), em agosto, como evento inédito em 407 anos de história. Do encontro participará a liderança Sônia Guajajara. Em setembro, será a vez da Marcha das Mulheres Indígenas.

Esses e outros temas foram discutidos, no final de semana, em reunião entre dirigentes e técnicos da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), da Fepipa e lideranças indígenas da TI Alto Rio Guamá. Houve troca de informações com caciques das aldeias Cajueira, Canindé e Tekohaw. A TI costuma ser alvo da ação de madeireiros, colonos e grileiros.

Resistência

A fiscalização contra invasores da Terra Indígena conta com 42 integrantes da etnia Tembé e técnicos da Gerência de Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas, vinculada à Sejudh. Nesta segunda (12), a gerente dos povos indígenas da Sejudh, Puyr Tembé, 42 guardiões da floresta e o cacique Kaparaí da aldeia Tekohaw atuaram na missão de proteção e monitoramento contra invasores no território.

“Na TI Alto Rio Guamá existem muitas atividades ilícitas, o que deixa as famílias desses guardiões em angústia quando partem em missão, mas também comentam ter a certeza que estão do lado certo, protegendo o território, em defesa das gerações que estão lutando hoje e as que ainda estão por vir”, afirmou Puyr Tembé.

“Apesar de tudo, todos mencionaram a importância de não desistir e continuar resistindo, porque a proteção do território é essencial para a continuidade da história dos Tenetehara”, finalizou.

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