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Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez alerta para os cuidados com a saúde auditiva 

Fonoaudióloga ressalta que incluir a avaliação auditiva na rotina do check-up anual da saúde é fundamental para prevenir doenças

Laís Santana
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É comemorado, nesta quinta-feira (10), o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, data que adverte sobre os cuidados necessários para prevenir a perda de audição, doença que afeta grande parte da população brasileira. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA), de janeiro a setembro deste ano, a equipe multiprofissional do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) garantiu 19.756 atendimentos para usuários surdos, entre consultas e exames de otorrinolaringologista, procedimentos de fonoaudiologia.

Neste mesmo período, foram distribuídos 273 aparelhos auditivos. Além da avaliação auditiva periódica, especialistas chamam atenção paras hábitos que prejudicam à saúde auditiva, como exposição excessiva a ruídos de alta intensidade e uso frequente de fones de ouvido, que afetam, principalmente, crianças e adolescentes.

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Perda de audição pode afetar pessoas de qualquer idade

A deficiência auditiva pode ter diferentes graus, tipos, ser congênita ou adquirida e afeta pessoas de qualquer idade sob variadas formas. Algumas das principais causas apontadas pelo médico são a exposição a ruídos de alta intensidade e gestantes infectadas por certas doenças, como rubéola, toxoplasmose e sífilis.

A fonoaudióloga Danielle Penna, do CIIR, explica que existem várias causas que levam a perda da audição, muitas delas são idiopáticas, quando a causa da doença é desconhecida, porém, o mais importante é o diagnóstico precoce. 

"É o Teste da Orelhinha quando o bebê nasce, isso lá no início pra gente poder detectar essa perda, a partir dai vai todo um processo de acompanhamento. Confirmando a perda auditiva, o fonoaudiólogo com toda equipe de médicos otorrinos vai entender que tipo de perda é, se é unilateral, bilateral e ver o melhor tratamento, se vai entrar com aparelho auditivo, se é uma perda de condução, se tem indicação cirúrgica ou vai ser encaminhado para reabilitação auditiva", pontua. 

Já a surdez adquirida pode ser provocada por diversas doenças e situações, como viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, perda da audição pela idade, traumas na cabeça, alergias e tumores, além do envelhecimento natural, ou por exposição contínua a ruídos muito altos. 

"Pacientes que são expostos a ruídos no trabalho, por exemplo, pessoas que trabalham em indústrias, motoristas, todos os indivíduos expostos a ruídos elevados podem sofrer uma perda auditiva", frisa a fonoaudióloga. Dependendo do tipo da perda, a surdez pode ser irreversível. "Um paciente com secreção no ouvido sofre uma perda, mas é um tipo de perda que vai ser diagnosticada nos exames e tem um tratamento que pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo da conduta médica. Na grande maioria dos casos, quando refazemos os exames, aquela perda já foi recuperada porque a causa dela foi só a infecção no ouvido. Por isso, nem todas as perdas são irreversíveis", afirma Danielle Penna. 

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Confira sinais e sintomas da perda de audição e como tratar

A especialista destaca que é importante ficar atento a sintomas como escuta de zumbido, intolerância a sons intensos, dificuldade para se comunicar em lugares com muito ruído, dificuldade para falar ao telefone, dificuldade para ouvir aparelhos eletrônicos. Em crianças os sinais mais comuns são atraso no desenvolvimento, dificuldade de identificar sons e de na conversação. 

A perda auditiva foi uma realidade na vida de Joel Rosa, de 67 anos, morador do município de Santa Bárbara, região Metropolitana de Belém. O tratamento contra a doença começou em 1998, quando trabalhava como motorista de ônibus e descobriu um tumor no ouvido esquerdo. 

"Eu comecei a me sentir mal enquanto trabalhava, com tontura, zumbido, aí resolvi procurar um médico, foi quando começou todo o processo. Depois de um tempo fui encaminhado para o Betina e o doutor que me examinou percebeu que eu tinha um tumor. Me encaminharam para fazer o tratamento fora do estado, passei 11 meses em São José do Rio Preto, em São Paulo. Lá eu fiz uma cirurgia pra retirada do tumor e a única solução depois disso foi me aposentar porque eu não escutava mais", relata. 

Hoje, o aposentado é atendido pelo CIIR, em Belém, e conta com o auxílio da esposa, Célia Rosa, de 69 anos, para continuar com o tratamento. "Dirijo sempre com ela, tanto de carro, quanto de moto, porque ela me orienta. Agora aqui (CIIR) eu já fiz o molde do aparelho e estou na expectativa pra voltar a ouvir. Vou ser jovem de novo", celebra o aposentado que deve receber o aparelho auditivo em três meses. 

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Como prevenir a perda de audição?

Além do tratamento precoce, outras medidas podem prevenir a surdez, como o cuidado com objetos pontiagudos introduzidos nos ouvidos; evitar o uso excessivo de fones de ouvido; uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais, provocados por ruídos; e acompanhamento da saúde auditiva.

"Nós atendemos uma demanda muito grande de adolescentes que já estão apresentando uma perda auditiva identificada nos exames, ainda não dificulta a conversação, mas quando vemos o exame detalhado percebemos indícios de perda. Temos orientado sempre as famílias, não é que seja proibido, mas a gente precisa monitorar o volume desse fone, o tempo de uso. E o mais importante: mesmo que a pessoa não tenha perda auditiva, é fundamental incluir a avaliação auditiva no check-up anual de saúde, independente da idade", ressalta a fonoaudióloga. 

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