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Desafios nas redes sociais: especialistas explicam os cuidados com crianças e jovens na internet

Com a viralização do desafio de fumar cotonete nas redes sociais, especialistas explicam os perigos relacionados a esse comportamento e acendem alerta sobre o uso de forma adequada da internet

Gabriel Pires
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Mais um desafio nas redes sociais viralizou, recentemente, entre crianças e adolescentes. Desta vez, a mais nova “trend” — desafios e modinhas da internet — popularizada estimula os jovens a "fumarem" cotonete. A “brincadeira” da vez mostra os jovens acendendo a ponta da haste e inalando a fumaça, como se fosse um cigarro comum. Diante disso, especialistas explicam os perigos relacionados a esse comportamento acendem alerta sobre o uso de forma adequada da internet.

A psicóloga Roberta Rios, de Belém, explica que esses desafios estimulam esse público jovem porque essas pessoas possuem a necessidade de se sentirem pertencentes a um determinado grupo. Ao mesmo tempo, despertam a sensação de serem desafiados e superarem o desafio. Esse consumo pode repercutir de forma muito negativa em diversas ocasiões.

“Imagina, se todos estão fazendo, mesmo que seja algo estranho, de alguma maneira isso começa a se normalizar. E aí o estranho é quem não faz. Então eu preciso fazer pra me sentir aceita ou querida por aquele grupo. Então, isso é um grande atrativo“, explicou Roberta.

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Excesso de brincadeiras na internet pode afetar o desenvolvimento

É a partir do excesso de conteúdos, como as “trends”, que o desenvolvimento das crianças e dos jovens podem ser afetados, conforme explica a psicóloga. A especialista observa a falta de desenvolvimento de habilidades socioemocionais diante da exposição excessiva a essas brincadeiras da internet. 

“Isso afeta diretamente o desenvolvimento de uma habilidade que é a criatividade. Ele deixa de criar, de estar junto com outro ser humano para criar por exemplo uma brincadeira. Porque os jogos de internet já estão prontos. Ele precisa apenas se divertir. Ele não cria, diferente da brincadeira que eu crio, que eu desenvolvo, que eu imagino ali no corpo a corpo”, disse Roberta.

Apesar dos riscos, ainda é possível manter um uso saudável da internet, conforme pontua Roberta. “Um uso saudável dos jovens na internet, das crianças, dos adolescentes, é um uso que é controlado e supervisionado. E, sim, os pais têm a obrigação de supervisionar, verificar o que eles estão assistindo e quantificar também”, frisou.

A psicóloga lembra que todo comportamento de risco gera alerta. Casos de isolamento social, irritabilidade, tristeza e agressividade são algumas das atitudes que devem ser observadas com preocupação. “Qualquer mudança repentina de comportamento ou qualquer mudança importante que enseje qualquer desconfiança a gente precisa ficar atento. E os pais, se o seu filho tem uma rede social, também tem aquela rede social pra acompanhar, pra estar junto, pra ver o que que está se falando ali”, alertou a psicóloga.

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Substâncias dos materiais do cotonete são perigosas quando queimadas

Quando submetidas à queima, as hastes plásticas e o algodão do cotonete geram substâncias tóxicas em forma de fumaça. De modo geral, inalar qualquer tipo de fumaça resultante de queima de algum material tem riscos potenciais. Mas o plástico e o algodão causam problemas bem específicos.

O algodão — assim como linho ou cânhamo — , quando inalado ou aspirado de forma forçada, pode gerar uma doença chamada bissinose, que estreita as vias respiratórias e leva a uma respiração ruidosa (com chiado) e sensação de pressão no tórax.

Se for queimado, o algodão pode ter fibras que vão causar broncoespasmos, falta de ar, tosse e levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas e risco de internações. As fibras não se desfazem e nem são expelidas tão rapidamente. 

Já o plástico, quando queimado, libera vários tipos de substâncias que, se inaladas, podem causar sufocamento e gerar crises de alergias e asma. A exposição prolongada pode causar a formação de cânceres, disparar doenças cardíacas, além de irritar olhos e garganta e provocar náuseas e dor de cabeça.

image Uso da internet pelas crianças deve ser supervisionado. Bárbara sempre está de olho nas atividades do filho Rafael, na internet (Filipe Bispo / O Liberal)

Família relata cuidados com o uso da internet pelas crianças

Para evitar esses riscos que os desafios virais trazem, a enfermeira Bárbara Altenhofen, de Belém, está em constante alerta sobre os conteúdos consumidos pelo filho Rafael Altenhofen, de 10 anos. Ela conta que possui um certo receio em meio às “trends” que são lançadas nas redes sociais, mas que equilibra o tempo do filho em frente às telas.

"Eu converso com ele sobre os perigos que a internet pode trazer. Sempre que ele vê algo errado ele mostra pra mim. E tento mostrar dessa forma e orientar com a consciência dos perigos que a internet pode oferecer. O desafio é grande, porque a cada dia mais as famílias, as pessoas ficam mais  conectadas a redes sociais, internet”, contou Bárbara.

A mãe do pequeno Rafael relata ainda que a criança usa o celular com frequência, mas sempre é supervisionado quando está no mundo digital. “Eu olho tudo o que ele está acessando: sites,YouTube, tutoriais. Ele só pega o celular e tem acesso à internet, quando eu estou por perto. Eu fico monitorando”, contou ela.

Em meio ao uso frequente, Bárbara relata que em um determinado período o uso da internet prejudicou o desenvolvimento de Rafael. “Com a minha rotina agitada eu acabava deixando ele ficar com o celular, às vezes por estar muito cansada dos afazeres do dia a dia. Mas percebi que o celular estava atrapalhando o desenvolvimento dele, na escola, na saúde, tanto que ele desenvolveu ansiedade. Tive que fazer tratamento com a ajuda de uma psicóloga pediátrica e várias atividades esportivas, instrumentais”, detalhou ela sobre os cuidados com o filho.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, Victor Furtado)

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