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Decreto para prevenir a covid afetou movimento na praça Princesa Isabel, em Belém

Comerciantes e ambulantes dizem que vendas caíram por causa das restrições

Dilson Pimentel
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O decreto restringindo as atividades econômicas em Belém, para combater a disseminação do novo coronavírus e que entrou em vigor há pouco mais de uma semana, tem contribuído para o movimento fraco na área do Terminal Hidroviário Ruy Barata, na praça Princesa Isabel, em Belém. É de lá que muita gente embarca para os bares e restaurantes nas ilhas no entorno da capital. Na manhã desta sexta-feira (5), a movimentação era fraca naquela praça, no bairro da Condor. De acordo com o decreto, estabelecimentos comerciais podem funcionar apenas exercendo a atividade de restaurante. Qualquer movimentação em bar, funcionamento de casas de shows, boates e similares estão proibidos, assim como praias, balneários, igarapés e similares serão fechados durante os finais de semana (sextas, sábados, domingos e segundas; e nos feriados). 

Trabalhar o dia todo e, no final do expediente, levar para casa apenas R$ 10. Essa é a situação enfrentada pela ambulante Cristiane Macedo, de 46 anos. Há quase cinco anos ela trabalha na área da praça Princesa Isabel. “Antes do decreto, tava bom o movimento. Agora, piorou muito caiu muito mesmo”, disse. Ela tem um carrinho onde vende água mineral, refrigerantes e bombons bem em frente ao terminal. Quando o movimento está bom, ela faturava, por dia, entre R$ 100 e R$ 120. “Hoje não saio com R$ 20. Às vezes, só R$ 10”, contou. Cristiane começa a trabalhar 8 da manhã e só termina por volta das 18 horas. Ela cuida, sozinha, do filho, de 10 anos, e mora, de favor, na casa da avó. “Eu dependo disso para a minha sobrevivência e do meu filho”, contou. “Ontem (quinta, 4), comemos ovo. Complicou para quem é autônomo”, disse.

As vendas foram reduzidas à metade em um quiosque

Theanaã Monteiro, 25 anos, tem um quiosque naquele terminal hidroviário. Ela está no local desde novembro, trabalhando no ramo de alimentação. “Quando começamos, o movimento de fim de ano foi bom. Muitos clientes”, afirmou. “Nem estávamos conseguindo ir para casa, ter uma pausa pro almoço”, contou. “Com o decreto, caiu tudo”, disse Theanaã. Por essa razão, ela teve que dispensar dois fornecedores de lanches, porque caiu a demanda. As vendas foram reduzidas à metade", afirmou.

image Quiosque teve queda nas vendas (Igor Mota/O L)

Ela vendia 50 cafés da manhã. “Passamos a vender 20”, disse. Theanaã disse que comprava, dependendo do dia, entre 5 e 10 quilos de goma de tapioca. “Agora, menos de 200 gramas. E ainda sobra”, afirmou ela, cujo nome tem origem indígena. Os clientes eram as pessoas que, às 9 horas e antes de atravessar para os bares e restaurantes das ilhas, encostavam no quiosque para tomar café ou lanchar. “Durante a semana, muitos restaurantes não funcionam mais. E reduziram a quantidade de funcionários, que eram nossos clientes fixos”, contou ele, cujo nome tem origem indígena. “Turistas, aqui, tá difícil”, afirmou. Ela, agora, está focando e priorizando nas pessoas que trabalham naquela área para pelo menos manter as vendas e não contrair dívidas. “Pagamos aluguel daqui”, afirmou. Ela trabalha no quiosque com o marido e mais um auxiliar para atender a clientela. Antes, com o movimento bom, a mãe dela também reforçava a equipe.

Prefeitura tem buscado minimizar prejuízos causados pela pandemia

A Secretaria Municipal de Economia (Secon) informa que a Prefeitura de Belém tem buscado minimizar os prejuízos econômicos causados pela pandemia, através de incentivos como o Programa Bora Belém, que disponibiliza auxílios de até 450,00 reais às famílias em situação de vulnerabilidade social, e que tiveram as condições financeiras agravadas pela pandemia de covid-19.

A Secon informa ainda que, além desses auxílios emergenciais, estuda também medidas específicas para os trabalhadores informais cadastrados no órgão, em caso de agravamento do quadro sanitário e da necessidade de outro lockdown na capital.

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