Sesma aponta oito casos e uma morte pelo Influenza

Em 2021, ocorreram em Belém 4.718 internações por SRAG, mas nenhuma foi pelo vírus da gripe

Cleide Magalhães
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Em Belém, capital paraense, do total de 13.765 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em 2020, oito casos e uma morte ocorreram pelo Influenza, vírus causador da gripe, a qual é uma infecção aguda que acomete o sistema respiratório. Em 2021, ocorreram na cidade 4.718 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mas nenhuma foi pelo virus Influenza, segundo informa a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).

No entanto, no último dia 20, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) informou que “em 2020 e 2021 não houve registro de casos de influenza no Pará”. A Sespa foi procurada para esclarecer a divergência nos dados e afirmou, em nota, que "não há notificação sbre óbito causado pelo vírus Influenza, ocorrido em 2021, seja no Sistema de Informação Epidemiológica da Gripe (Sivep) do Ministéria da Saúde ou no Sistema de Mortalidade (SIM) do Estado". 

Em reportagem publicada no dia 23 de dezembro de 2019, o Estado totalizava naquele ano 55 casos positivos para o Influenza. Destes, 30 para Influenza A (H1N1) e 25 Influenza B. Sem informar os dados absolutos, a Sespa informou ainda à época que, em 2019, os casos de SRAG caíram 16% em relação ao ano de 2018. Os números de óbitos também tiveram queda de 8%.

Ainda segundo a Sesma, em Belém, até o último dia 20, não houve aumento no número de casos de SRAG por Influenza. A Secretaria considera que os dados de 2020 e 2021 “podem ter sofrido interferência frente a pandemia da covid-19, iniciada em março de 2020 em Belém”. A capital foi a primeira cidade no Pará que teve caso confirmado para a covid-19, doença ocasionada pelo novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2), no dia 18 de março daquele ano.

Há três tipos de vírus da influenza: A, B e C. Segundo a Sesma, os tipos de influenza que circulam em Belém são, principalmente, o A e B, destacando-se o tipo A (H1N1) pdm09, onde foram notificados oito casos hospitalizados em 2020, sendo destes um óbito na faixa etária de 60 anos ou mais. Ademais, dos últimos casos notificados, a Sesma nota “maior distribuição de infecção pelo vírus influenza em crianças, de zero a dez anos, e idosos, de 60 ou mais”, observa a Secretaria, partindo de dados que constam no Sivep. 

Chuvas estão ligadas a sazonalidade da influenza no Pará


Os casos de influenza ocorrem anualmente, sendo considerada uma doença sazonal, principalmente nos meses de inverno, o que varia entre as regiões brasileiras. É comumente bem definida em áreas mais frias e de clima temperado, podendo evidenciar-se efetivamente nas localidades que possuem estações climáticas bem definidas. Segundo especialistas, a gripe provocada pelo vírus da Influenza é uma das doenças que mais afeta os paraenses no período sazonal. Devido às chuvas, a sazonalidade ocorre no Pará geralmente de janeiro a abril. 

A Sesma destaca que por ser uma doença infectocontagiosa aguda do trato respiratório, de distribuição global qualquer pessoa pode ser infectada pela Influenza. “Pessoas de todas as idades são susceptíveis à infecção por esses vírus. Entretanto, idosos, crianças, gestantes e pessoas com algumas comorbidades tornam-se mais vulneráveis a infecção, manifestando a doença de forma leve, moderada ou grave, podendo levar a óbito”, alerta.

Sintomas de influenza se confundem com de covid-19


O médico infectologista Lourival Marsola esclarece que os sintomas da gripe são similares ao quadro da covid-19, e o quadro de saúde do paciente pode variar de leve a grave. 

“Pode ser apenas uma síndrome gripal caracterizada só por espirros, coriza, dor de cabeça febre, dor no corpo, até um quadro grave, que é a síndrome aguda grave, que pode culminar com pneumonia bilateral e óbito do paciente. São sintomas que lembram muito a covid-19 e a única maneira que se tem de separar ou fazer a diferença entre elas é baseada no exame diagnóstico da influenza ou da covid-19”, afirma. 

Marsola reitera que é fundamental que a pessoa esteja com o calendário vacinal em dia, pois “uma pessoa imunizada e com quadro clínico respiratório torna menos provável o quadro de influenza e fica mais provável o quadro da covid-19. Hoje clinicamente não temos mais como separar o que é cada uma dessas doenças, somente com os exames laboratoriais para uma delas”, reitera o infectologista. 

Em caso de sinais e sintomas, onde ir?


A Sesma orienta que, em casos desses sinais e sintomas característicos da doença, o usuário pode procurar atendimento nos serviços de saúde da rede pública ou privada. Nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), recomenda-se em casos leves, se necessário, buscar as Unidades de Saúde da Atenção Primária. 

Para casos moderados e graves as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os Prontos Socorros Municipais de Saúde (PSMs), que realizam atendimento de urgência e emergência, bem como de hospitalização e/ou transferência para casos de internação.

Vigilância dos casos


A Vigilância da Influenza iniciou em 1947, com a finalidade de monitorar os vírus circulantes e fornecer informações para subsidiar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, o Ministério da Saúde iniciou, em 2000, a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza em âmbito nacional, incluindo a Vigilância de Síndrome Gripal (SG) em Unidades Sentinelas. O objetivo é monitorar as cepas dos vírus Influenza circulantes no país, além de permitir o monitoramento da demanda de atendimentos por SG, obtidos pelo Sivep/Gripe.

Assim, a Sesma enfatiza que devem ser notificados os casos de SG atendidos nas Unidades Sentinelas, que, em Belém, funcionam atualmente nas Unidades Municipais de Saúde do Guamá, Tapanã e Vila da Barca.

Além disso, devem ser triados para coletar as amostras, a fim de realizar o exame de RT/PCR, seguindo os critérios de classificação. “Tais casos devem também ser registrados no Sivep-Gripe, em ficha específica, bem como os casos que evoluírem para forma grave. Ainda, de acordo com a definição de caso de SRAG, hospitalizados e óbitos também independente de internação”, orienta o órgão municipal.

Pará disponibiliza vacina contra a influenza nos 144 municípios


No último dia 22, o Ministério da Saúde lançou no País a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. O objetivo é reduzir as complicações, as internações e as mortalidades decorrentes das infecções pelo vírus da Influenza, na população alvo da vacinação. Até o dia 9 de junho de 2021, a finalidade é imunizar 79,74 milhões de pessoas, sendo pelo menos 90% de cada grupo prioritário. Do total de vacinas, 6 milhões são para a região Norte, sendo 2,65 milhões para o estado do Pará, segundo consta no Informe Técnico da 23ª Campanha.

No Pará, a vacinação segue o calendário nacional e na primeira etapa, até dia 10 de maio, a meta é vacinar 207.507 crianças, de seis meses a um ano de idade, que devem tomar duas doses do imunizante com intervalo de 30 dias entre elas.

Segundo a Sespa, neste primeiro momento, o Pará recebeu 321 mil doses da vacina. Elas estão disponíveis nas salas de vacinação das Unidades de Saúde dos 144 municípios paraenses, inclusive em Belém, de acordo com horário local. Para receber a imunização, é importante levar a Caderneta de Vacinação.

Para alcançar as metas da Campanha de Vacinação, a Sespa orienta os municípios a adotarem estratégias diferenciadas em busca da população alvo da campanha, ajudando o Pará alcançar a cobertura vacinal de pelo menos 90% da meta.

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