Coordenador da Sesan diz que contêineres são "proposta errônea" para o lixo de Belém

Vandalismo é uma preocupação com lixeiras comuns. Prejuízo passa de R$ 500 mil em cinco anos.

Redação Integrada de O Liberal
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Enquanto algumas comunidades de Belém pedem contêineres para descarte do lixo, para evitar a sujeira nas ruas e vencer uma coleta de lixo insuficiente, o coordenador de Fiscalização da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), José Argentino, considera que esses instrumentos contribuem para piorar o problema na capital. Ele afirma que contêineres de lixo são uma proposta errônea e equivocada de solução para o descarte de resíduos domésticos e entulhos. Esse recurso, segundo o coordenador, só deveria estar destinado às feiras.

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José Argentino diz que os contêineres para descarte de entulho e lixo doméstico são uma "herança da gestão passada" (da prefeitura de Duciomar Costa). Na gestão de Zenaldo Coutinho, a Sesan passou a recolher esses contêineres. E então defende que o lixo deve ser coletado na porta da casa das pessoas, nos horários corretos, pelos agentes de limpeza que passam com os caminhões. O órgão garante que 98% da capital tem coleta regular de lixo, porta a porta. Só não na região das ilhas e em áreas de ocupação, as que mais recorrerm à coleta criminosa feita por "carrinheiros".

"É uma ideia equivocada de que os contêineres resolveriam o problema do lixo em Belém. Havia na gestão passada. Tiramos. Não tem mais. Contêiner é dinheiro. E as pessoas passaram a colocar o lixo onde ficavam os contêineres. Os contêineres quebraram a disciplina da população. Belém está um caos por causa disso. Queremos que a população colabore e coloque o lixo na porta de casa no horário correto. Temos coleta diurna e noturna. Os horários não são totalmente regulares por fatores como o trânsito", declara José Argentino.

Apesar de condenar a ideia dos contêineres, as lixeiras e papeleiras continuarão sendo utilizadas. Mas só em locais onde há serviço de varrição, como alguns corredores principais de Belém. Essas estruturas não são adequadas para lixo doméstico. Só pequenos volumes descartáveis, como papeis, restos de alimentos, embalagens.

BELÉM TEM 4 MIL LIXEIRAS. VANDALISMO CAUSOU PREJUÍZO DE R$ 500 MIL

Belém tem, aproximadamente, 4 mil lixeiras/papeleiras espalhadas por praças e vias com grande circulação de pessoas. Todas as feiras e mercados de Belém e distritos possuem contêineres para armazenar o lixo produzido nesses espaços, onde a coleta é feita diariamente.

Para o descarte de materiais descartáveis, a população dispõe de mais de 30 ecopontos para entrega voluntária de materiais. Por mês, em torno de 70 toneladas de produtos são recolhidos desses locais que estão espalhados pela cidade. Os materiais que podem ser reaproveitados são encaminhados para associações de catadores parceiras da Prefeitura de Belém.

Regularmente, informa a prefeitura, as lixeiras e demais equipamentos de coleta de materiais são substituídos, já que os existentes são deteriorados pela ação do tempo ou por atos de vandalismo. Essas substituições, nos últimos cinco anos, representou um custo aproximado de R$ 500 mil.

image Lixeiras foram arrancadas, na Doca, e jogadas no canal. (Divulgação / Prefeitura de Belém)

 

Recentemente, duas lixeiras na avenida Visconde de Souza Franco (Doca) foram arrancadas e jogadas no canal. Há algum tempo, lembra José Argentino, um homem em situação de rua foi preso por dano ao patrimônio: ele havia incendiado uma lixeira.

SOLUÇÃO

A Assessoria de Comunicação da Sesan, após questionamentos sobre o discurso do coordenador de fiscalização, explicou que a experiência com contêineres, da época de Duciomar, não foi positiva. A maioria desses instrumentos estava localizada próximo de canais. Lá, também eram despejados entulhos diversos, que tomavam todo espaço. O lixo doméstico ficava amontoado dentro e fora. A assessoria também reconheceu que não havia como fiscalizar todos esses pontos.

Ainda nos esclarecimentos da Assessoria de Comunicação da Sesan, os contêineres perto de canais "institucionalizaram" o descarte criminoso às margens dos canais. Os contêineres foram retirados, mas o costume de jogar lixo onde havia os contêineres não. É algo que está sendo combatido com conscientização sobre horários da coleta, agendamento de recolhimento de entulhos (pelo telefone 156, de até um metro cúbico) e parcerias com moradores de áreas com pontos críticos.

Com essa parceria, a Sesan estima que já eliminou 100 pontos de descarte criminoso de lixo. Foram criados pequenos espaços de preservação, cuidados pelas comunidades nos locais. Algumas pessoas devem ter percebido que perto de canais há pequenos jardins improvisados.

No entanto, os pontos críticos de descarte de lixo e entulhos não são apenas às margens de canais. Há vários outros pontos, constantemente criados pela população e por carrinheiros (pessoas com carrinhos de mão fretados para recolhimento de lixo e entulhos). Há uma falha de comunicação entre a prefeitura e comunidades que recorrem a esses carrinheiros e pagam por fora um serviço irregular e ambientalmente criminoso de coleta.

A solução encontrada pela prefeitura, segundo o prefeito Zenaldo Coutinho, é a criação de unidades de entrega voluntária de pequenos volumes de resíduos. São espaços estratégicos, afastados de hospitais, feiras, escolas, mas de interesse e proximidade com comunidades. O primeiro deve ser inaugurado neste primeiro semestre, será na Bernardo Sayão com José Bonifácio. A estimativa é que 20 pontos críticos de descarte criminoso de lixo serão eliminados com a primeira unidade. 

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