CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Bosque Rodrigues Alves sofre com o descaso

Mesmo sem manutenção, os 15 hectares de trilhas ainda são queridos da população

Dilson Pimentel
fonte

Ocupando um quarteirão no bairro do Marco, em Belém, e um espaço no coração dos paraenses, o Bosque Rodrigues Alves - Jardim Zoobotânico da Amazônia, que é uma boa opção de lazer para a população, precisa de mais atenção da Prefeitura de Belém. É o que dizem os frequentadores do espaço, que tem 15 hectares de área verde, abriga uma grande diversidade de espécies da fauna e da flora do ecossistema amazônico e completou, este ano, 135 anos de existência. "A situação do Bosque está bem precária", disse Luiz Augusto Santos, 19, e que frequenta o local desde os 15 anos. "Falta uma melhor organização, uma melhor estrutura. As grades estão todas danificadas. Todas jogadas ao tempo", afirmou. 

Leia mais:
- Parque Ambiental de Ananideua é abandonado, diz população 
 

Ele observou que, atrás do Monumento aos Intendentes - que, aliás, está pichado - o caminho está interditado. "Essa era uma área de acesso aos visitantes, mas está fechada. Também faltam muitos animais. O Bosque, antigamente, tinha muitos animais. Só que, depois de um tempo, foi ficando abandonado", completou. A reportagem flagrou um momento em que uma turista tentou fotografar a placa com as informações sobre o Monumento aos Intendentes. "Não dá. Está muito apagado", disse ela, afastando-se do local e procurando outro cenário para fazer fotos. 

O monumento, aliás, precisa de manutenção. Na manhã da última quinta-feira (13), a farmacêutica Joyce Leão, o marido Lincoln e a filha, de 2 anos, passeavam pelo Bosque. "Eu vim há um mês e percebi que estava um pouquinho descuidado. Agora, a gente percebe uma melhora. Mas ainda precisa melhorar ainda mais", disse ela, que frequenta o espaço há bastante tempo. Joyce, de 35 anos, disse que é preciso melhorar e aumentar a quantidade de brinquedos para as crianças. "As crianças precisam de um lugar para se distrair. E tem balancinho quebrado", afirmou. Joyce observou que o canteiro da arara azul é muito pequeno. "A gente ficou meio triste com isso. E ela está sozinha lá. A gente percebeu que ela está estressada. Acho que eles deveriam observar e melhorar, porque o visitante percebe isso", afirmou.

Ainda segundo Joyce, é necessário "melhorar um pouco" a limpeza. "A gente percebeu uma melhora. Mas acho que, se trabalharem mais, vai ficar melhor para o visitante". A equipe também entrevistou uma pessoa que trabalha há mais de 15 anos no Bosque. "Os lagos não são limpos há muito tempo. Antes, dava para ver o fundo. Agora, é só limo", disse. Segundo ela, que pediu para não ser identificada, essa é a situação do lago onde os visitantes passeiam de canoa. "As grades não são pintadas. Precisam de uma revitalizada", afirmou. Percorrendo o espaço, a reportagem verificou que algumas placas de identificação não cumprem sua finalidade. Estão encobertas. Logo atrás do Monumento aos Intendentes, há um lago, aparentemente sem receber nenhum cuidado e sem uso. Ali perto, está abandonado o espaço onde funcionava o aquário, que está desativado e deteriorado. Alguns telefones públicos também estão em situação precária. E a entrada do Bosque, pela avenida Almirante Barroso, está pichada.

Ao lado, uma placa traz o "Soneto à terra natal", de Osvaldo Orico. Que, em um trecho, diz: "Cartão postal da minha mocidade, cada trecho que vejo é uma saudade que me recorda a terra onde nasci. Longe de ti, nos braços eu te aperto. E, vivendo distante, vivo perto, porque minha saudade vive aqui". Que essas palavras inspirem as autoridades municipais responsáveis pela manutenção do Bosque. 

MANUTENÇÃO

Ouvida pela reportagem, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), disse que o Bosque Rodrigues Alves - Jardim Zoobotânico da Amazônia passa por serviços de manutenção toda segunda-feira - e que a limpeza do espaço é realizada diariamente.

A Semma também diz que os brinquedos que ficam no espaço recebem manutenções periodicamente e que realiza gradativamente a troca de bancos danificados. Sobre os banheiros e os demais espaços que precisam do zelo da população, a Prefeitura de Belém reforça o cuidado necessário que todos devem ter com os espaços públicos do Bosque e de toda a capital. "Ressaltamos, ainda, que o Bosque conta com um plantel de animais com espécies em cativeiro, semi liberdade e de vida livre distribuídos nos espaços. Entre as espécies estão o peixe boi amazônico, carinhosamente chamado de Cajuru, hoje com mais de 60 anos. O animal, inclusive, é o peixe boi mais antigo em exposição em cativeiro no mundo, o que mostra os cuidados da equipe".

Ainda segundo a prefeitura, a equipe de profissionais do Bosque é formada por dois biólogos, duas médicas veterinárias, quatro tratadores de animais e estagiários de biologia e medicina veterinária. A rotina alimentar de todos os animais é realizada conforme a necessidade biológica de cada espécie, com um trabalho diário da equipe e há orientação permanente sobre os perigos de alimentar os animais fora dessa rotina.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM