Animais domésticos terão que se adaptar à volta das atividades presenciais dos tutores

Com a pandemia, os animais acabaram se acostumando com a presença de seus tutores em casa. Agora é necessário paciência para a readequação.

Redação Integrada

A pandemia e a necessidade de “ficar em casa” como forma de prevenção ao Covid-19, acabou por mudar alguns hábitos de quem pôde permanecer no lar. E um desses hábitos diz respeito à convivência com importantes membros familiares: os cães e gatos. A presença diária em casa fez com que os animais se acostumassem a passar mais tempo com os tutores, o que agora pode gerar problemas.

“Esses animais se habituaram com isso, e esqueceram como é ficarem sozinhos. Para alguns animais isso é muito difícil, especialmente para cães, porque são animais que vivem em grupo, que gostam de estar em grupo e que precisam disso, assim como os humanos. Para os cães, a matilha deles hoje é a família”, diz a médica veterinária Fernanda Martins, professora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Uma das preocupações dos veterinários agora é readaptação dos animais à ausência temporária da família, que está retomando as atividades fora de casa. “Eles podem sofrer do que chamamos de ‘ansiedade de separação’, o que os leva a vários efeitos comportamentais e fisiológicos, como o aumento de batimento cardíaco, alguns ficam ofegantes, tem sudorese e salivação excessiva. Alguns desenvolvem comportamentos chamados estereotipias, como o de ‘ficar se lambendo’ até se ferir, coçando excessivamente algumas áreas do corpo. Isso é tudo uma questão de ansiedade, não é animal mal educado, não é frescura, é realmente uma patologia psicológica, um animal que precisa de contato e que está privado disso”, explica.

As alterações também podem incluir mudanças comportamentais, com atitudes que o animal não tinha antes. “Podem começar a destruir algumas coisas no ambiente, como a cama e o sofá, que de alguma forma são locais que estão associados a presença de pessoas, e que remetem a eles essas pessoas. Por isso acabam ficando muito ansiosos e tentam ‘encontrar algo’ que ‘traga’ a presença das pessoas e conforto para eles”, diz.

Para que essa nova realidade não seja desgastante ou cause danos ao animal a professora dá algumas dicas, como a readaptação contínua, que começa com a ausência do tutor por curtos espaços de tempo. “É preciso começar imediatamente, iniciando em curtos períodos. Se você mora em prédio, pode começar saindo rápido, desce e volta do prédio, por um período curto, de três minutos, que aí o animal vê que você saiu e voltou. Faça isso de vez em quando, aí você já vai aumentando o tempo, vá a um lugar mais distante, à padaria, demore mais tempo, cerca de vinte minutos”, ensina.

A outra dica pode ser a mais difícil para quem tem animais. “Precisamos começar a adaptar esses animais para a nossa saída. Por mais que seu coração doa, não faça ‘festa’ na hora que você chega em casa. Ele faz aquele escarcéu de pular, e o ideal é que você chegue em casa e tente não dar atenção, não olhar, não falar com ele. É preciso deixar ele se acalmar, depois disso você se aproxima e fica com ele, faz sua festa, mas só quando ele já estiver calmo. A mesma coisa deve ser feita quando você for sair, você simplesmente sai. Não saia escondido e também não fique falando demais, se despedindo, explicando que vai voltar, porque isso vai deixar ele cada vez mais ansioso. Então sai de uma vez, sem ser escondido”.

Cães ou gatos, o mais importante, de acordo com a médica veterinária, é criar um ambiente com atividades, confortável e seguro, onde você está presente em alguns momentos, para que eles possam se desenvolver plenamente.

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