Conheça a força da ‘cozinha autoral’ em Ananindeua

Há alguns anos o chef Diego Alvino desenvolve iniciativas ligadas à alimentação sustentável e saudável, criando estruturas que valorizem a cultura alimentar local e uma cadeia produtiva 100% sustentável

Luiz Cláudio Fernandes
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Após uma temporada prestando consultoria gastronômica para hotéis no sul do Pará, o chef Diego Alvino retornou para Ananindeua, no final do ano passado, com o propósito de promover e fortalecer a cultura alimentar da região, e também fomentar o comércio local, atendendo pessoas que solicitam o trabalho da sua cozinha. Foi assim que surgiu a “Mandió Gastronomia”, uma cozinha autoral que fica na residência dele, localizada no Centro de Ananindeua, e que tem como princípio a sustentabilidade alimentar, processo onde se conhece a origem dos alimentos, seus produtores e suas técnicas de produção.

Há alguns anos ele desenvolve iniciativas ligadas à alimentação sustentável e saudável, criando estruturas que valorizem a cultura alimentar local e uma cadeia produtiva 100% sustentável. “O objetivo é garantir a qualidade, a saúde, a fomentação do comércio local, a qualificação profissional dos nossos fornecedores, o desenvolvimento de políticas públicas e refazer os laços perdidos entre os produtores e consumidores”, explica Diego. Segundo ele, a industrialização dos sistemas alimentares provocou um grande distanciamento entre produtores e consumidores no decorrer dos anos, o que resultou em um impacto social, econômico, ambiental e político que deixou marcas por gerações.

image Diego atende em seu endereço ou na casa do cliente. É possível pedir em delivery (Arquivo pessoal Diego Alvino)

Capacitação é uma estratégia

Diego acredita que, para que os impactos sejam reduzidos, os laços entre quem planta, quem cozinha e quem come devem ser saudáveis e conservados. É por isso que ele visita pessoalmente seus fornecedores, que são todos de Ananindeua. “Eles são escolhidos através de uma visita minha, ocasião em que peço para me apresentarem todos os processos de produção. Quem planta, como planta, onde planta, como colhe, e etc”, explica.

image Segundo Diego, os laços entre quem planta, quem cozinha e quem come devem ser saudáveis e conservados. (Arquivo pessoal)

Como os cardápios são de gastronomia contemporânea, os pratos são sofisticados, apresentados com finesse. Os fornecedores recebem, então, uma capacitação em que Diego ensina todos os processos de forma criteriosa. “Eu visito seu local de produção e me envolvo com as histórias que, inclusive, sempre são apresentadas em forma de narrativa nos meus cardápios”, informa.

Experiência gastronômica

O cardápio do chef pode ser degustado em seu endereço, no bairro Centro. É necessário fazer a reserva com 48h de antecedência pelo número (91) 98829-0288 ou pelas redes sociais. Também é possível contratar o serviço de delivery ou de Personal Chef, em que Diego vai até a casa da pessoa interessada para cozinhar.  

“O fio condutor dessa proposta é um menu norteado de gastronomia contemporânea, que nos permite fazer fusão de diversos conceitos, sendo detalhista e criativo, valorizando sempre os produtos da Amazônia”, explica.

image O objetivo é garantir a qualidade e a fomentação do comércio local (Arquivo pessoal)

Currículo

Graduado em Engenharia de Produção pela Unisa e pós-graduado em Engenharia de Alimentos pela Unyleya, Diego Alvino passou a desenvolver projetos que permitissem o resgate das culturas e a valorização profissional de todos os que participam da cadeia produtiva. Atualmente ele também atende na Marina Lounge, que fica localizada em São Miguel do Guamá, às margens do Rio Guamá, local escolhido para ser pólo de um novo projeto que irá promover uma grande cadeia produtiva.  

Ele também é parceiro do projeto “Ciclo Gourmet”, que atende em Ananindeua e produz micro hortaliças orgânicas, livres de agrotóxicos e que recebem um cuidado todo especial desde o plantio até a entrega. “O grande atrativo de consumir os vegetais nesse estágio é o seu elevado valor nutricional, que é maior que os vegetais na fase adulta, e às vezes chega a ser 40 vezes maior”, explica Diego.

“Eu costumo criar esse círculo virtuoso para que a cadeia se torne sustentável. A industrialização dos alimentos por si só já tem seus contras. Então, sempre que pudermos, deixaremos a cadeia produtiva mais saudável, para o bem da saúde, do mercado local, da economia. É o que nos EUA chamam de slowfood”, finaliza Diego.  
 

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