Novo governo de Helder Barbalho terá foco na melhoria dos índices de educação do Pará

Governador do Pará concedeu entrevista exclusiva ao Grupo Liberal. Meio ambiente e infraestrutura também estão em vista.

Elisa Vaz

A educação deve ser o principal foco da nova gestão do governador Helder Barbalho (MDB), que começa seu segundo mandato à frente do governo do Pará nesta segunda-feira (2) após ser reeleito com 70% dos votos neste ano. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal nesta semana, o chefe do Executivo paraense destacou os pontos prioritários dos próximos quatro anos nesta área, que é considerada “desafiadora”. Apesar dos investimentos na pasta ao longo da primeira gestão como governador, Barbalho adianta que muito ainda precisa ser feito: melhorar os índices de desenvolvimento da educação básica, reduzir os abismos educacionais criados pela pandemia da covid-19 e ampliar o número de escolas em tempo integral são os principais objetivos.

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Segundo o mandatário, os índices de qualidade da educação básica no Pará estão muito aquém do ideal, cenário que foi intensificado durante a pandemia. "A covid-19 ampliou este abismo, seja pela suspensão das aulas presenciais, seja pela falta de comunicação, que prejudicou que as aulas virtuais pudessem ter maior retorno. O foco é a educação. Nesses últimos quatro anos dobramos o número de escolas em tempo integral, e nossa meta era chegar a 80 no Pará, mas, após conversar com o novo secretário de educação, vamos avançar para a meta de 200 escolas", adianta.

Secretário

O nome que estará à frente da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) pelos próximos anos é o advogado Rossieli Soares, anunciado por Helder Barbalho no início desta semana e que já foi secretário de Educação dos Estados de São Paulo e Amazonas, além de ministro da Educação na gestão de Michel Temer (MDB), secretário nacional de educação básica do Ministério da Educação (MEC); vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed); e conselheiro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE). Rossieli também é mestre em gestão e avaliação educacional.

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Na opinião do governador do Pará, o fato de Soares já ter sido secretário no Amazonas dá a ele o conhecimento necessário para buscar melhorias na área de educação do Pará, por já conhecer as peculiaridades da região amazônica. "Fora isso, ele integrou a principal secretaria do MEC e foi ministro de Educação, então conhece todas as políticas e ações necessárias para buscar parcerias e fortalecer a educação do Estado. Ele foi secretário em São Paulo, que é o Estado mais importante economicamente do Brasil, temos que pensar grande e pensar no Pará pela sua dimensão, e a experiência dele acrescenta muito para que nós possamos continuar valorizando servidores, mas ousar com metas de melhorar índices", declara.

Helder também enfatiza que, durante  gestão dele em São Paulo, Rossieli fez o "maior programa de escolas em tempo integral do Brasil", o que pode servir de parâmetro para a implantação do mesmo modelo no Pará, alcançando a meta imposta pelo governo estadual. O Executivo também quer ampliar ofertas na educação e pensar nas estratégias para a realidade da população rural, como ribeirinhos, indígenas e quilombolas, além de investir no ensino a distância. "Estou otimista de que Rossieli fará uma bela passagem".

Meio ambiente

Tão importante quanto a educação, a área de meio ambiente também terá espaço especial no novo mandato do governador Helder Barbalho. Nas palavras dele, a Amazônia é um "santuário" que precisa ser preservado para manter seu protagonismo, possibilitando um impulso social e ambiental ao Pará. As metas para os próximos quatro anos são consolidar um Plano Estadual de Bioeconomia, fortalecer o controle para combater ilegalidades ambientais e assegurar que haja um sistema jurisdicional que impulsione o mercado de carbono.

"O sistema precisa permitir que a captura do carbono possa ser efetivada por preço da tonelada do crédito capturada, a partir de regulação feita pelo Estado, para que isso seja desenvolvido por proprietários da áreas, o que estimula a fiscalização da floresta em pé por parte deles. Temos que potencializar a ciência e a inovação para integrar tudo isso, sem que represente diminuir a importância da pecuária e da agricultura. O Pará não precisa derrubar uma árvore sequer para ser protagonista em grãos e pecuária, precisa intensificar a produção com investimento em inovação", pontua Barbalho.

Infraestrutura

Outra área prioritária para o governo do Estado no próximo mandato é a de infraestrutura. Apenas no ano que vem, como o Grupo Liberal já adiantou, dos R$ 3,2 bilhões previstos em investimentos pelo governo do Pará, quase metade é voltada para essa pasta: R$ 1,4 bilhão. Durante a entrevista exclusiva à reportagem, o governador paraense destacou que, em sua primeira gestão, foram mais de 1.500 km de estradas que receberam investimentos e melhorias, além de cerca de 500 pontes de concreto construídas, o que colabora para a malha estradal dos municípios.

"Temos que prosseguir com o plano de investimentos em infraestrutura de malha estradal, porque o Pará ainda possui cerca de 50% da malha em estradas de chão; saímos de um patamar próximo de 30% para 50%, mas ainda é, portanto, uma carência importante. Somado a isso, devemos garantir e fortalecer outros modais, como o hidroviário e a navegabilidade do Rio Tocantins, é muito importante para que as obras do Pedral do Lourenço continuem, essa será uma prioridade tratada com o governo Lula. Queremos iniciar as obras da ferrovia do Pará, ligando Marabá a Vila do Conde, em Barcarena. São 500 km de ferrovia, e isso impulsionará a estratégia do nosso Estado", diz.

Helder também defende o diálogo com o governo federal para tratar da Ferrogrão e adianta que continuará investindo em terminais hidroviários; atualmente, 18 estão em obras. Outra frente será a construção de pontes de "extrema relevância", sobre os rios Capim, Fresco, além da ponte de Outeiro e a nova ponte que ligará Icoaraci à ilha, como alternativa para facilitar a vida dos moradores. Novos viadutos na Região Metropolitana de Belém (RMB) também estão em vista, como o da Alça Viária com a avenida Independência, das avenidas Dr. Freitas e João Paulo II, na rua Três Corações com Mário Covas, além do município de Marabá. "É um conjunto de investimentos que permitirão que o Estado tenha uma malha estradal melhor, porque isso melhora sua logística, diminui custos logísticos e de frete, dando mais competitividade e segurança ao Pará", defende Helder.

Relação

Nesta semana, o irmão do governador do Pará, Jader Filho, que é presidente da sigla MDB no Estado, foi indicado por Lula para assumir o Ministério das Cidades, no governo federal. Helder Barbalho conta que está "otimista" de que terá as condições para avançar no trabalho dentro do Estado a partir da parceria familiar. Com a posição de ministro, Jader Filho terá, na opinião de Helder, a responsabilidade e o desafio de ajudar as cidades paraenses, para reverter o cenário "desafiador" do abastecimento de água e tratamento de resíduos sólidos e de esgoto.

"Espero que ele tenha condições políticas para ajudar os municípios do Estado, enfrentando o déficit habitacional e desenvolvendo obras de mobilidade, como a avenida Liberdade, em fase de licenciamento ambiental. Mais que isso, o Jader terá a obrigação de ser embaixador do nosso Estado e, junto com o governo federal, somar aos deputados e senadores na defesa do Pará. Tenho muita confiança de que ele cumprirá esse papel e festejo que tenhamos um paraense no Ministério, em um cargo de profunda importância e relevância, e usarei das minhas relações e do meu prestígio para fazer com que isso seja motivo de crescimento no Estado".

Entre as obras necessárias no Estado e que dependem do governo federal, Helder destaca algumas: o próprio Pedral do Lourenço; a segunda etapa do Porto Futuro; a duplicação de rodovias entre as cidades de Castanhal e Santa Maria, Bragança e Viseu, Marabá e Xinguara, Novo Repartimento e Tucuruí, Cametá e Oeiras, entre outros; o asfaltamento da Transamazônica; e a construção do Parque da Cidade. "Tem questões que dependem de diálogo e outras que são puramente burocráticas", avalia.

Balanço

Em relação aos primeiros quatro anos de governo, o balanço de Barbalho é positivo. Ele diz que doou muito de si e criou uma cultura administrativa de um governo dinâmico, que buscou estar presente em todas as regiões e cidades do Estado, encurtando caminhos e relações e aproximando a presença do governo estadual por toda parte.

Alguns dos principais avanços, na opinião do governador, foram na área da saúde: cobertura hospitalar do Estado, com a entrega de Hospitais Regionais de Castanhal, Capanema e Itaituba; conclusão do Hospital Abelardo Santos, que impulsionou a média e a alta complexidades; a preservação de vidas durante a pandemia, com destaque de que o Pará é o quarto Estado com o menor nível de óbito por cada 100 mil habitantes e o Estado, após São Paulo, que mais comprou vacinas; abertura de leitos clínicos e de UTI, permitindo o acesso e o atendimento durante a crise sanitária; entre outros.

Na segurança pública, o destaque citado por Barbalho foi quanto à redução de crimes violentos, sendo o Estado que mais reduziu o índice. Dentro da pasta de educação, a universalização do curso superior e o acesso nos 144 municípios e ampliação de ofertas no ensino infantil, além da construção e reforma de mais de 110 escolas. A geração de emprego e o posicionamento do Pará na área de economia, prezando pela sustentabilidade e redução do desmatamento.

Em 2023, a equipe que estará ao lado do governador à frente das Secretarias ainda não está totalmente definida. Além de Rossieli na Seduc, a atual secretária da pasta, Elieth de Fátima, vai assumir a Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), enquanto o atual secretário, Ivaldo Ledo, será adjunto. Outras mudanças ainda serão anunciadas por Helder Barbalho até o final de janeiro.

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