Não tivemos acesso integral às prova e muito menos prazo suficiente, diz advogado de Bolsonaro
O advogado explicou que o acesso às provas começou apenas poucos dias antes do início da instrução processual

O advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta terça-feira (3), durante a sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que a defesa do ex-presidente não teve acesso à íntegra das provas do processo.
“Estamos falando de uma sucessão de investigações com diversas buscas. Temos um conjunto de provas apreendidas que ficou à disposição por anos com a Polícia Federal, que possui um sistema para fazer pesquisas por conversa, palavra ou tema. Pedimos essa prova. Ela não veio antes do recebimento da denúncia; vossas excelências determinaram que ela tinha de vir depois”, disse Vilardi.
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O advogado explicou que o acesso às provas começou apenas poucos dias antes do início da instrução processual, fase em que são analisados depoimentos de testemunhas, documentos e perícias. “Foram bilhões de documentos, e tínhamos apenas 15 dias para a instrução”, afirmou.
Vilardi destacou ainda o interesse especial em obter os documentos relacionados ao general Mário Fernandes, por causa da Operação Punhal Verde e Amarelo. “Recebemos muito material, cerca de 70 terabytes. Quando estávamos terminando, recebemos um e-mail informando que havia uma falha no arquivo do general Mário Fernandes. A instrução já havia acabado. Nós agravamos, mas os agravos não foram processados. Fiz questão de ordem, e houve entendimento por parte dos ministros de que isso não é prova, porque não está nos autos”, disse.
“Com todo o respeito, a prova é da defesa. O juízo de valor sobre a prova é de vossas excelências. A defesa tem o direito de colocar o contexto da prova”, completou.
Vilardi afirmou que não houve “paridade de armas” e que não cabe à Polícia Federal, ao Ministério Público ou ao Judiciário decidir que tipo de provas a defesa tem direito a acessar. “Não tivemos acesso à prova e muito menos prazo suficiente. Não tivemos o tempo que o MP e a PF tiveram. Com 34 anos de carreira, é a primeira vez que venho à tribuna para dizer que não conheço a íntegra do processo. O conjunto da prova eu não conheço”, disse.
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