Marcos do Val presta depoimento à Polícia Federal e contradiz Bolsonaro

Senador falou sobre suposta trama golpista envolvendo Bolsonaro e ex-deputado Daniel Silveira

O Liberal
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Em um novo depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, 19, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) reafirmou que o ex-deputado Daniel Silveira o procurou com o objetivo de organizar uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL). O encontro, segundo o senador, visava discutir a possibilidade de gravar o ministro Alexandre de Moraes para invalidar as eleições, em uma suposta trama golpista. Do Val ainda mencionou a presença de pessoas chamadas de "Cinco Estrelas". No entanto, suas afirmações entram em conflito com o depoimento dado pelo próprio ex-presidente na semana passada.

O senador foi interrogado por três delegados federais da Coordenação de Inquéritos dos Tribunais Superiores, unidade da PF responsável por investigações envolvendo indivíduos com foro privilegiado.

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Bolsonaro negou qualquer discussão sobre a gravação de Moraes

Em seu depoimento anterior, realizado em 12 de julho, Bolsonaro negou qualquer discussão sobre a gravação de Moraes durante a reunião com Silveira e do Val. Do Val, por sua vez, destacou que Silveira abordou a proposta "na presença do ex-presidente Jair Bolsonaro", embora Bolsonaro não tenha se manifestado sobre o assunto.

Quanto à responsabilidade de convocar a reunião, Bolsonaro afirmou não saber se foi do Val ou de Silveira, enquanto o senador sustentou que foi o ex-presidente quem a organizou, com a participação de Silveira.

O envolvimento de outras pessoas na "missão" foi questionado pela PF, mas do Val alegou que Silveira não mencionou nada sobre isso durante a reunião. No entanto, logo após o encontro, Silveira enviou uma mensagem pelo WhatsApp sugerindo que a "missão" contaria com mais cinco pessoas após ser concluída, o que o senador não soube explicar.

Do Val: Silveira pretendia envolver mais pessoas

Do Val reforçou que somente ele, Bolsonaro e Silveira estavam presentes na reunião, mas admitiu que Silveira pretendia envolver mais pessoas. O senador também mencionou que Silveira afirmou possuir equipamentos de escuta e transmissão, mas não especificou sua origem.

No decorrer do depoimento, do Val tentou afastar a culpa de Bolsonaro, alegando que Silveira tentava convencer tanto a ele quanto ao ex-presidente durante a reunião. Ele também foi questionado sobre uma mensagem do ex-presidente que se referia à "missão" como "coisa de maluco". Do Val interpretou que Bolsonaro considerou a proposta de Silveira como algo absurdo.

Em relação às suas declarações anteriores, o senador disse ter mentido à imprensa ao acusar Bolsonaro de convidá-lo para a suposta trama golpista. Ele justificou essa atitude como uma "estratégia de persuasão" para chamar a atenção da mídia, mas posteriormente voltou atrás em suas acusações.

No entanto, no depoimento desta quarta-feira, do Val apresentou uma nova explicação para suas acusações contra o ex-presidente, alegando que estava sob enorme pressão de eleitores que duvidavam de seu apoio ao candidato de Bolsonaro à presidência do Senado. O senador disse que sua filha recebeu ameaças, o que o levou a fazer as "acusações infundadas" durante a entrevista à Veja. Posteriormente, ele admitiu ter se equivocado e atribuiu suas constantes contradições ao momento de raiva e arrependimento.

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