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General dos EUA diz que militares brasileiros não pediram apoio para golpe

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ela afirmou que "eles não pediram nenhum tipo de suporte"

O Liberal

Militares brasileiros não procuraram suporte para suposto golpe militar durante a corrida eleitoral que acabou na derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022, segundo a comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom), general Laura Richardson.

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ela afirmou que "absolutamente, não. Eles não pediram nenhum tipo de suporte. Nós não discutimos nada político", disse a militar nesta quinta-feira (25).

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O suposto envolvimento de militares brasileiros em planos para resistir aos resultados das eleições de 2022 e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sendo investigado pela Polícia Federal com base em mensagens de texto trocadas por oficiais próximos ao ex-presidente Bolsonaro.

Um deles é o coronel Élcio Franco, que atuou como secretário-executivo do Ministério da Saúde e como assessor especial do Ministério da Casa Civil, subordinado ao general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro à reeleição. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Até o momento, não há indicação de que o governo norte-americano estivesse dando algum tipo de apoio aos militares brasileiros descontentes com o resultado das eleições. O Southcom é o comando militar norte-americano responsável por atuar na América do Sul, Central e no Caribe.

Em 2022, a preocupação foi cogitada por conta do histórico de apoio que o governo norte-americano deu ao golpe de Estado ocorrido no Brasil em 1964, quando os militares brasileiros depuseram o então presidente João Goulart, visto como um político de esquerda que simpatizava com o então bloco comunista.

A general norte-americana veio ao Brasil nesta semana para estreitar suas relações, justamente, com os atuais comandantes das Forças Armadas brasileiras sob um governo de centro-esquerda. Na quinta-feira, por exemplo, ela se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio.

Conflito

Especialista em guerras, Laura Richardson se esquivou ao responder se o presidente Lula estava atuando como um ator neutro em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. "O presidente Lula é um líder global. E ele tomará suas próprias decisões. O que a Rússia fez com a Ucrânia é uma invasão injustificada e não provocada da Ucrânia. Ponto final", disse.

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