Fux conclui que Mauro Cid deve ser condenado por tentativa de abolição do Estado de Direito
Mensagens provam participação do ajudante de ordens na articulação do golpe

Após um breve intervalo, o julgamento sobre a trama golpista retorna com as apreciações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que passa a avaliação individualizada de cada acusado, a começar pelo tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação do ministro, o que se pode imputar contra Cid é o crime de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, considerando a atuação do acusado no direcionamento das manifestações ao congresso com intenção de provocar um estado de sítio no país.
Fux considera o teor das mensagens trocadas entre o ajudante de ordens e outros envolvidos. “O réu colaborador afirma que passou orientações ao oficial D’Oliveria que as manifestações deveriam ser dirigidas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”, destaca o ministro. O objetivo era o de gerar caos social que justificasse a assinatura de um estado de sítio ou intervenção do presidente.
O ministro segue nos seus argumentos descrevendo outras reuniões do colaborador, onde o mesmo reconhece a finalidade de articulação das manifestações com a intenção que configura a tentativa de abolição. As conversas que auxiliam a conclusão de Fux aconteceram entre Mauro Cid e demais oficias, para organizar até mesmo a vigilância de ministros do STF, a fim de evitar a retaliação ou a presença durante o ato.
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Embora Cid não estivesse presente no principal grupo de articulação que existiu nas redes sociais, segundo o ministro, não configura a sua isenção do planejamento. Ele também destaca a solicitação do financiamento e as demais solicitações sobre as manifestações como provas de que o acusado sabia do que se tratavam as movimentações.
Quanto a acusação de tentativa de Golpe, o ministro considera a acusação improcedente. Ele relembra a sua manifestação sobre a inexistência de uma tentativa de golpe, considerando o que a lei exige sobre o crime para caracterizá-lo. Por isso, a acusação sobre Cid também se manteria improcedente.
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