Brasil avalia conexão com Venezuela para importar energia
Presidente Lula defende retomar a compra de energia para suprir Roraima, Estado não tem conexão com sistema nacional

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), uma entidade brasileira sob a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi chamado para participar do grupo de estudo para retomar a compra de energia da Venezuela, a fim de suprir a demanda de energia em Roraima, único estado brasileiro que não tem conexão com o Sistema Nacional.
“Tem uma questão de infraestrutura, que não está sendo utilizada e se desgastou ao longo desse período”, disse o presidente do ONS, o executivo Luiz Carlos Ciocchi, nesta sexta-feira (2).
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Ciocchi disse também que as linhas de transmissão e os equipamentos estão desgastados. "Não tem acordo, isso tudo vai ser estudado agora. Por enquanto, tirou-se o bloqueio e agora vamos estudar: que energia vem, quanto podem nos enviar, quanto nós queremos receber e qual o meio”, afirmou o executivo.
Ciocchi também colocou que, com a compra da energia da Venezuela, pode haver uma descarbonização da matriz em Roraima, que utiliza muitas termelétricas a combustíveis fósseis. Na última segunda-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil quer retomar a relação energética com a Venezuela.
A declaração foi dada em entrevista bilateral, durante a visita de Nicolás Maduro a Brasília. “Aquele linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento porque não se justifica Roraima ser o único Estado fora da matriz energética brasileira, funcionando na base termoelétrica, muito mais cara, muito mais poluente”, disse Lula, referindo-se à linha de transmissão que escoa a energia do complexo hidrelétrico venezuelano de Guri-Macágua para Roraima.
Em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a transmissão de energia no linhão do Guri foi cortada depois de apagões na Venezuela.
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