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Polícia investiga morte da ativista trans paraense no Rio de Janeiro

Família pretende trazer o corpo ao Pará. No entanto, devido a burocracias documentais e falta de recursos financeiros, isso ainda não foi possível.

O Liberal

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga as circunstâncias da morte de Danielly Rocha da Silva Sousa, 38 anos, ativista trans paraense que foi encontrada morta na madrugada da última sexta-feira (2), na casa onde morava, na Lapa, região central da capital fluminense. O caso é apurado por agentes da 5ª DP (Mem de Sá), que realizam diligências para esclarecer o crime.

Imagens de uma câmera de segurança instalada em uma borracharia em frente ao imóvel onde Danielly residia mostram um homem saindo do local por volta de meia-noite e meia. A polícia ainda não divulgou informações sobre a identificação desse suspeito.

Danielly morava no Rio há cerca de 15 anos e era conhecida por seu trabalho como cozinheira, empreendedora e militante da causa LGBTQIA+. A família pretende trazer o corpo ao Pará. No entanto, devido a burocracias documentais e falta de recursos financeiros, isso ainda não foi possível.

“Estamos em choque. Dani era uma pessoa maravilhosa. A última vez que ela esteve em Belém foi ótimo. Alugamos uma van para sair todo mundo junto, para fazer tudo o que ela queria. E agora aconteceu essa tragédia”, lamentou a irmã, Célia Sousa.

Manoela Menandro, amiga que morou com Danielly por cerca de 10 anos, afirmou que a paraense estava especialmente animada nos últimos dias. “Danielly era alto astral, fazia muita amizade, era querida por muitas pessoas. Ela era querida por onde passava. Danielly estava mais animada do que o normal ultimamente porque o aniversário dela seria no dia 8 de maio. Nós éramos família uma da outra”, comentou.

Ela também disse não acreditar que a morte tenha relação com um suposto namorado. “Disseram que ela estava conhecendo um rapaz, mas é mentira. Ela não tinha um relacionamento. Mas a Danielly costumava receber pessoas em casa para encontros casuais”, disse.

Ana Luiza Ferreira, que também dividia a casa com Danielly, destacou o vazio deixado pela perda. “A partida da minha querida ‘mirim’, deixou um vazio difícil de descrever. Mais do que amiga, a Danielly foi minha parceira de casa, de rotina, de vida. Ainda é muito difícil acreditar em tudo isso, mas guardarei para sempre nossas conversas, risos e a força da amizade que criamos. Levo comigo a lembrança de uma pessoa generosa, doce e única. Que ela descanse em paz e continue iluminando a todos que tiveram a sorte de conhecê-la”.

A prima Cida Passos, uma das poucas familiares que moram no Rio, foi quem atendeu ao chamado para reconhecer o corpo no Instituto Médico Legal (IML). “Nascemos no interior do Pará e fomos criadas juntas. Recebi uma ligação do irmão da Dany pedindo para eu reconhecê-la no Instituto Médico Legal (IML). Para mim, foi um choque”, disse.

Burocracia atrasa liberação do corpo

O corpo de Danielly ainda não foi liberado porque é exigida a certidão de nascimento retificada com o nome social. O documento está no Pará, mas não foi enviado até o momento por falta de recursos.

“Existe a certidão de nascimento já com o nome dela retificado. Mas a família dela não teve condições financeiras de enviar para cá, já que o cartório não envia gratuitamente. A Danielly também não conseguiu pagar para trazer. No Rio, toda a documentação que ela tinha é com o nome masculino. E isso está dificultando a liberação e, consequentemente, o sepultamento”, explicou Manoela.

O objetivo da família é realizar o velório e sepultamento no Pará. Para isso, uma vaquinha online foi criada para arrecadar fundos e viabilizar o traslado do corpo.

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