VÍDEO: operação da PF destrói três mil pés de maconha no nordeste paraense
Ação envolveu grande efetivo de agentes e aeronave, em Capitão Poço, Garrafão do Norte e Nova Esperança do Piriá

O O Nordeste Paraense é uma região onde as forças de segurança tem atuado intensamente para tentar erradicar um problema que aflige aquela região: o plantio de maconha, atividade criminosa que se aproveita da fartura das terras banhadas pelo Rio Guamá para cultivar a planta que é ilegal no Brasil. No último final de semana, a Polícia Federal, com apoio de outras instituições, se concentrou em localizar e erradicar plantações localizadas em áreas de Nova Esperança do Piriá, Capitão Poço e Garrafão do Norte. Em quatro dias de incursões, feitas até o último sábado (7), foram encontrados e destruídos 3 mil pés da erva, totalizando cerca de uma tonelada de droga que não chegou às ruas por conta da Operação Fusarium. Veja:
LEIA MAIS:
- Operação da Polícia Federal destrói plantações com até uma tonelada de maconha no Pará
- Ação da PF conscientiza crianças contra as drogas em escola de Capitão Poço
Ao todo, 40 homens participaram da operação. O Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros também atuaram na operação, prestando suporte à PF para desbravar a região que apresenta várias dessas roças, espalhadas por áreas de difícil acesso entre vales, rios e matas. As ações se estendem por vários dias, e além de erradicar, a polícia buscou prevenir, realizando um trabalho socioeducativo com crianças e plantando um exemplo positivo na vida de estudantes da rede municipal.
Trabalho com estudantes com foco na prevenção
Antes de partir para a missão nas plantações, a PF e o Graesp levaram suas aeronaves ao Estádio Municipal de Futebol de Capitão Poço para uma rápida aula ao ar livre com crianças de uma escola pública, com foco na conscientização contra as drogas.
“A importância do trabalho com as crianças, não apenas em Capitão Poço, mas em qualquer lugar, é o foco no trabalho preventivo. Obviamente, a polícia tem o trabalho repressivo de combate às drogas, mas essa é uma outra frente que a gente tem que trabalhar que é a prevenção. Fica mais fácil assim para as forças de segurança impedir que essas crianças tenham acesso às drogas e fazer com que elas despertem o interesse nas forças de segurança”, explica o delegado da Polícia Federal, Vinicius Lima.
As crianças, com idades entre 10 e 11 anos, não escondiam o fascínio pelos brilhantes helicópteros, fazendo perguntas sobre o funcionamento das aeronaves. “A gente trata bastante na sala de aula essas questões”, diz a professora Cristina Soares, da escola municipal Mariana das Graças da Silva Aguiar, sobre a importância dessa ação de conscientização sobre as drogas com seus alunos. “Estamos em uma área de periferia. A gente sempre aborda esse assunto com eles, mas vocês sabem que aluno acha a professora chata às vezes. Então, eles vendo os policiais e conversando, eles veem que o que a gente conversa com eles é para o bem”, conta a professora que ensina para o 5º ano.
“Estou amando. Eu nunca conheci um helicóptero e está sendo muito incrível! Eu quero ser policial”, comemorou a aluna Jamile Almeida, de dez anos. Emocionada, ela e seus colegas dobraram os pescoços e não tiraram os olhos do céu, assistindo a uma demonstração de voo com as aeronaves.
Ações em campo exigem esforço
Encerrada a ação educativa, os agentes e a equipe de O Liberal saíram de Capitão Poço e percorreram 70 quilômetros pela rodovia PA-124, passando por Garrafão do Norte até chegar à base em Nova Esperança Piriá, De lá, cerca de 40 policiais federais definiram as estratégias para mais um dia de destruição das plantações de maconha. As duas aeronaves da Polícia Federal e uma do Graesp decolavam o tempo todo, assim que uma nova área de cultivo era localizada. Depois de confirmado que era seguro pousar, os policiais chegavam às plantações por trilhas, percorrendo barrancos, matas e atravessando igarapés.
“A Polícia Federal, por meio do trabalho de inteligência, logrou êxito em identificar áreas onde há o cultivo ilícito. Identificadas essas áreas, a equipe diligenciou ao local, com apoio de outras forças, em uma ação conjunta e integrada. Eliminamos esse problema na própria raiz, antes que esse produto entre em circulação na sociedade”, explicou o delegado Talles Costa, que coordenou a operação.
“Onde tiver esse tipo de plantação, esse cultivo ilícito, a gente vai identificar e promover a erradicação. Os cultivos ilícitos utilizam várias áreas. Independente de qual área esteja essa plantação, a gente vai atuar no sentido de erradicar e destruir”, ressaltou o delegado da PF.
As chamadas roças de maconha estão em lugares de difícil acesso, escolhidas pelos criminosos para evitar que sejam localizadas. Muitas dessas plantações são cercadas de armadilhas - os chamados bufetes, armas que disparam quando se pisa sobre uma delas, deixadas pelos traficantes para evitar que as pessoas se aproximem.
Por isso, ter agentes que consigam se deslocar com segurança é fundamental. Rogério Matos, agente da Polícia Federal com 25 anos de carreira, era um dos especialistas que atuou na operação, usando suas habilidades de rastreio na mata. “Eu sou responsável pelo levantamento aéreo dos plantios. Tenho uma expertise nessa área já muito tempo, e fica mais fácil visualizar onde tem e onde pode ter uma roça de Cannabis sativa”, explica o agente.
Além da incursão acompanhada pela reportagem, outros agentes atuavam em outras plantações, fazendo um trabalho simultâneo pela região. As operações de localização e destruição de plantações de maconha no nordeste paraense seguem pelos próximos dias.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA