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Naufrágio de Cotijuba: comandante da lancha vira réu por 24 homicídios e 62 tentativas

A decisão foi acatada após solicitação do Ministério Público e familiares das vítimas

O Liberal

Nesta segunda-feira (12), o comandante da lancha Dona Lourdes 2, Marcos de Souza Oliveira, envolvida no naufrágio de Cotijuba, foi citado formalmente na secretaria do Tribunal do Júri de Belém como réu pelo assassinato de 24 vítimas da tragédia e pela tentativa de homicídio de outras 62. A decisão ocorreu após a juíza da 2ª Vara, Sarah Castelo Branco, acatar a manifestação do Ministério Público do Pará (MPPA) e dos advogados das vítimas. 

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Desde o dia 7 de dezembro a decisão havia sido publicada no tribunal. Uma das reivindicações dos familiares das vítimas é que ocorresse uma recontagem do número de mortos, pois a quantidade apontada pela Polícia Civil seria menor do que o número real de vidas perdidas. Após a correção da falha e com a identificação de todas as pessoas, o caso deve seguir normalmente na justiça.

Vale destacar que, desde o mês de outubro, o MPPA considera que um bebê que estava na barriga da mãe durante o naufrágio também é uma vítima da tragédia. Sendo assim, o número de vítimas fatais foi atualizado para 24. A criança teria nascido no barco, no momento do desespero da mãe e não sobreviveu. 

José Siqueira, que perdeu a irmã na tragédia e pôde resgatar a mãe e o sobrinho que estavam no barco, fala sobre a esperança que tem de ver ‘a justiça sendo feita’. “É uma luz no fim do túnel, porque já se passaram um ano e dois meses na estaca zero. Depois de todos os atos que nós fizemos parece que voltou a se movimentar o processo. A nossa esperança que a justiça seja feita. A gente já passou muito tempo na espera e parece que nunca chegava, estava retrocedendo. Mas agora, eu e os outros familiares de vítimas estamos na esperança de que em 2024 realmente o assassino pague pelas vidas que ele tirou”, afirma. 

Segundo ele, a mãe, de 78 anos, continua traumatizada. “Eu, que não estava na viagem, sinto como se tivesse vivido. Depois de tudo, ela conseguiu voltar pro Marajó só depois de oito meses. Ela não conseguia entrar no barco. Várias vezes que ela tentou ir para lá, ela passava mal, tinha que ir para emergência. Ela tem acompanhamento médico e precisa estar nesse vai e vem”, relata.  

A Redação Integrada de O Liberal solicitou o posicionamento da defesa do comandante da lancha Dona Lourdes II e aguarda o retorno. 

Relembre o caso 

A lancha “Dona Lourdes II” naufragou no dia 8 de setembro de 2022, na Baía do Marajó, próximo à Ilha de Cotijuba, em Belém. O naufrágio resultou na morte de 24 pessoas (13 mulheres, seis homens, quatro crianças e um bebê).  A última vítima fatal a ser encontrada morta foi Sophia Loren Andrade dos Santos, de apenas 4 anos, após 26 dias de buscas nas águas. Os sobreviventes foram 66. A embarcação operava de forma clandestina, não estando autorizada a oferecer o serviço de transportes de passageiros. Além disso, os equipamentos de segurança, como os coletes, estavam em desconformidade com as normas em vigência.

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