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​Motos aquáticas representam perigo para banhistas e ribeirinhos em Belém, diz moradora do Combu

Ilha do Combu e arredores da região insular da capital se tornam pontos de encontro de uso de motos aquáticas

Ana Laura Carvalho
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Em uma rápida volta pela Ilha do Combu, um dos destinos mais procurados aos finais de semana e feriados, é possível observar inúmeras irregularidades que envolvem as motos aquáticas e seus pilotos: alta velocidade, manobras arriscadas, ingestão de bebida alcoólica, dentre outros. A presença massiva deste meio de transporte nas águas assusta tanto os ribeirinhos quanto quem atravessa para a Ilha, em busca de tranquilidade.

Moradora do Combu, Eliane de Oliveira trabalhava como garçonete em um restaurante localizado em um dos furos de acesso à chamada “Prainha”, que começou a ser explorada recentemente na região ribeirinha. Lá, ocorre grande concentração dos chamados jet skis, bem como de lanchas de grande e médio porte.

“Tem dois bares flutuantes e eles se metem tudo para lá. Esse foi outro impacto que a gente sentiu, porque tirou um pouco da nossa freguesia”, relatou Eliane. Ela também afirma que a movimentação das motos aquáticas ocorre diariamente, representando uma ameaça à rotina dos ribeirinhos e ao momento de lazer dos banhistas.

“Só porque eles têm dinheiro e a gente é ribeirinho, eles se acham no direito de fazer o querem. Nós temos medo. A gente não deixa as nossas crianças saírem, porque é um perigo. Eles passam e não estão nem aí. Se baterem alguém, eles deixam para trás, não param para prestar socorro e ainda saem achando graça, fazendo pouco. E é assim que a gente vive”, revelou.

A equipe de reportagem de O Liberal se deslocou até a “Prainha” e flagrou dezenas de embarcações, do tipo jet ski e lancha, cujos comandantes e passageiros formavam uma verdadeira festa, regada a bebida alcoólica e música alta. Durante a presença da equipe de reportagem, nenhuma fiscalização foi vista.

No retorno à capital, a própria reportagem foi alvo do desrespeito praticado por parte de um piloto de moto aquática. Ao perceber que estava sendo filmado, o homem realizou uma manobra, possivelmente proposital para banhar a equipe e causar prejuízo aos equipamentos.

Atitudes como essa também já foram testemunhadas pela publicitária Taymari Leão, 24, que sempre se desloca para a Ilha do Combu nos momentos de folga do trabalho. “Eu estava no barco com uma amiga indo para um restaurante do Combu. Um homem veio com o jet ski no sentido contrário e, quando passou do lado do barco em que a gente estava, ele simplesmente acelerou para espirrar água, molhando todos que estavam lá”, detalhou.

image No passeio da desigualdade, usuários pilotam motos aquáticas por diversão, enquanto quem depende de transporte fluvial individual ou coletivo se vê em risco (Thiago Gomes / O Liberal)

No barco, segundo a publicitária Taymari, haviam cerca de dez pessoas. Todas elas ficaram molhadas e bastante chateadas com a situação. “Algumas pessoas viram e comentaram que o homem saiu rindo no jet ski. Depois, ele voltou e fez de novo a mesma situação”.

“Eu acho uma falta de respeito e noção da pessoa que faz isso. Era uma situação que poderia gerar vários acidentes, tanto para nós, que estávamos no barco, quanto para o próprio homem. Deveria ter mais fiscalização e firmeza nas leis no Combu, principalmente para nos dar mais segurança nessas viagens”, desejou Taymari.

Sem se identificar, um barqueiro – como são chamados os homens que trabalham com o  transporte de pessoas para a Ilha do Combu – garantiu que todas essas situações são comuns. “Eles sempre fazem isso, e a gente não tem muito o que fazer. Não temos como competir com o poder que eles gostam de ostentar aqui”, lamentou.

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