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Morre mulher que teve intestino perfurado durante parto em Marabá

A mulher estava hospitalizada no Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP) desde o dia 19 de dezembro

O Liberal
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Tereza Nunes de Castro, de 23 anos, que estava internada em estado gravíssimo no Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, sudeste do Estado, morreu na noite deste sábado (27). Ela teve o intestino perfurado durante o parto do segundo filho, nascido em outubro do ano passado, no Hospital Materno Infantil (HMI), localizado no mesmo município. 

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Em 24 de outubro de 2023, Tereza deu entrada no HMI, já em trabalho de parto, para dar à luz ao filho, Abraão. Na ocasião, ela teria apresentado fala desconexa e desnutrição grave, pesando apenas 39 kg. Apesar do parto complicado, na volta para casa, tudo estava, aparentemente, dentro do esperado. Só que o bebê não parou de chorar por vários dias e a barriga da mãe apresentou um inchaço que preocupou os parentes. O recém-nascido precisou ser atendido no Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde foi descoberto que uma fratura no braço dele.

Foi então que a mãe da criança retornou ao hospital e teve o diagnóstico de infecção abdominal. Em novembro, ela foi transferida para o Hospital Municipal de Marabá (HMM). Lá, foi identificado um abscesso (uma espécie de cisto com pus), que foi drenado na unidade. Em 19 dezembro, Tereza foi transferida ao HRSP, onde estava sendo mantida em coma induzido e entubada.

“A minha filha morreu por volta das 20h de sábado (27) e nos informaram algumas horas depois. Eu não tinha condições de ir lá e minha irmã foi no meu lugar. O hospital pediu para minha irmã acionar a funerária. Mas o caso da Tereza não foi morte natural, ela morreu devido às complicações do parto”, contou Regiane de Castro, mãe da Tereza. A genitora acrescentou que a filha está no Instituto Médico Legal (IML) para que o corpo passar por um exame para identificar a causa da morte.

O enterro de Tereza Nunes de Castro está sendo realizado no final da tarde deste domingo (28), no Cemitério da Saudade da Folha 29, em Marabá. 

Posicionamentos

Diorgio Santos, diretor do Conselho Municipal de Saúde de Marabá, informou à reportagem que a representação “tomou todas as providências, inclusive, em reunião extraordinária, a mãe (da vítima) foi ouvida e fez toda a denúncia de maneira presencial”. E ressalta que os conselheiros deliberaram pelos afastamentos da profissional que realizou a cirurgia, do diretor técnico e clínico do HMI e da secretária de Saúde. 

“O posicionamento desses documentos já estão sendo totalmente finalizados para ser dado em todos os órgãos. Os documentos com toda certeza serão entregues ao Ministério Público, solicitando afastamento da secretária para o próprio prefeito. E vamos também, agora, mandar toda a documentação de denúncia para a Polícia Civil, para que seja aberto o inquérito de fato, que seja investigado, e chegue em quem errou, e que o culpado pague, porque, infelizmente, por um erro, uma mãe de 23 anos, nova, no auge da sua idade, deixa dois filhos órfãos”, disse Diorgio Santos. 

Sobre o caso, a Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA) informou, por meio de nota,  que “perícias foram solicitadas pelas equipes da Seccional de Marabá que investigam o caso sob sigilo”.

Ao Grupo Liberal, o HMI informou que Tereza deu entrada no hospital no dia 24 de outubro de 2023, “por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, sem acompanhante, em franco trabalho de parto, sem registro de pré-natal ou qualquer acompanhamento médico, apresentando fala desconexa, desnutrição grave, pesando 39 kg”.

“Sendo assim, logo durante o primeiro atendimento foi identificado que o feto encontrava-se em posição transversa (atravessado no útero), tendo sido realizado parto cesáreo com difícil extração devido a apresentação anormal”, afirma o HMI.

Após o parto, o hospital afirma que Tereza recebeu alta e que estava com os sinais clínicos estáveis. “No dia 30/10/2023 a paciente retornou ao Hospital novamente trazida pelo SAMU com histórico de dor abdominal, vômitos e evacuações, ferida operatória com odor fétido e desnutrição grave”.

Tereza foi internada por 10 dias para tratar a infecção abdominal. De acordo com o HMI, a paciente saiu do hospital, sem autorização médica, no dia 02 de novembro de 2023. 

“Dois dias após a evasão, a paciente retornou ao HMI mantendo quadro de infecção quando foi novamente internada para realizar tratamento com antibióticos e avaliação com cirurgião geral que solicitou transferência para UTI do Hospital Municipal de Marabá, sendo realizada a transferência no dia 05/11/2023”.

Durante a avaliação médica pela equipe do Hospital Municipal, foi identificado que a paciente possuía abscesso cavitário (quando há presença de pus ou material infectado geralmente decorrente de uma infecção localizada dentro da cavidade peritoneal), sendo realizada laparotomia exploradora para drenagem do abscesso. 

Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou processo de auditoria interna para elucidação do caso, com o devido informe ao Ministério Público Estadual e Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, para os quais encaminhará parecer conclusivo da auditoria tão logo seja finalizada. 

A Redação Integrada de O Liberal tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Marabá e a prefeitura da cidade. Entretanto, a reportagem não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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