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Moradores do conjunto Bela Vista denunciam invasão e venda de terras em área de preservação

Um morador ouvido pela reportagem, na manhã deste sábado (28), disse que as terras foram roçadas ao longo da semana, para que hoje pudessem começar a receber obras

O Liberal
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Moradores do entorno da avenida Centenário com a Júlio César, bairro de Val-de-Cans, em Belém, denunciaram, na manhã deste sábado (28), uma suposta invasão que estaria acontecendo em uma área de preservação ambiental pertencente ao conjunto Bela Vista.

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Informações apuradas pela reportagem de OLiberal.com dão conta de que as terras já teriam sido vendidas ilegalmente. Nesta semana, um homem foi flagrado roçando a área, para que neste sábado, às 8h, os compradores pudessem começar a construir seus empreendimentos, mesmo havendo uma liminar na justiça que determina a proibição de qualquer tipo de ação nas terras.

“Essa área foi roçada essa semana durante dois dias. Ela é para o lado da [avenida] Centenário. Fazia parte da reserva de conservação que foi partida ao meio pela Centenário. Um lado ficou para o Bela Vista e outro lado está lá para o Médici [Marambaia]”, detalhou um morador da área, que não será identificado nesta matéria por motivos de segurança.

Ainda de acordo com ele, a antiga diretoria do conjunto Bela Vista teria vendido as terras ilegalmente. “E agora os caras estão tentando aos poucos entrar”, afirmou o morador, ao acrescentar que existem lotes que foram vendidos até por R$ 1 milhão.

Vídeos enviados à reportagem mostram o terreno já bastante desmatado, aparentemente pronto para receber construções. “Só o fato de terem desmatado já é irregular, porque não era para terem desmatado.Os caras começam a construir na hora. Chegam com caminhão, despejam, batem cimento, para começar a erguer alguma coisa para dizer que já estão ocupando”, disse o morador.

O advogado dos compradores do lote do conjunto, Manoel Machado, negou a acusação dos moradores e explicou que toda a área é de propriedade particular. Segundo ele, a área de preservação ambiental que foi cedida para a construção do parque ambiental pertence ao conjunto Médici e não ao Bela Vista. O advogado disse ainda que no conjunto Bela Vista há três bosques de com vegetação intacta que continuarão preservados.

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou, em nota, que uma equipe técnica do órgão será enviada ao local, para avaliar a situação e tomar as providências cabíveis. "A Seurb informa também que o secretário de Urbanismo já marcou uma reunião com um grupo de moradores e o presidente da Associação de Moradores do Conjunto para terça-feira, 31 de maio", concluiu.

Associação

A associação de moradores do conjunto informou, nesta segunda-feira (30), que está vigilante para acionar a polícia a qualquer momento, caso constate a presença de materiais de construção na área. De acordo com o presidente da associação de moradores do conjunto Bela Vista, Mateus Giácomo, a área em questão foi doada para o Parque Ecológico de Belém ainda na década de 1990, antes da construção da Avenida Centenário, que dividiu a área em duas partes: uma para o lado do Bela Vista e outra do Médici (Marambaia).

“Existe uma documentação em cartório dessa doação para o Parque Ecológico. Mas há cerca de 10 anos atrás, quando veio a Centenário, a antiga diretoria do conjunto começou a vender os lotes, dizendo que não tinham doado nada”, conta o presidente.

Mateus diz que grandes empresários compraram os terrenos por valores de, no mínimo, R$ 500 mil.  “A gente fez denúncia, a polícia já veio, mas não fizeram nada ainda porque não tinha material de construção no local. A gente está vigilante para acionar a polícia novamente caso apareça qualquer material de construção na área”, relata o presidente da associação. 

 

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