Área no conjunto Bela Vista segue em disputa, em Belém
Associação de moradores está vigilante para denunciar qualquer sinal de construção
Moradores do entorno da avenida Centenário com a Júlio César, no bairro de Val-de-Cans, em Belém, denunciaram, no último sábado (28), uma suposta invasão em uma área de preservação ambiental pertencente ao conjunto Bela Vista. A associação de moradores do conjunto diz que está vigilante para acionar a polícia a qualquer momento, caso constate a presença de materiais de construção na área.
De acordo com o presidente da associação de moradores do conjunto Bela Vista, Mateus Giácomo, a área em questão foi doada para o Parque Ecológico de Belém ainda na década de 1990, antes da construção da Avenida Centenário, que dividiu a área em duas partes: uma para o lado do Bela Vista e outra do Médici (Marambaia).
“Existe uma documentação em cartório dessa doação para o Parque Ecológico. Mas há cerca de 10 anos atrás, quando veio a Centenário, a antiga diretoria do conjunto começou a vender os lotes, dizendo que não tinham doado nada”, conta o presidente.
Mateus diz que grandes empresários compraram os terrenos por valores de, no mínimo, R$ 500 mil. Esta semana, um homem foi flagrado roçando a área, o que acendeu o alerta de que os compradores dos terrenos pudessem começar a construir seus empreendimentos, mesmo havendo uma liminar na justiça que determina a proibição de qualquer tipo de ação nas terras.
“A gente fez denúncia, a polícia já veio, mas não fizeram nada ainda porque não tinha material de construção no local. A gente está vigilante para acionar a polícia novamente caso apareça qualquer material de construção na área”, relata o presidente da associação.
Mateus conta, ainda, que algumas áreas já chegaram a ter construções iniciadas, cuja responsabilidade de demolição seria da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), por se tratarem de construções ilegais. A Seurb foi contactada pela redação integrada de O Liberal para prestar os devidos esclarecimentos, mas, até agora, não houve retorno.
O advogado dos compradores do lote do conjunto, Manoel Machado, negou a acusação dos moradores e explicou que toda a área é de propriedade particular. Segundo ele, a área de preservação ambiental que foi cedida para a construção do parque ambiental pertence ao conjunto Médici e não ao Bela Vista. O advogado disse ainda que no conjunto Bela Vista há três bosques com vegetação intacta que continuarão preservados.
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