Julgamento de fazendeiro Delsão foi adiado
Crime ocorreu em 2000, em Rondon do Pará; entidades e família do sindicalista se negaram a ir a tribunal
Foi adiada a sessão de julgamento do fazendeiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, que deveria ocorrer no Tribunal do Juri, em Belém, na manhã desta quarta-feira (31).
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Décio Nunes é acusado de ser o mandante da morte do sindicalista José Dutra da Costa, em novembro de 2000, em Rondon do Pará, no sudeste paraense.
Presidida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, a sessão marcada para às 8h foi cancelada a pedido das duas partes.
O promotor de justiça Franklin Lobato Prado atua na acusação. Os advogados de defesa são Roberto Lauria e Anete Denise Silva Pereira.
Essa seria a segunda vez que Décio Nunes sentaria no banco dos réus.
Em 2014, Décio foi condenado a 12 anos de prisão, mas o júri foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), que determinou novo julgamento.
O crime completará 18 anos no próximo dia 21 de novembro.
AUSÊNCIAS
O fazendeiro que é réu estaria internado em tratamento médico, e por causa disso não poderia comparecer à sessão.
Por sua vez, organizações sociais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará e entidades Terra de Direitos e Justiça Global, já haviam divulgado na terça-feira (30) uma nota pública anunciando que não participariam do segundo julgamento de Delsão.
O documento destaca que as entidades e trabalhadores a elas ligados entendem que "não existirão condições mínimas para que seja feita justiça durante o julgamento".
O julgamento ocorre em Belém porque o processo foi desaforado para a comarca da capital.
[Delsão já havia sido condenado a 12 anos de prisão no primeiro julgamento], ocorrido em Belém, em 30 de abril de 2014.
Atendendo a recurso da defesa de Delsão, o TJPA anulou o primeiro julgamento.
Esposa do sindicalista assassinado, no último julgamento de Delsão (Elivaldo Pamplona/Arquivo O Liberal)
Veja a nota publicada ontem pela família e entidades:
Ao longo desses 18 anos, os familiares do sindicalista, com apoio da Fetagri e de entidades de defesa dos direitos humanos, como CPT, SDDH, Terra de Direitos e Justiça Global, concentraram todos os esforços para que todos os acusados pelo assassinato do sindicalista fossem identificados e punidos, mas, forças contrárias que atuam dentro do governo do Estado, do Ministério Público e do Poder Judiciário têm impedido que isso aconteça.
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