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Grupo Liberal lança videocast 'Histórias de Polícia', com Paulo Tamer; saiba a data da estreia

No primeiro episódio, Tamer fala sobre um caso de muita repercussão no Pará: "O Monstro da Ceasa", um assassino em série que matou 3 adolescentes em Belém

Dilson Pimentel
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O Grupo Liberal lança, na próxima terça-feira (dia 19), mais um produto. É o videocast “Histórias de Polícia”, com Paulo Tamer. Tamer é delegado de Polícia Civil e advogado. É consultor de segurança e tem mais de 30 anos de experiência na segurança pública. O programa terá frequência quinzenal.

Tamer já foi Coordenador da Polícia Civil do Pará, o equivalente, hoje, a Delegado Geral. Foi titular de várias seccionais da Polícia Civil e comandou investigações complexas e de repercussão social. A websérie de O Liberal é apresentada pelo repórter Dilson Pimentel, do Núcleo de Cidades de O Liberal, e contará inicialmente com oito episódios. E estará disponível no portal OLiberal.com, através da plataforma LibPlay e no Youtube do jornal, às 21 horas.

Neste primeiro episódio, o delegado Paulo Tamer fala sobre as investigações sobre o serial killer André Barbosa, que ficou conhecido como “O Monstro da Ceasa” ou “Maníaco da Ceasa”. André matou três adolescentes, todos moradores do bairro do Guamá, em Belém, entre dezembro de 2006 e março de 2007. A investigação policial para identificá-lo e prendê-lo durou 11 meses. Foi uma investigação complexa, em que foi montada uma força-tarefa, comandada pelo delegado Paulo Tamer.

A Polícia Civil prendeu André em fevereiro de 2008. E, em novembro do mesmo ano (2008), ele foi condenado a 104 anos de prisão pela morte de três meninos nas matas da Ceasa, em Belém: José Raimundo Oliveira, Adriano Augusto Nogueira Martins e Ruan Valente Sacramento.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que André Barbosa está em prisão domiciliar sem monitoramento eletrônico desde 21 de dezembro de 2023, de acordo com decisão judicial. Ele era feirante, escoteiro e ex-militar. O delegado Paulo Tamer falou sobre os bastidores da investigação e de todo o trabalho que foi feito até se chegar à conclusão de que os crimes eram praticados por um matador em série.

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Um serial killer só é identificado a partir do segundo ou terceiro crime

“Você só consegue identificar a presença de um serial a partir do segundo ou terceiro ato que ele pratica. Ele deixa ‘assinaturas’: o mesmo local de crimes, o mesmo modus operandi. Tudo idêntico. É uma investigação muito complexa”, disse. “Ele não é um bandido do dia a dia. É uma pessoa que tem um desvirtuamento de personalidade que leva ele à necessidade de matar”, afirmou.

Em outro trecho do videocast, o delegado contou que, em uma investigação dessa natureza, toda possibilidade precisa ser analisada. “Nada a gente podia descartar. Foi uma investigação profunda. A gente precisava ter calma, mas sempre contando com a possibilidade de que ele iria agir de novo. Porque ele sente a necessidade de agir”, completou.

No decorrer das apurações, Tamer fazia palestras em escolas e centros comunitários, exatamente para alertar os moradores sobre a ação de um assassino em série. E, também, para “intranquilizar” o serial, para ele saber que a Polícia estava muito perto dele. Estávamos chegando nele”, afirmou. “Eu acredito até que ele estivesse presente em alguma dessas palestras”, completou.

No final de uma dessas palestras, uma senhora perguntou sobre o que era um serial killer - nesses encontros, o delegado também exibia imagens de crimes. “Que coisa horrível. O que é um serial killer?”, a senhora perguntou. “Eu respondi: ‘Pode ser qualquer pessoa desse ambiente. Ele é uma pessoa insuspeita. Ele não age para ficar com qualquer bem matrimonial de sua vítima. Ele age por necessidade de agir”, explicou.

image No dia seguinte à sua prisão, André Barbosa deu uma entrevista, exclusiva, ao repórter Dilson Pimentel, de O Liberal (Foto Jaime Souzza/ Arquivo O liberal)

Tia não sabia que sobrinho era o matador em série

Essa senhora não sabia. Mas o assassino em série procurado pela polícia estava na família dela. André Barbosa, descobriu-se depois, era sobrinho dela. Ela passou mal quando ele foi preso. “Quando entramos na casa para buscar (prender) o André, ela caiu. Ela não sabia de nada. Nem a família suspeitava”, afirmou. Ele era acima de qualquer suspeita para o bairro todo. “Era uma pessoa querida no bairro todo”, comentou. Tamer também lembrou do momento da prisão do serial. “André, a casa caiu. Você é o serial killer. Foi quando a tia dele caiu desmaiada”, contou o delegado, ao dar voz de prisão para André.

Outro detalhe: a Polícia não só contava com um novo ataque do serial. Mas, por mais paradoxal que pudesse parecer, os investigadores precisavam de um novo ataque dele. “A gente sabia que ele estava tão intranquilo que um novo ataque que ele fizesse nós chegávamos nele”, explicou. Tamer também disse que chegou a pensar como um assassino em série agiria. “Temos que nos transportar. Temos que incorporar um serial killer. Se eu fosse um, o que eu iria fazer? Iria matar de que forma? Nós somos obrigados a ter esses raciocínios”, afirmou.

Paulo Tamer revelou ainda que foi montada uma logística complexa para prender o suspeito. O receio é que ele pudesse investir contra os policiais, o que poderia obrigar a uma reação dos agentes, assim como ele poderia tentar tirar a própria. Se André morresse durante a prisão, e ainda que houvesse muitas evidências contra ele, provavelmente ficaria, para sempre, na cabeça da população, a dúvida: ele era, de fato, o assassino em série tão procurado pela Polícia?. Mas, para a Polícia, não havia dúvidas.

Depois de preso, e após mais de quatro horas de interrogatório, ele pediu um padre e um juiz, dando a entender que confessaria os crimes. Isso foi feito. “Ele vai entregar tudo agora, graças a Deus. Nada. Ele queria o padre e o juiz para descansar a mente. Ele queria se livrar um pouco da gente”, afirmou Tamer. O interrogatório durou quase 24 horas. A confissão ocorreu depois. “Um serial não se arrepende. Tanto que, na Justiça, negou. E ele pode voltar a matar”, disse.

SERVIÇO:

Videocast “Histórias de Polícia”, com Paulo Tamer

Estreia: dia 19 de março (terça-feira)
Horário: 21 horas
Onde assistir: Youtube de O Liberal e LibPlay de O Liberal

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Polícia
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