Golpe do falso consórcio: Operação nacional prende líderes de esquema criminoso no Pará
De acordo com a polícia, o golpe consistia em atrair vítimas por anúncios falsos de imóveis e veículos publicados em redes sociais ou por call centers clandestinos

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Civil do Pará (PCPA) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (13), a terceira fase da Operação Sombra Financeira, que prendeu 12 pessoas em nove estados brasileiros, entre eles o Pará. Os suspeitos integrariam uma organização criminosa nacional especializada no golpe do “falso consórcio”, que movimentou cerca de R$ 500 milhões em transações bancárias suspeitas.
Os mandados judiciais foram cumpridos em Manaus (AM), Belém, Santarém e Ananindeua (PA), Maceió e Marechal Deodoro (AL), Itabaiana, Lagarto e Aracaju (SE), Salvador (BA), Fortaleza e Eusébio (CE), Belo Horizonte (MG), São Paulo, Diadema e Campinas (SP) e Florianópolis (SC). A ação contou com apoio das polícias civis de todos os estados envolvidos.
Entre os presos estão um homem e uma mulher apontados como líderes do esquema, capturados em Eusébio (CE), na região metropolitana de Fortaleza. Além das prisões, foram cumpridas 33 ordens de busca e apreensão, com apreensão de celulares, documentos e R$ 60 mil em espécie.
Pará
No estado do Pará, a operação foi coordenada pela Seccional Urbana de São Brás, em Belém, e pela Superintendência Regional de Santarém. Foram cumpridos mandados de prisão em Belém e Santarém e de busca em endereços de Ananindeua e Castanhal. Ao todo, 13 policiais paraenses participaram da ação, que prendeu Adria Carla Picanço Bentes em Santarém e colaborou para a localização e prisão, em São Paulo, de Ágatha Daphine Queiroz Monteiro.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Rodrigo Simões Palma, da Central de Garantias de Curitiba (processo nº 0003706-90.2025.8.16.0196). Segundo as corporações, a atuação conjunta foi decisiva para o êxito da operação.
Golpe
A investigação começou em janeiro de 2023, em Curitiba, quando quatro pessoas foram presas em flagrante e outras 15 conduzidas à delegacia. De acordo com o delegado da PCPR Tiago Baltazar Dantas, o golpe consistia em atrair vítimas por anúncios falsos de imóveis e veículos publicados em redes sociais ou por call centers clandestinos.
“As vítimas, acreditando que conseguiriam adquirir a casa própria, iam até os escritórios indicados pelos golpistas e pagavam valores solicitados, mas nunca recebiam o bem esperado”, afirmou.
O grupo utilizava pelo menos cinco empresas de fachada, sistemas digitais e grupos de mensagens para aplicar o golpe em diversos estados. Funcionários treinados atuavam com metas de captação e recebiam comissões de cerca de 1% das operações. Após um período, os escritórios eram fechados, deixando as vítimas sem contato, dinheiro ou bens prometidos.
Fases anteriores
Em março de 2024, a segunda fase da operação ocorreu no Amazonas e em Tocantins, com a prisão de cinco pessoas e a apreensão de equipamentos que ajudaram a identificar os líderes do grupo.
Com a ação desta quarta-feira, a Sombra Financeira soma 21 prisões relacionadas ao caso. Desde o início, já foram cumpridos 45 mandados de prisão e busca em todo o país.
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