Corpos de cães supostamente envenenados em Igarapé-Miri são periciados
A necropsia apontou sinais macroscópicos semelhantes em todos os animais examinados. Foram coletadas amostras de estômago, conteúdo alimentar e grânulos com características compatíveis com pesticidas.
A Polícia Científica do Pará realizou, nesta quinta-feira (8), o exame de necropsia em animais mortos após um suposto caso de envenenamento ocorrido no município de Igarapé-Miri. A principal suspeita é de que os cães tenham ingerido "chumbinho", um pesticida de uso proibido e altamente tóxico. Durante a necropsia, foram coletados estômagos, conteúdos alimentares e grânulos encontrados nos corpos dos animais, com aparência compatível com o veneno. O material foi encaminhado para o laboratório de toxicologia forense da Polícia Científica para análise detalhada. A perícia foi realizada em parceria com o laboratório de patologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), no campus de Castanhal.
Segundo o perito criminal e diretor-geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas, a atuação conjunta com a universidade é parte de um trabalho contínuo voltado ao combate de crimes contra animais. “Nós temos uma parceria muito boa com a faculdade de Medicina Veterinária de Castanhal e temos peritos veterinários capacitados, que desenvolvem um serviço muito eficiente nas perícias em animais, que se integram também com a DEMAPA. Toda operação que a DEMAPA deflagra contra maus-tratos a animais eles participam. E nós temos um projeto para esse ano ainda: montar a coordenação de medicina veterinária dentro da Polícia Científica, para eles ficarem especificamente só para atender essa demanda”, explicou.
As diligências começaram nos dias 30 de abril e 1º de maio, quando o perito e médico veterinário Felipe de Sá esteve no município para recolher os corpos e realizar perícia no local onde os animais foram encontrados. Ele relata que os sintomas apresentados em vida já indicavam sinais de intoxicação. “Nesse caso, clinicamente em vida, os animais apresentavam sintomas de intoxicação, o que já configurou uma suspeita. Foi feito um levantamento de local de crime, lá em Igarapé-Miri, onde foi afastada uma hipótese de contaminação ambiental, sugerindo cada vez mais a possível morte por ingestão de praguicidas, o ‘chumbinho’”, detalhou.
A necropsia apontou sinais macroscópicos semelhantes em todos os animais examinados. Foram coletadas amostras de estômago, conteúdo alimentar e grânulos com características compatíveis com pesticidas, que agora serão analisados pelo laboratório de toxicologia forense da Polícia Científica do Pará. A perícia foi realizada em conjunto com a médica veterinária e perita criminal Gabrielle Cardoso.
Felipe de Sá acrescentou que, inicialmente, foram enviados seis animais para análise. No entanto, após o descongelamento dos corpos, foi constatado que se tratavam de cinco adultos – um macho e quatro fêmeas – e dois filhotes em estado avançado de decomposição. “Duas dessas fêmeas estavam em gestação, totalizando 17 fetos que infelizmente foram acometidos e mortos durante esse processo”, lamentou o perito.
Denuncie
Casos de maus-tratos ou crimes contra animais podem ser denunciados anonimamente pelo Disque Denúncia 181, em qualquer delegacia da Polícia Civil ou diretamente na DEMAPA, localizada no quilômetro 1 da Rodovia Augusto Montenegro, em Belém.
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