Chuvas devem se intensificar com chegada de inverno amazônico em dezembro
Estado do Pará deve terminar novembro com chuvas 35% acima da média histórica devido fenômeno La Niña
As chuvas devem se intensificar com a chegada do inverno amazônico a partir de dezembro, mês em que se inicia o período mais chuvoso na região. Os especialistas apontam que as chuvas no Pará devem ficar acima da média histórica, devido a ocorrência do fenômeno La Niña, nos oceanos. O mês de novembro deste ano se encaminha para o final com o nível pluviométrico de chuvas cerca de 35% acima da média histórica.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que novembro de 2025 já está com o acumulado de 236,4 mm de chuvas, contra a média histórica de 151,4 mm.
“Estamos bem acima da média normal, uns 35% acima, em consequência do La Niña que está bem aqui no Pacífico equatorial, e faz com que justamente não exista uma inibição das umidades que se formam no Atlântico equatorial. Como a temperatura está muito elevada no continente acaba trazendo essa umidade, que entra pelo corredor da foz do Amazonas, principalmente para a região do Marajó e de Belém. No continente, como estamos tendo essa alta umidade com as altas temperaturas estão formando essas fortes chuvas”, explica Adriroseo dos Santos, chefe de Divisão do INMET no Pará.
O ano de 2025 será conhecido como um ano das chuvas acima da média no Pará, principalmente no segundo semestre. O prognóstico para dezembro é o mesmo, com o acumulado de chuvas superando os anos anteriores. Como as médias de dezembro já são consideradas altas com 283,5 mm, os paraenses devem esperar chuvas mais fortes com a chegada do inverno amazônico no próximo mês. O ápice das chuvas ocorrerá em março de 2026. O inverno amazônico seguirá até abril de 2026.
Nas outras regiões do Pará, como o sudeste e o Sul, as chuvas também estão ocorrendo. Todas as regiões do Pará devem ter o aumento de chuvas com a chegada do inverno.
As temperaturas máximas em Belém no final de novembro devem alcançar até 34°C e as mínimas 22°C. A sensação térmica nas horas mais quentes do dia podem chegar até 40°C, nas áreas de ilhas de calor na capital. As chuvas vão continuar neste mês localizadas e rápidas, geralmente a partir das 15h.
“Já estamos nessa segunda quinzena de novembro na transição para o inverno amazônico. Já estamos a ter prognósticos do período chuvoso. Ou seja, como La Niña proporciona essa situação, na segunda quinzena já há a aproximação do período chuvoso. Em novembro, estamos com esses 35% acima da média, em dezembro oscila podemos ter até 70% acima da média. Isso é muito oscilante, depende das condições atmosféricas”, informa Adriroseo.
De acordo com a previsão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a previsão do tempo para Região Metropolitana de Belém (RMB) para essa quinta-feira (27), o tempo será parcialmente nublado e sem chuvas pela manhã. Pela tarde, o tempo deve ficar parcialmente nublado com pancadas de chuva isoladas. E a noite deve ser pouco nublada, com chuvas passageiras e localizadas. Em Belém, a temperatura mínima deve ser de 24ºC e máxima de 33ºC, com umidade relativa do ar entre 50 e 100%.
A secretaria aponta que o Sudeste e Sudoeste do Pará seguem sob forte influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e de correntes de umidade da Bacia Amazônica, enquanto a convergência advinda do Atlântico modula a convecção no Marajó, na Região Metropolitana de Belém e parte do Nordeste, principalmente à tarde.
Por causa disso, espera-se pancadas de chuvas fortes e trovoadas associadas no Sudeste e Sudoeste e eventos menos intensos e mais localizados nas demais regiões. O Baixo Amazonas terá tempo estável, enquanto os municípios do Centro-Sul Paraense apresentarão maiores acumulados pluviométricos (com risco de alagamentos rápidos, ventos em rajada e descargas elétricas).
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que atua no sudeste e Sudoeste do Estado é uma faixa de nebulosidade de orientação do sudeste que se estende desde o sul da região amazônica até a região central do Atlântico Sul, identificável nas imagens de satélite.
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