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Casa de Umbanda 'Morada de Marabô' é depredada em Mosqueiro

Agora os membros da casa prometem uma manifestação contra a intolerância religiosa no próximo dia 15, na Praça Matriz de Mosqueiro

O Liberal
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O terreiro de Umbanda 'Morada de Marabô', localizado na ilha de Mosqueiro, em Belém, foi alvo de um ataque de vandalismo no último domingo (3). O crime foi descoberto no dia seguinte, quando uma das dirigentes da casa espiritual foi até o local, que fica numa área rural às proximidades da Estrada do Caruaru.

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O crime brutal ocorreu em agosto deste ano

As irmãs Ângela Rosa e Rosângela Costa dirigem o espaço que funciona há mais de dez anos no mesmo local e nunca havia sido depredado. Foi Rosângela que encontrou as imagens, que remetem à entidades sagradas da Umbanda, completamente destruídas, especificamente uma de Cabocla Mariana e outra de Xangô, orishá da Justiça conhecido pelo machado de duas faces. 

Após avisar sua irmã Ângela, as mulheres na dirigência da casa registraram o crime na Delegacia de Combate aos Crimes Discrmininatórios e Homofóbicos, em Belém. Agora os membros da casa prometem uma manifestação contra a intolerância religiosa no próximo dia 15, na Praça Matriz de Mosqueiro. 

"Mais de dez anos de funcionamento e nunca tinha acontecido, mas não vamos parar, pelo contrário, vamos continuar nosso trabalho de caridade, de amor, vamos continuar ajudando as pessoas que precisam e nos procuram, não estamos com medo", relatou Ângela Rosa por telefone à equipe de O Liberal. 

O vandalismo ocorreu em um espaço utilizado mensalmente para trabalhos espirituais, demonstrando intolerância religiosa. Ângela ressalta: "Trabalhamos pra ajudar o próximo que vem nos procurar e isso desperta alguma raiva de outras pessoas que não gostam da religião e fazem isso", disse, falando sobre a maldade presente em algumas pessoas. 

"Foi vandalismo por causa de intolerância religiosa. Tem pessoas que nos chamam de demônio, mas quem é o demônio? Nós não invadimos nada, não roubamos, não depredamos igrejas, pelo contrário, ajudamos". A comunidade enfrenta agora o desafio de lidar com a violência contra sua fé. 

O local onde fica o terreiro não recebe grande fluxo de pessoas, o que para a dirigente indica que os criminosos premeditaram o crime. 

"Tem pouco fluxo de pessoas, nem van entra, foram pra cometer o crime", disse. As irmãs agora planejam fazer um boletim de ocorrência também na delegacia de Mosqueiro. 

Ângela assegurou que o incidente não abalará a missão espiritual da 'Morada de Marabô': "Vamos continuar com nossa missão, sem medo." Ela anunciou ainda uma manifestação em prol das casas de Umbanda na praça da vila no dia 15, reforçando a determinação em enfrentar a intolerância religiosa e preservar a liberdade de crença. 

A reportagem do Amazônia entrou em contato com a Polícia Civil pedindo mais informações sobre as investigações, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

Crime

A intolerância religiosa é crime no Brasil e diversas leis asseguram a liberdade de culto e a proteção a quem queira professar a sua fé em território nacional. Começando pela Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 5º, inciso IV, garante que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

O Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940), em seu artigo 208, estabelece que é crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. A pena para estes atos é de detenção de um mês a um ano ou multa. E se houver emprego de violência, a pena é aumentada.

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