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Um tapa na cara da gordofobia em Belém

Elas formam um coletivo feminista, gordo e alegre, de combate ao preconceito

Ericka Pinto
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Há três anos, a jornalista e produtora cultural, Roberta Brandão, 35 anos, e a Dj e professora, Carol Pabiq Ananindeusa Afro-Ameríndia, 34 anos, deram um tapa na cara da gordofobia com o Baile de carnaval Sereionas. Foi o ponta-pé inicial da luta pelo corpo livre.

Sereionas são mulheres, negras, gordas, feministas, carnavalescas, alegres que, desde a primeira edição, atraíram outros segmentos excluídos.

“Percebemos que podíamos fazer algo mais profundo e vieram as rodas de conversas nas edições seguintes do baile”, lembra Carol.

Nas rodas de conversas do coletivo feminino, elas compartilham experiências, falam sobre aceitação do próprio corpo e de como combater o preconceito.

“Somos um grupo feminista e combatemos tudo aquilo que oprime as mulheres, o seu corpo, a sua voz. É o respeito à liberdade de ser o que quiser, sem julgamentos de seus corpos, sem a imposição de estereótipos e pressões estéticas”, define Roberta Brandão, idealizadora do baile.

Nesses encontros, Carol percebeu que muitas pessoas precisam de ajuda profissional para trabalhar o relacionamento com o próprio corpo.

“O problema atinge diretamente as mulheres obesas, taxadas, muitas vezes, de serem assim por desleixo, preguiça. E a insegurança com o corpo também reflete em vários campos da vida daquela pessoa, como profissional e social”.

Roberta relembra os preconceitos que enfrentou por ser gorda, mas garante que isso não afeta mais sua autoestima.

“Hoje já não fazem tantas piadinhas comigo, acho que por causa da minha militância”.

PRESSÕES

Carol conta que começou a ganhar peso na adolescência e recebia pressões da família por estar engordando.

“Antes, eu queria a qualquer custo emagrecer, mas atualmente sou super de boa com meu corpo”.

Nas redes sociais, Roberta e Carol tratam o tema de maneira leve e com bom humor. Para a jornalista, encontros e bate-papos com outros coletivos de mulheres fortalecem a causa em comum: a desconstrução do ideal de corpo perfeito.

O baile das Sereionas – diz Roberta – quis levantar reflexões sobre a gordofobia, pois no carnaval a grande mídia privilegia os corpos sarados. O bloco defende o direito à diversão, à vaidade, ao trabalho, à saúde para pessoas que não se encaixam nos padrões estéticos. O coletivo feminino combate outras formas de opressão, como o racismo, o machismo e todo tipo de violência contra a mulher.

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