Sífilis: Pará registra queda de casos, mas Sespa reforça a prevenção

Secretaria de Saúde indica redução no número de casos da doença: adquirida, em gestantes e congênita

Eduardo Rocha
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De acordo com levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), os números de registro de casos de sífilis no Estado mostram-sem em baixa. Entretanto, a Sespa orienta a população a manter os cuidados e prevenção a essa Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum pallidum. No Pará, os casos de sífilis adquirida registrados foram: 3.334 em 2022, 4.459 em 2023, 4.279 em 2024 e 2.305 de janeiro a setembro de 2025; os de sífilis em gestantes foram: 3.904 casos em 2022, 3.923 em 2023, 4.195 em 2024 e 3.743 de janeiro a setembro de 2025; já os casos de sífilis congênita apresentaram os seguintes números: 1.291 em 2022, 1.137 em 2023, 1.439 em 2024 e 1.019 de janeiro a setembro de 2025.

Essa infecção pode ser transmitida por relação sexual sem proteção e da mãe para o bebê durante a gestação ou parto, e, por isso, exige diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar complicações. Por essa razão, a Sespa, por meio da Coordenação Estadual de IST/Aids, reforça a importância dos cuidados e da prevenção contra a doença no Dia Nacional de Combate à Sífilis e a Sífilis Congênita, que transcorre neste sábado (18). 

A Sespa repassa que a sífilis adquirida pode se manifestar em diferentes estágios clínicos: primária, secundária, latente e terciária — com sintomas e gravidades variados. A sífilis primária caracteriza-se pelo aparecimento de uma úlcera genital (cancro duro), geralmente única, indolor, sem coceira ou secreção, que desaparece espontaneamente entre três e oito semanas, podendo ser acompanhada de ínguas na região afetada. A secundária apresenta lesões na pele e mucosas (roséolas, placas mucosas, condilomas planos), queda de cabelo localizada, febre, dores musculares, além de possíveis complicações neurológicas, oculares e hepáticas. 

Já a sífilis latente (fase assintomática), sem sinais visíveis da doença. A maioria dos casos se encontra nesse estágio, o que reforça a importância da testagem rápida para o diagnóstico precoce. E a terciária ocorre anos após a infecção inicial e pode causar lesões graves na pele, ossos, sistema cardiovascular e nervoso.

A sífilis congênita ocorre quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê. A forma precoce, até dois anos de idade, pode causar aumento do fígado e baço, lesões na pele, alterações ósseas e inflamação nasal com secreção.

A forma tardia, a partir dos dois anos, inclui a chamada tríade de Hutchinson, que são: dentes incisivos serrilhados, surdez e ceratite ocular, além de deformidades ósseas e atraso no desenvolvimento.

Diagnóstico e tratamento 

A técnica de referência em sífilis da Sespa, Charliana Aragão, explica que o diagnóstico e o tratamento da sífilis adquirida, em gestantes e congênita — estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). "O primeiro passo é a testagem rápida, oferecida em qualquer unidade básica de saúde ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE). A droga de escolha para o tratamento é a Benzilpenicilina, aplicada conforme orientação médica ou de enfermagem", detalha a coordenadora.

Após o tratamento, o acompanhamento deve ser feito com o exame VDRL, conforme cada caso: pessoas com sífilis adquirida: a cada três meses; gestantes: mensalmente até o parto; crianças com sífilis congênita ou expostas: aos 1, 3, 6, 12 e 18 meses de vida.

Prevenção 

A coordenadora estadual de IST/Aids, Andrea Miranda, também reforça que a principal forma de prevenção é o uso regular do preservativo interno ou externo. “O acompanhamento das gestantes e de suas parcerias durante o pré-natal é essencial para interromper a cadeia de transmissão e evitar a sífilis congênita”, destacou.

A Sespa mantém as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis no Estado. Nos dias 9 e 10 deste mês de outubro, a Secretaria promoveu um Encontro Estadual de Qualificação dos Comitês e Grupos de Trabalho (GTs) de enfrentamento à sífilis congênita, com oficinas e palestras sobre investigação qualificada, experiências exitosas municipais e integração entre vigilância, atenção primária e maternidades.

O evento integra a Política Estadual de Combate à Sífilis, instituída pela Resolução CIB nº 115/2022, e visa aprimorar a investigação dos casos e o cuidado materno-infantil. A Sespa apoia e incentiva continuamente as iniciativas desenvolvidas pelos municípios, com foco na eliminação da transmissão vertical da sífilis no Pará.

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