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Sem transporte, passageiros ficam "ilhados" em Ananindeua após fim do lockdown

Moradores de cidades do interior não conseguem voltar para seus respectivos municípios

Dilson Pimentel
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No segundo dia após o fim do lockdown, que terminou no domingo (24), Fernando Wellington e a família estão em uma situação angustiante e sem definição nesta terça-feira (26). Eles estão no terminal rodoviário de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, tentando conseguir um transporte para viajar para o município do Acará, no nordeste paraense, onde a família mora. Mas acabaram “ilhados”, o que, aliás, ocorreu duas vezes.

Fernando e a família estavam em Mosqueiro quando começou o lockdown. “Mosqueiro ficou ‘fechado’ por duas semanas. Com o lockdown, ficamos ‘ilhados’. Acabou o dinheiro e eu tinha que voltar para trabalhar. Mas não tinha ônibus pra gente voltar para Belém”, contou. “Aí, no domingo, acabou o lockdown e falaram que tava liberado. Aí, viemos para Ananindeua. Quando chegamos aqui, hoje, não tem ônibus pra nós ir. Tá tudo fechado”, lamentou.

Na manhã desta terça-feira, Fernando estava pensando como iria fazer para sair de Ananindeua e chegar à sua cidade. Pensou, até, em se deslocar até São Brás, em Belém, e, em seguida, chegar até um porto da cidade. Tentaria, assim, viajar de embarcação, mas não sabia se seria uma alternativa viável. “Viemos de lá, hoje, com a esperança de voltar pra casa”, disse ele, usando uma máscara branca. O filho e a esposa dele também usam máscaras. “Não tem um ônibus, não tem uma van, não tem nada. É difícil”, acrescentou.

Silvana Silva dos Reis estava em Belém. Ela também pretende viajar para Acará, sua cidade. “Vim aqui para o terminal (de Ananindeua). Pensei que estava normal, mas não está”, lamentou. Silvana está tentando, agora, conseguir embarcar em um táxi ou, se possível, em uma van. “Agora, não sei se volto para Belém ou se tento ir para o Acará”, contou. Na barreira do Detran, em Ananindeua, é grande o fluxo de carros particulares e ônibus e caminhões, em direção a Belém.

A Redação Integrada verificou que, de fato não há ônibus e nem vans no terminal rodoviário de Ananindeua, um local que sempre registrou uma grande e constante movimentação de passageiros. Mas há motoristas, usando carros particulares, para transportar passageiros para cidades do interior, entre as quais Acará, Vigia e São domingos do Capim. Dependendo da distância, a passagem custa, por pessoa, entre R 45 e R$ 60. Esses motoristas estão com seus veículos estacionados ao lado do terminal, que fica na BR-316, à espera dos passageiros.

 

CASTANHAL

Em Castanhal, no nordeste paraense, era grande a movimentação na manhã desta terça-feira (26). Antônia Simões trabalha há dois anos no terminal rodoviário do município. Ela disse que o movimento começou a ficar fraco em janeiro. E foi só se agravando. “Em março (quando começou a pandemia) caiu mais ainda. E,  em abril, caiu ainda mais. Tem dois meses que a gente mão vende nada”, contou. Segundo ela, o faturamento é de apenas R$ 30 por mês. Um valor insignificante para arcar com as despesas de manutenção de seu pequeno comércio. “O aluguel não é barato. São dois meses de aluguel atrasado. O aluguel daqui é R$ 1.650. Não baixaram o valor nem na pandemia. Fui no Procon, pra ver como ia ficar a situação da gente, mas tava fechado”, contou.  

Em relação a Castanhal, o cronograma para fiscalização do cumprimento do novo Decreto Municipal nº051/20 foi elaborado pela prefeitura, em conjunto com a Polícia Militar, Guarda Civil, Vigilância Sanitária, Defesa Civil, Semutran e Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O plano estabelece estratégias de fiscalização para a reabertura do comércio local a partir desta quarta-feira, dia 27.

Entre as medidas visando o cumprimento das regras de distanciamento, uso de EPI, o uso de álcool em gel, lavagem das mãos e redução em 50% de pessoas nos estabelecimentos. Para isso, a prefeitura elaborou um termo de cooperação com a ACIC (Associação Comercial e Industrial), Conjove (Conselho de  Jovens Empresários de Castanhal) e Sindicato dos trabalhadores do Comércio para o cumprimento dessas medidas. A gestão adotará novas estratégias, como a contratação de bombeiros civis, para ajudar a desaglomerar as filas, informou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Castanhal.

“O objetivo é monitorar a abertura do comércio para se ter um resultado positivo, fiscalizando se todos estão cumprindo as medidas de segurança. A prefeitura irá acompanhar o cenário da saúde, mas também criar medidas para evitar o colapso social”, afirmou a chefe de Gabinete, Carmem Quadros. Os comerciantes flagrados descumprindo as normas de segurança e os horários estabelecidos para o funcionamento, serão notificados e multados. Se rescindir poderá ter o alvará cassado.

 

 

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