Pesquisadores pretendem confirmar espécie rara de macaco no Marajó
Espécie de macaco Cebus kaapori é considerada uma das 25 mais ameaçadas do mundo

Uma das 25 espécies de macaco mais ameaçadas de extinção do mundo pode estar presente nas áreas de proteção ambiental do Arquipélago do Marajó. Um grupo de pesquisadores especialistas em primatas quer aprofundar o conhecimento sobre a existência da espécie Cebus kaapori, conhecido como cairara-kaapori, na região do Marajó. Na última segunda-feira (01/09), os cientistas solicitaram autorização do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) para desenvolver a pesquisa nas áreas de proteção.
O grupo formado pesquisadores do Centro Nacional de Primatas (Cenp), vinculado ao Instituto Evandro Chagas, da Universidade da Califórnia e outros especialistas convidados realiza o Projeto “Distribuição Geográfica de Cebus kaapori na Mesorregião do Marajó”. A espécie Cebus kaapori integra o Plano Nacional para a Conservação de Primatas Amazônicos. O encontro contou com a participação do gerente da Região Administrativa do Marajó do Ideflor-Bio, Hugo Dias; do biólogo do Instituto, Matheus Henrique Cosme, e dos pesquisadores Klebson Demelas Maurício, Jessica Lynch Ward e Osvaldo Pimentel Marques Neto.
O projeto tem como objetivo confirmar a presença do cairara-kaapori (Cebus kaapori) no Arquipélago do Marajó. A ocorrência dos animais estava restrita ao Maranhão e nordeste do Pará, pode se estender para a região marajoara. Dentre os indícios dessa possibilidade estão relatos de moradores e análises genéticas preliminares de um indivíduo criado como animal de estimação no município de Afuá.
A reunião tratou de pontos essenciais relacionados ao processo de autorização para pesquisas nas unidades de conservação sob responsabilidade do Ideflor-Bio na região, além de discutir possibilidades de cooperação técnica entre as instituições envolvidas. “Compreender as dinâmicas populacionais dos indivíduos na Mesorregião do Marajó é fundamental para subsidiar políticas públicas e ações voltadas à conservação de espécies ameaçadas, como o Cebus kaapori”, destacou o gerente Hugo Dias.
Planejamento - As atividades previstas incluem expedições de campo em áreas estratégicas no Marajó, entrevistas em comunidades locais, coleta de material biológico para análises genéticas e sanitárias, e o georreferenciamento de indivíduos. O estudo também investigará potenciais agentes infecciosos que possam impactar a saúde dos animais, contribuindo para o monitoramento de doenças emergentes.
De acordo com os pesquisadores, a confirmação da presença do cairara-kaapori no Marajó representaria um avanço expressivo para a conservação da biodiversidade local, reforçando a importância das áreas protegidas, como a Área de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago do Marajó e o Parque Estadual do Charapucu.
Os próximos passos envolvem a liberação oficial da pesquisa, a formalização de acordos de cooperação técnica e a construção de estratégias integradas para fortalecer a conservação da fauna amazônica. A expectativa é de que os primeiros resultados das expedições possam ser apresentados já em 2026, colocando o Marajó no centro das discussões sobre a preservação de primatas ameaçados no Brasil.
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