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Pará teve mais de 2,7 mil internações por asma em 2021; tratamento é gratuito pelo SUS

A asma é uma doença que afeta as vias aéreas ou brônquios devido a inflamação e é um dos principais problemas de saúde no Brasil.

Emanuele Corrêa

A asma é uma doença que afeta as vias aéreas ou brônquios, devido a inflamação, e é um dos principais problemas de saúde no Brasil. O Ministério da Saúde (MS) estima que 23,2% da população viva com a doença. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do MS, 2.710 pessoas foram hospitalizadas no Pará com quadro de asma em 2021. O Brasil é um dos poucos países onde o tratamento é gratuito, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

É possível descobrir a asma na infância ou vida adulta, no entanto, a sua causa não é conhecida, explica o médico pneumologista. Ressalta que, apesar de não ter cura, tem controle. "Asma é uma doença de distribuição bimodal, ou seja, tem dois picos de incidência: 3 anos aos 10 anos e dos 50 anos aos 70 anos de idade", comentou.

O médico destaca que os principais sintomas são: falta de ar, dificuldade para respirar, sensação de aperto no peito e chiado no peito e tosse. Estes devem ser acompanhados por um pneumologista. "Acredita-se que é causada por um conjunto de fatores: genéticos - história familiar de alergias respiratórias - asma ou rinite e ambientais... Asma pode levar ao óbito, porém existem tratamentos que melhoram muito os sintomas da asma e proporcionam controle da doença. Assim, asmáticos tratados, podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável", explicou.

image No Pará 2.710 pessoas foram hospitalizadas em 2021 com quadro de asma. O Brasil é um dos poucos países onde o tratamento é gratuito, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como explica o pneumologista Rubens Toffolo (Igor Mota / O Liberal)

Asma e a Covid-19

Rubens destaca que a pandemia de covid-19 e, consequentemente, a exposição ao novo coronavírus foram gatilhos para a doença nos últimos anos. "O vírus SARS-COV-2 que causa Covid 19 tem funcionado como gatilho, pois esse vírus é capaz de causar sintomas de asma ou de piorá-la . Alguns asmáticos são mais sensíveis que os outros", comentou.

O tratamento deve ser individualizado, reforça Tofolo, e os pacientes - mesmo os que têm asma desde a infância - não devem negligenciar o tratamento.

O especialista destaca dois tipos de tratamento: medicação controladora ou de manutenção - previne o aparecimento dos sintomas e evita as crises - e a medicação de alívio ou de resgate - alivia os sintomas na piora da asma. "Medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios (corticoides inalados isolados ou associados com uma droga broncodilatadora de ação prolongada). Essas medicações diminuem o risco de crises de asma e evitam perda futura da capacidade respiratória. Essas medicações vêm através de dispositivos inalatórios 'bombinhas", afirmou.

"Além das medicações é muito importante as medidas ambientais para retirar possíveis gatilhos da doença: ácaros, fumaça do cigarro, animais de estimação, etc. O grande problema que nós pneumologistas enfrentamos é que uma parte importante dos asmáticos não leva a doença à sério, não fazem as medicações de manutenção e só procuram atendimento médico quando estão em crise . Esses pacientes sim podem ter asma grave e evoluir para óbito", finalizou.

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Tratamento controla a doença

O advogado e ator Filipe Cunha, 28 anos, tem asma desde criança e fez todos os tratamentos disponíveis para lidar com as dificuldades respiratórias. "Desde muito novo eu tinha dificuldades em respirar, fazer atividades físicas comuns a qualquer criança e aprendi cedo a lidar com as crises, que na infância eram ainda mais fortes. Fiz todo o tipo de tratamento disponível na época, desde fisioterapias pulmonares até o tipo de tratamento mais caseiro como as famosas garrafadas", relembrou o jovem.

Felipe diz que hoje lida melhor com a asma e continua fazendo os tratamentos com as bombinhas, mas já não tem dificuldades em realizar atividades físicas. "Hoje faço tratamento com bombinhas de corticoide e bombinhas para crises. A asma já não me impede de fazer atividades físicas, mas precisa ser algo pensado e tenho que me preparar antes de qualquer atividade que demande muito esforço físico", ponderou.

Em 2020 o ator teve covid-19 duas vezes e, mesmo com um quadro assintomático, sentiu medo e até hoje lida com os gatilhos emocionais da doença. "Desenvolvi sequelas e minha asma, que eu havia aprendido a manejar a vida toda, me fugiu do controle. Passei a desconhecer os gatilhos que me causavam [as crises], ela passou a ser mais aleatória e demorou meses para que ela voltasse a ser parecida com o que era antes. Mas jamais consegui ficar igual. A covid piorou meu quadro me deixando mais instável e imprevisível às crises", concluiu Felipe.

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