Pará tem mais veículos do que motoristas habilitados

Com mais de 2,3 milhões de veículos, o estado tem a maior frota da região Norte. Motos são a maioria.

Dilson Pimentel
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O Pará possui a maior frota de veículos da região Norte. São mais de 2,3 milhões de veículos. Pela ordem, motocicletas (996.295), automóveis (695.486) e caminhonetes (185.259) lideram esse ranking. Há, ainda, 68.086 caminhões e 20.949 ônibus, entre outros tipos de veículos. O Departamento de Trânsito do Estado informou que o Pará tem 1.457.229 condutores e uma frota de 2.347.719 veículos.

Em 2020, a frota era de 2.227.354 veículos. A frota de Belém, em 2021, foi de 494.395 veículos, segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). O Detran não dispõe de dados comparativos com as frotas de outros Estados. Mas a reportagem obteve essas informações no site do Ministério da Infraestrutura. A frota nacional tem, atualmente, mais de 111 milhões de veículos – 111.109.134. A maioria é de automóveis – mais de 59 milhões de unidades.

Naquele site, as informações mais recentes datam de novembro do ano passado. A frota, por região, é a seguinte: Norte (6.037,572), Nordeste (19.520.181), Sudeste (53.288.296), Sul (21.744.959) e Centro-Oeste (10.518.126).

Bacharel em direito e especialista em mobilidade urbana e trânsito, Rafael Cristo analisou esses números. Ele disse que um fator histórico contribuiu para o Brasil chegar a mais de 111 milhões de veículos. Desde o presidente Washington Luís (1926-1930), que tinha como lema “governar era abrir estradas”, passando pelo governo de Juscelino Kubitschek (1955-1961), que impulsionou a indústria automobilística, até os governo atuais, o estímulo à fabricação e venda de automóveis e o uso espacial da ocupação do solo não acompanhou esse crescimento. E reside, aí, um dos grandes desafios da mobilidade urbana sustentável.

Por se tratar do direito de ir e vir das pessoas, a mobilidade urbana está diretamente ligada ao processo de urbanização das cidades, disse Rafael Cristo. Esse processo foi acentuado com a chegada das grandes indústrias no Brasil, em meados da década de 1930. E investir em transporte público coletivo com outros modais é objetivo da Política Nacional de Mobilidade Urbana. No Pará, apenas 17% dos 144 municípios possuem transporte público. Essa carência faz com que, de cada 100 veículos no estado, 30 são motos. Enquanto isso, na capital, o aumento do número de veículos individuais nas ruas gera congestionamento, poluição do ar e sonora, aumento nos números de infrações e sinistro de trânsito “acidentes” e outros problemas urbanos.

Especialista defende incentivo ao transporte público

Na opinião de Rafael Cristo, políticas públicas devem ser implementadas como instrumento de inclusão social, tais como incentivo ao transporte coletivo, melhorando os regulamentos proporcionando segurança jurídica e incentivando parcerias públicas e privadas. Mais: integração entre os modais e estimular a utilização de veículos não motorizados, como o uso de bicicletas e possíveis carros elétricos auxiliaria também numa mobilidade sustentável.

“A mobilidade urbano-humana sustentável requer atenção especial da gestão pública pois afeta o ir e vir das pessoas. Estimular o transporte coletivo com tarifa social, tarifa ecológica e tarifa cultural possibilita a melhor fluidez e proporciona o bem-estar de todos e nos direciona para cidade ideal que queremos viver. É importante ressaltar que as cidades foram feitas para as pessoas e o veículo é um meio de locomoção que facilita os deslocamentos. E a forma saudável desse deslocar interfere na qualidade de vida e o bem-estar das pessoas e afasta a cultura dos automóveis”, completou.

Estimular o transporte coletivo com tarifa social para as pessoas de baixa renda. Ele também elaborou um projeto de tarifa ecológica. A pessoa leva algo que é reciclável e, em troca, carrega o vale digital. Uma forma também de ajudar na preservação do meio ambiente. E a tarifa cultural. Rafael lembrou que, quando esteve em Curitiba, apanhou um ônibus. O veículo passaria em área cultural, onde iria ter um show, e, por isso, a tarifa estava com 50% de desconto. “São várias formas de você incentivar o transporte público, principalmente hoje que ele tem que competir como transporte privado, que são aplicativos e que são mais rápidos e te deixam na porta do local pra onde você vai”, explicou.

A Semob informou que trabalha com operações diárias nos principais corredores da cidade de grande fluxo de veículo, organizando e fiscalizando para melhorar a fluidez, bem como em frente aos colégios localizados em corredores de tráfego para coibir fila dupla. Os principais corredores fiscalizados são avenidas Augusto Montenegro, Pedro Álvares Cabral, Governador José Malcher, Gentil Bittencourt e áreas de acesso ao Ver-o-Peso, como o Boulevard Castilhos França.

Frota de veículos no Pará (novembro de 2021)

2.340.601

Motocicletas: 996.295

Automóveis: 695.486

Caminhões: 68.086

Caminhões-tratores: 11.889

Caminhotes: 185.259

Micrô-ônibus: 7.336

Na região Norte, que tem uma frota de 6.037.572, o Pará é o estado com a maior frota de veículos.

Em segundo lugar, vem o Amazonas: 1.008.489

Para se ter uma ideia, a frota do sudeste é de 53.288,296, e São Paulo lidera: 31.407.471. É a maior frota do país.

A fonte dessas informações, publicada no site do Ministério da Infraestrutura, é o Ministério das Cidades, Detran e Renavam.

 

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