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Pará mantém tendência de estabilização da curva de casos confirmados e de óbitos de covid-19

Porém, Baixo Amazonas, Marajó Oriental e Ocidental, e Xingu ainda precisam de atenção, diz boletim da Ufra

Cleide Magalhães
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O controle da covid-19 no Pará ainda requer atenção redobrada do poder público em algumas regiões de saúde do Pará, como Baixo Amazonas, Marajó I (Oriental), Marajó II (Ocidental) e Xingu, especialmente no que se refere ao número de casos acumulados. Em outras, a atenção é necessária à oferta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), como no Araguaia, que conta com 22 leitos de UTI previstos até a próxima segunda-feira (20); no Tapajós, com 20; no Xingu, com 18, e na área do Lago do Tucuruí, com 18 leitos de UTI.

Esses são os principais alertas que constam na nova edição do Boletim Covid Pará, lançado nesta segunda-feira (14) no portal da Universidade federal Rural da Amazônia (Ufra), Elaborado em parceria com outras instituições em nível superior, o estudo  é semanal e traz projeções sobre o comportamento da pandemia no Estado e suas 13 regiões de saúde, tanto dos casos casos confirmados acumulados quanto de óbitos da covid-19, a partir de dados oficiais da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).

"Por outro lado, todas as regiões estão com tendência de estabilização no número de óbitos acumulados", afirma Marcos Braga, doutor em Bioinformática e professor de Inteligência Computacional da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), que atua no projeto com equipe multidisciplinar.

Projeção de 141 mil casos acumulados


Há cerca de quatro meses, a pandemia da covid-19 chegou ao Pará, que teve o primeiro caso confirmado em 18 de março deste ano. Até a próxima segunda-feira (20), o Estado conta com projeção de limite médio de ocorrência de cerca de 141.486 casos acumulados, que sobem de forma linear e não exponencial.

Além disso, o estudo aponta em torno de 5.401 óbitos, que sobem de forma lenta. Todavia, em linhas gerais, no Pará continua a existir tendência de estabilização da curva de casos confirmados e de óbitos. Isto se repete para todas as 13 regiões de saúde do Estado.

A acurácia (termo de acerto) do nono boletim nesta quarta-feira (15) estimava 133.168 casos confirmados acumulados e 5.343 óbitos acumulados no Pará. Os dados oficiais da Sespa para o mesmo dia foram 133.039 casos confirmados e 5.385 óbitos. Com isso, os percentuais de acertos médio previsto do estudo ficaram em 99,9% e 99,2%, respectivos.

40% dos municípios ainda sem tendência de estabilização


Segundo Marcos Braga, desde a edição anterior, o Boletim Covi Pará iniciou também estimativas para 40 municípios do Estado. Ao apresentar a precisão das previsões feitas em cada boletim, Braga lembra que já foi demonstrado "que o modelo usado obteve mais de 95% de acerto nas projeções em comparação com os dados reais observados".

Nesta nona edição, destaca que das 40 cidades estudadas, 16 delas, isto é, 40% ainda não possuem tendência de estabilização da curva de casos.

"Com isso, alguns municípios que também requerem atenção especial. Ainda possuem tendência de aumento do número de casos confirmados os municípios de Santana do Araguaia, Óbidos, Oriximiná, Santarém, Rondon do Pará, Muaná, Salvaterra, Soure, Breves, Ananindeua, Vigia, Igarapé-Açu, Paragominas, Salinópolis, Barcarena, Altamira".

Já em relação aos óbitos, ele frisa que ainda apresentam tendência de aumento os municípios de São Félix do Xingu, Cametá, Soure e Óbidos. Das 40 cidades estudadas, estas três, ou seja, 7,5% estão sem previsão de estabilização da curva de óbitos.

As 40 cidades estudadas possuem hospitais regionais ou possuem quantidade considerável de habitantes, além de serem próximas às sedes das regiões de saúde. São elas: Abaetetuba, Alenquer, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Conceição do Araguaia, Igarapé-Açu, Itaituba, Juruti, Marabá, Marituba, Moju, Monte Alegre e Muaná.

Além de Óbidos, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rondon do Pará, Salinópolis, Salvaterra, Santa Izabel, Santana do Araguaia, Santarém, São Félix do Xingu, São Miguel do Guamá, Soure, Tailândia, Tomé-Açu, Tucuruí, Vigia e Xinguara.

Regulação de leitos


Na nona edição do boletim, as nove regiões de regulação de leitos no Pará contam com previsões até a próxima segunda (20), tendo total de 413 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 1.244 leitos comuns, 225 médicos, 62 fisioterapeutas, 248 enfermeiros e 536 técnicos de enfermagem.

Contudo, Marcus Braga enfatiza que o trabalho "não é focado somente em projeções" de casos e óbitos. "A partir dessas projeções, busca-se identificar a demanda do número de leitos de UTIs necessários para a semana, juntamente com outros recursos hospitalares como médicos técnicos, enfermeiros e fisioterapeutas", assevera o pesquisador.

"As regiões de saúde do Araguaia, Tapajós, Xingu e Lago do Tucuruí merecem maior atenção por apresentar uma projeção de leitos de UTIs próxima da capacidade operacional da região. Neste estudo não contabilizamos os leitos de UTIs ofertados recentemente pelo poder público, como os leitos do Hospital do Tapajós, na cidade de Itaituba", esclarece Marcus Braga.

Para ele e a equipe envolvida na iniciativa, essas informações servem justamente para que os órgãos governamentais possam agir antecipadamente inclusive com remanejamento de serviços e recursos hospitalares para ajudar na melhoria da pandemia no Estado. "Essas regiões que enfrentam problemas mais críticos precisam de tratamento mais intensivo e, para melhorar, depende de iniciativas do poder público em atacar".

Marcus Braga lembra que, além da Ufra, os estudos do Boletim Covid Pará são realizados pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio de equipe multidisciplinar, composta por especialistas em modelagem computacional, modelagem matemática, inteligência computacional, virologia, infectologia, genética, medicina, enfermagem e fisioterapia.

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