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Pesquisadores do Pará integram pesquisa para combater a covid-19

Pesquisa deverá começar nesta quinzena em Belém

Eduardo Rocha
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Em meio à tensão provocada pela pandemia do coronavírus no mundo, o Estado, por meio da Universidade Federal do Pará (UFPA), insere-se em um grupo de 18 instituições brasileiras que participam de um estudo coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de enfrentamento à COVID-19. O fato confirma o alto nível de trabalhos científicos desenvolvidos em solo paraense por pesquisadores e instituições. O estudo abrange a testagem de quatro tratamentos adicionais (medicações já utilizadas para outras doenças) para a enfermidade, ação essa que terá coordenação, no Brasil, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz, e, no Pará, a liderança é da professora, pesquisadora e médica infectologista da UFPA, Rita Medeiros. No Estado, a pesquisa será realizada no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). Os trabalhos devem começar neste mês.

O título do projeto é “Solidarity (Solidariedade, em Língua Portuguesa) - Um estudo internacional randomizado de tratamentos adicionais para a COVID-19 em pacientes hospitalizados recebendo o padrão local de tratamento”. O estudo visa avaliar os efeitos de quatro tipos de tratamentos adicionados aos protocolos desenvolvidos pelos hospitais das localidades participantes.
No Brasil, 18 centros de instituições de ensino e pesquisa atuarão no estudo, com a coordenação geral sendo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Na Região Norte, atuarão o Hospital Barros Barreto, em Belém, e, em Manaus(AM) a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas.
Atuação
“Nós estamos aguardando a chegada dos medicamentos que serão utilizados para os pacientes com COVID-19, a OMS é que vai enviar essa medicação, e a partir daí, cada paciente que internar no Barros Barreto será convidado a participar da pesquisa. Se tivermos o aceite formal, ele integra, então, um estudo que a gente chama de randomizado, em que a medicação que eu faço para cada paciente é aleatória, a escolha é aleatória. E a partir daí, nós vamos fornecendo um banco de dados nacional, que é integrado ao banco de dados da OMS, e, em tempo real, o estudo será alimentado com muitas informações de todos os participantes no mundo todo”, ressalta Rita Medeiros.
Serão feitos quatro “braços” de tratamento: (b.1) Remdesivir (usado para o tratamento de Ebola e outras viroses relacionadas, droga importada); (b.2) Cloroquina ou Hidroxicloroquina (usada para o tratamento de Malária); (b.3) Lopinavir/Ritonavir (combinação usada para o tratamento de HIV); e (b.4) Lopinavir/ritonavir + Interferon (esta última substância usada para regular inflamações no corpo).

O Barros Barreto é um hospital universitário com tradição em pesquisa clínica em áreas diversas, como, na endocrinologia, e reúne um grupo grande de infectologistas e pneumologistas como referência em doenças infecciosas e doenças do pulmão para o Estado. E o hospital é de referência para o Ministério da Saúde no tratamento de covid-19. “Portanto, nós devemos receber pacientes mais críticos, pacientes com doença mais severa, e serão esses pacientes internados que se beneficiarão do estudo”, assinala Rita Medeiros, coordenadora do Grupo de Trabalho da covid-19 na UFPA.

A professora acrescenta que, além da busca por soluções, a pesquisa no Hospital Barros Barreto irá se configurar em “uma excelente oportunidade de formação para nossos alunos e médicos já atuantes na rede, inclusive, para nós, pesquisadores”.

Ciência

Para o reitor da UFPA, professor Emmanuel Tourinho, a participação da Universidade no projeto da OMS é importante pelo fato de que a instituição se insere em um ambiente internacional de investigação que permitirá ter acesso às descobertas mais recentes sobre o tratamento da doença.

“A participação do Hospital Barros Barreto e da nossa Universidade nesse projeto também garante que nós tenhamos uma análise de eventuais diferenças regionais na resposta dos pacientes a esses tratamentos que estão sendo avaliados. Então, nós não apenas estaremos contribuindo com uma pesquisa de interesse para as pessoas de todos os países, mas eventualmente até poderemos ter informações sobre o efeito de cada uma dessas medicações em pacientes que vivem em condições específicas, que são essas condições de vida na Amazônia”, enfatiza o reitor. Emmanuel Tourinho salienta que a pesquisa de interesse mundial confirma a contribuição das universidades públicas brasileiras com a nação no dia a dia.

No Solidarity, as universidades, os institutos de pesquisa e os hospitais participantes coletarão dados sobre o estado de saúde de pacientes receberão apenas o tratamento local e os que, além do protocolo local, irão receber um de quatro tipos de medicação.

A previsão é que a pesquisa inicie nas primeiras semanas deste mês de abril. Estima-se que o número de participantes em todo o mundo será de 5.000 pacientes, sendo 1.200 no Brasil. Pesquisas semelhantes com os mesmos ou outros medicamentos também estão sendo conduzidas por outras redes de pesquisa.

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Pará
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