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Pará ainda espera resposta sobre antecipação de vacinação contra gripe

Já faz 20 dias que o Pará solicitou ao Ministério da Saúde a antecipação da campanha pela proximidade com o Amazonas, onde já houve 68 mortes

Victor Furtado, com informações da Sespa
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Autorizado pelo MInistério da Saúde (MS), o Amazonas antecipou a campanha nacional de vacinação contra a gripe em 21 dias, e já começou a imunização nesta quarta-feira (20). Isso porque foram registrados 666 casos de gripe Influenza A H1N1, com 107 confirmações e 28 mortes. Por conta da proximidade e fluxo constante de pessoas entre os dois estados, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) também solicitou a antecipação local da campanha. Já se passaram 20 dias e o Ministério da Saúde ainda não respondeu à solicitação.

Em ofício enviado no dia 28 de fevereiro, o titular da Sespa, Alberto Beltrame, argumentou que “...é grande o fluxo de pessoas entre os dois estados e que ambos têm similaridades climáticas e epidemiológicas”.

O Pará fechou o ano de 2018 com a notificação de 1.208 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Houve mortes, das quais 58 (62%) tiveram coleta de nasofaringe, confirmando que a maioria, 13 óbitos (40,6%), foi causada pelo vírus influenza 3, seguido do H1N1 com 08 óbitos (25%).

A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, Martha Nóbrega, informa que em função da mudança no sistema de notificação do Ministério da Saúde, ainda não foi possível divulgar nenhum informe epidemiológico sobre a Síndrome Gripal (SG) e a (Síndrome Respiratória Aguda Grave) neste ano. 

Até o momento, o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) ainda não recebeu nenhuma amostra de secreção nasal para exame, o que indica a ausência de notificação de casos suspeitos de SRAG no Estado.

Proteção

Jaíra Ataíde, coordenadora estadual de imunizações da Sespa, explica que a vacina protege contra três tipos de vírus: Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e Influenza B. Essas vacinas são atualizadas anualmente. Os vírus passam por mutações o tempo todo, exigindo novas formas de combate.

Essa vacina, observa Jaíra, é direcionada para os grupos prioritários: crianças de seis meses a menores de cinco anos; mulheres gestantes e puérperas; idosos com mais de 60 anos; indígenas; pessoas com doenças crônicas; profissionais de saúde; professores; e pessoas encarceradas.

“Com exceção dos profissionais de saúde e professores, que tomam a vacina em função do seu trabalho, são essas as pessoas mais afetadas pelo agravamento da doença”, diz Jaíra.

Em 2018, o Pará vacinou 90% do público-alvo geral. Só não alcançou a meta entre as crianças menores de dois anos de idade. A expectativa é de que, neste ano, a população participe mais da campanha. Até por conta dos riscos no estado vizinho.

“Porque a vacina é umas das medidas mais eficazes e todas as pessoas que fazem parte de grupos prioritários devem procurar o posto para tomar a vacina”, enfatizou Jaíra.

Em nível nacional, o Ministério da Saúde antecipou a campanha padrão de vacinação em 15 dias. Agora vai começar na primeira quinzena de abril.

 

 

 

Prevenção é a primeira e mais importante forma de se proteger

A campanha de vacinação, se antecipada ou não, visa apenas os grupos prioritários. Mas há como outras pessoas se prevenirem. Se afastar de pessoas com sintomas das gripes é o principal começo. Preferencialmente, quem está doente deve ficar em casa e descansar.

image Secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, oficiou o Ministério da Saúde há 20 dias. ()

Entre as formas mais básicas estão lavar e higienizar as mãos antes de consumir alimentos. Após tossir e espirrar, utilizar lenço descartável para higiene nasal. Se estiver na rua e sem ter como higienizar as mãos - recomenda-se sempre ter um pouco de álcool gel disponível - evitar tocar nos olhos, nariz e boca.

Quando a pessoa já imaginar que está doente, deve cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir. Essas pessoas também não devem compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas. Os ambientes onde estão precisam estar bem ventilados.

Os principais sinais e sintomas aos quais as pessoas precisam ficar atentas são febre de início súbito, mesmo que referida (que não foi verificada com uso termômetro), acompanhada de tosse ou dor de garganta.

Essa febre é ainda mais suspeita se ainda vir acompanha de pelo menos um dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor nos músculos ou dor nas articulações. 

Em crianças menores de dois anos, também se deve considerar como caso suspeito febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios como tosse, coriza e obstrução nasal.

Os sinais e sintomas de agravamento da doença evoluindo são dispneia (falta de ar), desconforto respiratório, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente, piora da doença pré-existente e pressão baixa em relação à habitual do paciente.

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Campanha de vacinação contra H1N1 será antecipada no Amazonas, onde 68 pessoas morreram até o momento (Wilson Dias/Agência Brasil)

 

Conforme a diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, para evitar o agravamento da síndrome gripal, (SG) é fundamental que o paciente que faz parte do grupo prioritário e os com SRAG iniciem o tratamento com o antirretroviral Oseltamivir nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, pois a demora pode levar o paciente a óbito.

“Por isso, nesse período chuvoso, os profissionais de saúde devem ficar atentos aos casos de gripe em pessoas com condições e fatores de risco para complicações. Nesses casos, e inclusive em pacientes sem condições e fatores de risco para complicação, conforme a gravidade do caso e avaliação do médico, pode ser utilizado o medicamento Oseltamivir, que está disponível em todos os municípios paraenses”, observou a epidemiologista.

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